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8.2.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE XVI


 
Anabela só respondeu, quando já se encontravam sentadas à mesa esperando que o empregado lhes servisse o prato do dia, como habitualmente.

- Estive na esquadra esta manhã. Ainda não sabem quem matou o Óscar e provavelmente não vão sabê-lo nunca. Se foi como a polícia acredita uma execução, da rede da droga, eles são demasiado organizados para se deixarem apanhar.  Mas o que me importa neste momento é que segundo o inspetor Morais eu fui investigada, e a polícia chegou à conclusão de que não há nenhuma suspeita sobre mim.

 Portanto estou liberada, posso ir inscrever-me para ir para o Hospital St. Thomas em Londres, se me aceitarem. Não posso estar muito mais tempo de licença sem vencimento aqui e não sei se tenho coragem para voltar ao meu posto no hospital e ver o ar de pena dos demais sobre mim, além de estar sujeita aos encontros indesejáveis com os pais do falecido.

- Mas... para Londres, Anabela? Não podias pedir transferência para outro hospital cá? Sei lá, Porto, Coimbra, Faro? Ficavas mais perto para que nos pudéssemos encontrar de vez em quando. A Patrícia vai ficar muito triste com a tua ausência.

O empregado colocava os pratos com o pedido na mesa e Anabela esperou que ele se retirasse para responder. 

-Eu também vou ter muitas saudades dela, de ti, do Diogo e de algumas colegas do hospital. Mas não consigo continuar aqui, sujeita aos ataques dos meus ex-sogros, ou de algum do “amigos” do Óscar. Não, estou decidida. Esta tarde vou à embaixada, informar-me dos procedimentos necessários para me candidatar.

-Mas logo vais jantar lá a casa. Quero que me contes tudo.

Tinham acabado a refeição. Paula chamou o empregado e depois de pagarem saíram do restaurante e dirigiram-se para a clínica. Anabela entrou e esteve ainda um pouco conversando com os antigos colegas.

 Quando a sala de espera começou a encher-se de doentes, ela despediu-se e acabava de sair quando o doutor Azevedo saiu do carro e a chamou. Surpresa, ela parou e esperou que o seu antigo chefe chegasse junto dela:

-Boa tarde, Anabela. Que acaso feliz. Ia pedir à Paula para lhe telefonar informando-a de que eu precisava falar consigo com urgência. Pode dispensar-me alguns minutos?

Cada vez mais surpreendida, ela assentiu e passou pela porta que o médico mantinha aberta para ela. Ele seguiu-a, e dirigindo-se a Paula disse-lhe:

-Boa tarde, Paula. Não sei se já tenho algum doente à espera, mas por favor não mande ninguém entrar por enquanto, eu preciso falar com a Anabela durante alguns minutos.


10 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Vem aí uma proposta.
Honesta??

chica disse...

Tomara uma boa proposta! Vamos aguardar! Ótimo dia, beijos, chica

Tintinaine disse...

Estou a adivinhar que a viagem para Londres vai ficar adiada!
Boa quarta-feira, Elvira! E os olhos, têm melhorado?

Maria João Brito de Sousa disse...

Ainda não será hoje que faço a viagem ao passado que tenho em mente, tenho uma montanha de roupa para estender e preciso mesmo de dar um jeitinho ao meu quarto que está todo virado do avesso. Amanhã devo estar exausta e na sexta tenho mais uma consulta hospitalar. Talvez lá para Domingo consiga começar a reler desde o capítulo em que parei.

Saúde e um grande abraço, Elvira!

Cidália Ferreira disse...

Muito bem... Gostei!!
.
Vagueando até o sol se erguer
.
Beijos e uma boa tarde.

Ser Mãe, Ser Mulher, Ser Feliz disse...

Olá
Tenho que voltar ao início para ler tudo, mas adorei este capítulo mesmo assim.
Beijinho Elvira

Janita disse...

Se a proposta for tentadora, será que a determinação da Anabela vai vacilar? E o medo dos olhares piedosos (que eu considero um disparate, que importa o que os outros pensam?), o receio de ser importunada pelos ex-sogros? Enfim, o que for soará.

Um abraço, Elvira!

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um capítulo de que gostei muito pela sua grande capacidade criativa.
Será que o médico tem alguma proposta que agradará a Anabela?
Aguardemos.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Jaime Portela disse...

Fiquei curioso para saber da conversa...
Continuação de boa semana, amiga Elvira.
Um abraço.

teresadias disse...

Elvira, não sabe que a curiosidade mata?!
Eu espero...
Beijo.