Epílogo
Giovanna, acabara de prender o véu nos cabelos de Eva, quando Isabella entrou para dizer que a limusina já tinha chegado. Eva ainda não sabia onde ia ser o casamento. André fizera questão de manter o segredo para surpreendê-la, e ninguém na família quisera quebrar a ordem.
Giovanna, acabara de prender o véu nos cabelos de Eva, quando Isabella entrou para dizer que a limusina já tinha chegado. Eva ainda não sabia onde ia ser o casamento. André fizera questão de manter o segredo para surpreendê-la, e ninguém na família quisera quebrar a ordem.
Nunca, nem nos seus sonhos mais românticos, ela sonhara viver, como vivera aqueles dez dias. Dois dias antes, chegara o resto da família, que viera de Itália, bem como toda a família portuguesa, que vivia em Braga. E todos sem exceção a acolheram com todo o carinho. Na última noite, André fora dormir no hotel, donde seguiria para a igreja, com a família. Com ela ficaram a futura cunhada Giovana e Isabela, a sobrinha mais velha, filha de Pietro, para a ajudarem a preparar-se para a cerimonia. Agora, seguiam a caminho do local onde o casamento se realizaria.
Quando a limusina parou junto do portão do orfanato, e viu os portões abertos, guardados por dois seguranças, e o grupo de meninos, rigorosamente vestidos, segurando folhas de palmeira formando um arco para ela passar, a emoção foi tão grande que quase não conseguia andar.
O sogro aproximou-se e deu-lhe o braço para a conduzir à capela, em cujo altar André aguardava ansioso.
Para Eva tudo era um sonho. As meninas todas vestidas a rigor, (saberia mais tarde que tinha sido o noivo e os seus pais, que tinham oferecido as roupas às crianças do orfanato) aguardavam-na perto da capela, muito compenetradas do seu papel de damas de honor, a Irmã Maria interpretando Avé – Maria, de Schubert. André, no altar, de olhos brilhantes e sorriso rasgado, ladeado pelo irmão e cunhada, que iam ser os seus padrinhos, a capela engalanada, a Irmã Madalena no altar, acompanhada de um tio de André, que se seriam os padrinhos dela.
A cerimonia decorreu de forma muito emotiva. Quando o padre, os declarou marido e mulher e disse ao noivo que podia beijar a noiva, o beijo foi tão intenso, que todos os presentes aplaudiram. O copo-de-água, no refeitório do orfanato, totalmente engalanado, a alegria das crianças, tudo contribuiu para um dia excecional que ela não esqueceria nem que vivesse várias vidas. Por fim, a emocionada despedida da Irmã Madalena, que só voltaria a ver quando viessem de férias a Portugal e da sua nova família, que iria reencontrar na Toscana, quando voltassem da lua-de-mel, cujo destino ela ainda desconhecia, mas a julgar pelo que vivera até ao momento, seria a continuação de um belo sonho, disso não tinha dúvidas.
A cerimonia decorreu de forma muito emotiva. Quando o padre, os declarou marido e mulher e disse ao noivo que podia beijar a noiva, o beijo foi tão intenso, que todos os presentes aplaudiram. O copo-de-água, no refeitório do orfanato, totalmente engalanado, a alegria das crianças, tudo contribuiu para um dia excecional que ela não esqueceria nem que vivesse várias vidas. Por fim, a emocionada despedida da Irmã Madalena, que só voltaria a ver quando viessem de férias a Portugal e da sua nova família, que iria reencontrar na Toscana, quando voltassem da lua-de-mel, cujo destino ela ainda desconhecia, mas a julgar pelo que vivera até ao momento, seria a continuação de um belo sonho, disso não tinha dúvidas.
Fim
Elvira Carvalho
INFORMANDO
Para quem me lê há pouco tempo, devo dizer que as minhas histórias quase todas partem de um assunto que não me agrada, e para o qual quero chamar a atenção, nesta por exemplo, o tema era os malefícios do jogo (lembro-me da minha avó contar uma história de um homem que perdeu a casa e a mulher numa mesa de jogo, nos anos trinta do século passado) e do branqueamento do dinheiro, de atividades ilícitas, através do jogo. À volta desses dois temas criei esta história. Noutras o tema foram a fome, a guerra e os mutilados por bombas em África, a guerra no Afeganistão, a traição entre casais, a inseminação através de esperma de um dador anónimo, a violência doméstica, e as suas consequências na vida adulta das crianças que a sofreram, os acidentes por alcoolismo, etc.
As exceções são a "Rosa", retrato de uma época entre 1945 e 1975, que tentei retratar o mais fiel possível, (assisti a muitas das situações lá descritas), bem como em "As Cores do Amor," uma história romanceada entre 1973/1975 onde se descreve o antes e depois do 25 de Abril e o despoletar da guerra em Luanda, que vivi nesse tempo. O "Casamento por Procuração", retrato de uma época entre 1960/1974 cheia destes casamentos, e onde se lembram as fugas de salto para França e as condições quase sub-humanas em que viviam os emigrantes portugueses nos Bidonville, e "Renascer," 1971/1974 todas elas parte da nossa história no século passado.
Posto isto, resta-me acrescentar que desta vez exagerei no romantismo. Na verdade agi como a fada madrinha para Eva.
Afinal, dizem que quando a idade pesa mais do que nós, ( e eu já estou nessa fase) voltamos a ser crianças. E elas acreditam em fadas.
Agradeço a vossa compreensão.
