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15.2.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE XIX





Minutos depois, enquanto o doutor Azevedo atendia o primeiro paciente, Anabela informava Paula de que iria a sua casa à noite, pois precisava do seu conselho  despedindo-se em seguida.

Já na residencial, a jovem pensou longamente na proposta do médico.

O que mais a entusiasmava, era a possibilidade de conseguir vencer a oposição do doente e levá-lo a andar de novo. Era um grande desafio e ela gostava de desafios.

Além disso embora não soubesse o montante, o doutor Azevedo tinha-lhe dito que o irmão lhe pagaria um bom salário. E atendendo a que teria habitação e alimentação grátis, poderia aumentar substancialmente as suas finanças.

Porém era melhor continuar a pagar o quarto na residencial. Estava a dois passos do hospital para onde voltaria no termino da sua licença sem vencimento.

E também teria de ir aos Recursos Humanos do hospital, para aumentar o tempo da  licença, que estava prestes a terminar.

Iria pedir mais seis meses, embora suspeitasse que seis meses não seriam suficientes para a empreitada que teria pela frente, mas talvez nessa altura o jovem médico tivesse recuperado o suficiente para continuar sozinho o tratamento.

 O ideal seria pedir um ano, mas arriscava-se a que lha negassem e não lhe convinha pôr em perigo o seu posto de trabalho, até porque não sabia se ia ou não conseguir aguentar muito tempo o mau feitio do doente. Sabia que o sofrimento, faz as pessoas amargas, mas isso não era razão para descarregar nos outros as suas dores.

Estendeu-se sobre a cama, para descansar um pouco e o cansaço venceu-a em poucos minutos.

 Acordou sentindo frio e assustou-se ao ver o quarto envolto na escuridão. Olhou o relógio. Dezoito horas e trinta. Saltou da cama e olhou-se ao espelho. A roupa estava completamente amarrotada. Não podia ir assim para a rua.

 Foi à casa de banho, lavou o rosto, escovou o cabelo e entrançou-o. Voltou ao quarto escolheu um vestido de lã verde-escuro. Depois de trocar de roupa, vestiu um casaco comprido castanho, procurou uns sapatos igualmente castanhos sem salto, pegou na bolsa e saiu fechando a porta do quarto e guardando a chave na mala.

Dez minutos depois tocava a campainha da casa da amiga.  O dono da casa, abriu a porta com a filha ao colo.

9 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Conselhos de amigos são uma boa terapia.
Dos verdadeiros amigos.

chica disse...

Aconselhar-se com amiga antes de um desafio pela frente, faz bem! Vamos aguardar! bei9jos, chica

Tintinaine disse...

Passando por aqui para desejar um bom dia!

Cidália Ferreira disse...

Muito bem. Gostei!
.
Abre... lê a carta sem letras, que te escrevi
.
Beijo, e uma boa tarde

Janita disse...

Certamente o conselho da comadre e amiga será o mesmo que eu daria à Anabela: "Aceita".
Este dasafio que a vida lhe está a oferecer, ou melhor, o médico tio do doente, será uma pedrada no charco da sua triste vida. Força, Anabela! :)

Um abraço, Elvira.

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Jaime Portela disse...

Acho que os conselhos serão no sentido de aceitar a proposta.
Para além disso, é uma situação interessante para o desenrolar da história.
Que continua a se bem contada.
Continuação de boa semana, amiga Elvira.
Beijo.

teresadias disse...

Afinal, a Anabela aceita ou não aceita?
Elvira esta história bem contada é empolgante e viciante.
Beijo.


Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Antes de tomar grandes decisões é sempre bom ouvir a opinião de pessoas amigas.
Vamos ver o que diz a amiga de Anebela.
Beijinhos e saúde.
Ailime