-Venha Anabela, antes
de apresentá-la ao meu sobrinho, gostaria de lhe mostrar a sala de tratamento
que eu e o meu irmão montámos para as sessões de fisioterapia – disse abrindo
uma porta e dando-lhe passagem.
A jovem entrou e parou maravilhada. A sala era maior do que
esperava, e dentro dela havia sido montado tudo o que poderia usar nas suas
sessões, uma marquesa, recipiente para os calores húmidos, aparelhos de ondas
curtas, de ultrassons, botas de pressoterapia, um armário com toalhas, cremes e
óleos analgésicos e de massagens. Também barras de alongamento na parede e
barras paralelas com base antiderrapante para começar a andar. Em cima de uma
pequena mesa, uma agenda com o programa de tratamentos iniciais. Maravilhada,
voltou-se para o médico e disse:
-Isto é uma autêntica maravilha. Não falta nada para a
recuperação do doente. Assim ele tenha vontade de se curar.
-Vejo que está satisfeita com as condições da sala. Esta era a sala de espera, para os doentes, pois o Tiago esperava dar aqui consulta gratuita, aos doentes mais necessitados, aqueles cujos recursos são tão baixos que evitam a ida ao médico. Claro isso seria apenas no intervalo das suas estadias nas regiões mais inóspitas de África ou Asia, onde algumas ONGS atuam.
Infelizmente nesta última missão o centro onde trabalhava foi praticamente
devastado e ele viu morrer alguns dos seus companheiros, o que o deixou tão mal
como as próprias lesões. Depois, ao recuperar a consciência, a noiva rompeu o compromisso no próprio
hospital, quando o foi ver, o que o tornou ainda
mais amargo.
Tenho de a avisar que já lhe falei de si e ele não se
mostrou minimamente interessado, em cumprir com nenhum tratamento. Parece ter
perdido a vontade de viver. Mas como já lhe disse, acredito em si e na sua
força de vontade para mudar as coisas. Sei que se alguém pode tirá-lo do fundo do poço onde está, esse alguém é a Anabela. E
agora, vamos vê-lo?
Anabela apenas anuiu com a cabeça. Estava emocionada. Pelo
que o doutor Azevedo dizia, Tiago era um herói. Um herói destroçado, com corpo e
alma em ferida, mas ainda assim um homem admirável. E ela apercebia-se que ia
teria pela frente o maior desafio da sua vida. E naquele momento prometeu a si
mesma, que se os médicos diziam que o doente poderia voltar a andar, ela o
faria andar ou abandonaria a sua carreira de enfermeira-fisiatra.
8 comentários:
Adivinha-se um doente muito complicado.
Boa semana
Bom dia Elvira,
Não vai ser tarefa fácil para Anabela,mas estou convicta que o seu trabalho será um êxito.
Beijinhos e uma boa semana com saúde.
Ailime
Grande desafio entre maõs :)
Espero que esteja a recuperar bem e tenha uma boa semana
Quanto mais difícil a tarefa, mais saboroso o triunfo!
Hum, a Anabela vai penar mas o Tiago merece o esforço.
Vai tudo correr bem, não vai Elvira?! Já agora, amei a descrição da sala de tratamentos... Nada foi esquecido.
Beijo, boa semana, saúde.
Apercebi-me de que teria de recomeçar desde o primeiro capítulo e assim o fiz, hoje.
Com dois longos intervalos pelo meio, seria inútil recomeçar no ponto onde a tinha deixado antes do meu último "apagão"...
Hoje reli os três primeiros capítulos e amanhã tentarei reler mais três ou quatro porque ou vou devagarinho, ou "apago-me" outra vez. Ainda sinto um grande e esmagador cansaço físico e mental.
Um abraço, querida amiga!
Com todos os aparelhos e requisitos para dar início ao tratamento e recuperação do doente, vamos ver o que acontece quando se der o primeiro encontro.
Fácil não será, mas tenhamos esperança.
Aqui, tudo acaba bem.
Um abraço e boa semana, Elvira.
Hum... Não vai ser tarefa fácil!
Bjxxx
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