Se Anabela, pensara que com a morte do marido podia
descansar estava muito enganada. Os sogros, que sempre tinham sido carinhosos
com ela, trataram-na agora como se ela fosse a verdadeira culpada do vício do
marido e a causadora da sua morte.
Pedira-lhes para a acompanharem ao apartamento em que
vivera, porque pensou que eles poderiam querer ficar com alguma coisa, como
recordação do filho.
Assim, depois de ter avisado o inspetor, que mandou um
agente acompanhá-la e com Diogo, que se comprometera a ajudá-la na tarefa de
encaixotar o que fosse preciso, dirigiu-se ao edifício que em tempos fora a sua
casa, junto do qual já se encontravam os familiares do marido à sua espera.
Anabela, não pode evitar os tremores de medo, quando entrou na sala e viu os sofás completamente destruídos os bibelôs da estante partidos e os livros espalhados pelo chão. No quarto, as gavetas da cómoda e as portas do guarda fatos abertas e completamente vazios, com as roupas espalhadas pelo chão, a cama desfeita com o colchão esventrado.
Quem quer que fizesse aquele estrago não deixou nada por
verificar até o armário da casa de banho e o autoclismo estavam abertos, e na
cozinha desmontaram as placas do forno, além de terem esvaziado armários e
gavetas deixando loiças e roupas espalhadas pela bancada e pelo chão.
Anabela ainda não tinha saído do choque, quando os sogros
começaram a gritar com ela, dizendo que tudo aquilo era culpa sua, que se ela
não tivesse abandonado o marido ele não se teria metido com aquela gente
perigosa, que Óscar sempre fora um bom homem e que só enveredara por aquele
caminho destruído pelo seu abandono e porque ela abortara por não querer ter, o
filho dele.
Anabela ficou sem reação. Via os sogros quase a agredi-la e
nem era capaz de se defender, de tal modo estava chocada. Felizmente que o
agente de autoridade interveio, levando o casal para o quarto e pedindo-lhes
que escolhessem o que queriam levar e se retirassem enquanto Diogo levava
Anabela para a cozinha, a fazia sentar numa cadeira e lhe dava um copo de água.
Ela não conseguia compreender a atitude dos sogros. Eles
sabiam, que fora precisamente a vida de vícios do marido, que originara a
separação. Não podia crer que eles acreditassem que ela abortara de propósito.
Apesar de não querer nada com o marido, amava aquele bebé desde que soubera que
estava grávida e ficara tão destroçada com o aborto que ainda não se conseguira
recompor totalmente.
9 comentários:
Quem destruiu procurava o que sempre se procura nestes dramas.
Sem dó nem piedade.
Que tristeza isso tudo! Pobre Anabela! beijos, chica
Coitada da Anabela!
Que mais lhe estará reservado?
A dor por vezes tira a sensatez e foi isso o que aconteceu com os sogros de Anabela. Perder um filho é uma dor para a vida, mas eles vão mudar de atitude. Um beijinho. Elvira e espero que estejas melhor dos dentes
Emilia
Depois de ler o anterior capítulo, li este e, confesso, não esperava por este tumulto todo. Enfim, há vidas que, quando pensamos ter terminado o mau-tempo, vemos que as tempestades maiores ainda estavam por vir.
Um abraço e as suas melhoras, Elvira.
PS- Eliminei o comentário anterior em virtude de conter uma gralha.
Coitada da moça, depois de tudo ainda a culpam? Nunca mais recupera!
.
Coisas de uma Vida...
.
Beijos
Uma excelente tarde!
Boa tarde Elvira,
Que vida sofrida a de Anabela.
Que o futuro lhe seja risonho.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Ainda dizem que «não há mal que sempre dure»...
Beijo
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