A nova história tem apenas um capítulo pronto e eu não gosto de fazer publicações antes de entrar na reta final. Por isso e como alguns me pediram "À Média Luz", escrita na mesma época de Dívida de Jogo" será essa que entra para a semana.
Para quem me lê há pouco tempo, devo dizer que as minhas histórias quase todas partem de um assunto que não me agrada, e para o qual quero chamar a atenção, nesta por exemplo, o tema era os malefícios do jogo (lembro-me da minha avó contar uma história de um homem que perdeu a casa e a mulher numa mesa de jogo, nos anos trinta do século passado) e do branqueamento do dinheiro, de atividades ilícitas, através do jogo. À volta desses dois temas criei esta história. Noutras o tema foram a fome, a guerra e os mutilados por bombas em África, a guerra no Afeganistão, a traição entre casais, a inseminação através de esperma de um dador anónimo, a violência doméstica, e as suas consequências na vida adulta das crianças que a sofreram, os acidentes por alcoolismo, etc.
As exceções são a "Rosa", retrato de uma época entre 1945 e 1975, que tentei retratar o mais fiel possível, (assisti a muitas das situações lá descritas), bem como em "As Cores do Amor," uma história romanceada entre 1973/1975 onde se descreve o antes e depois do 25 de Abril e o despoletar da guerra em Luanda, que vivi nesse tempo. O "Casamento por Procuração", retrato de uma época entre 1960/1974 cheia destes casamentos, e onde se lembram as fugas de salto para França e as condições quase sub-humanas em que viviam os emigrantes portugueses nos Bidonville, e "Renascer," 1971/1974 todas elas parte da nossa história no século passado.
Posto isto, resta-me acrescentar que desta vez exagerei no romantismo. Na verdade agi como a fada madrinha para Eva.
Afinal, dizem que quando a idade pesa mais do que nós, ( e eu já estou nessa fase) voltamos a ser crianças. E elas acreditam em fadas.
Agradeço a vossa compreensão.
A nova história tem apenas um capítulo pronto e eu não gosto de fazer publicações antes de entrar na reta final. Por isso e como alguns me pediram "À Média Luz", escrita na mesma época de Dívida de Jogo" será essa que entra para a semana.
20 comentários:
E hoje estive quase o dia todo sem Internet.
Abraço e saúde para todos.
Muito bom, amiga Elvira! Gostei muito de reler toda esta história. Parabéns pelo talento.
Beijinhos.
Boa noite Elvira,
Embora a leia já há algum tempo algumas das histórias não conheço.
Gostei imenso do desfecho desta, em que mais uma vez a Elvira se revelou uma boa escritora, proporcionando-me muitos momentos de agradável leitura.
Bem-haja por isso.
Um beijinho e saúde.
Ailime
Uma história de fadas é boa em qualquer idade.
Boa noite, Elvira
Um conto de fadas é sempre porreiro.
Não viu o êxito que foi Pretty Woman?
Bfds
Bom dia
Já aqui escrevi que quando comecei a ler as historias de sua autoria , fiquei completamente apaixonado por elas , e como sempre em cada historia tiro a minha moral .
E como sou por natureza um romântico gosto quando acabam assim como esta , cheia de romantismo .
E se Deus nos der a todos vida e saúde ,cá estaremos para a semana a seguir mais uma .
JAFR
Cá estarei, Elvira! Penso ainda não ter lido o "À Média Luz". Ficarei atenta.
Forte abraço!
Apesar de todas as referências históricas e reais, eu gosto das suas histórias... Esta foi particularmente interessante...
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Um final épico, como se previa!
Como a semana termina hoje ... Bom fim de semana!!!
Mais do que nunca, a vida exige "contos de fada" como este seu conto… Permite acreditar que se pode ser feliz, que se pode ter momentos agradáveis e que valem a pena ser vividos.
A escolha de temas que lhe "desagradam" é algo, uma vez mais, muito bonito de se ver, e é isso que procuro nos seus textos, a moral, a esperança, a importância dos valores, seja família, seja carinho, seja, bons tratos. Para que serve escrever se não se tiver uma mensagem inserida na história que se conta?
Tem uma escrita que me encanta e tem uma arte extraordinária em criar os momentos chave nos contos e tem uma "moral" que é bonita de se ler…
Ficarei a aguardar pelo próximo conto.
Abraço e boa semana
Um belo final.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Foi muito bom acompanhar novamente,Elvira! Vamos esperar uma nova agora! beijos, chica
Adoro estórias que acabam muito bem, como foi o caso. Muitas vezes incompreendido!
Venha o próximo. Acho que não é do meu tempo, por aqui. :)
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Quero sair deste flagelo...
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Beijo e um excelente fim de semana.
"Vai ficar tudo bem
Elvira, pessoalmente gosto de romantismo e finais felizes, já que de coisas tristes a vida não nos poupa. Assim, ainda podemos sonhar :)
Abraço
Maravilhosa história minha querida Elvira
Agora mais que nunca é preciso dar enfase ao amor e à sua energia poderosissima
Grata por espalhar amor!
Bom fim de semana
Casaram e foram para Toscana. Mas, se calhar a estas horas já de lá fugiram para outro lugar onde não haja Coronavirus. Se já houvessem viagens para Marte, talvez já tivessem partido para lá. Neste momento será talvez o lugar mais seguro para se viver. Isto é se o Coronavirus ainda lá não se instalou?
Bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço.
Cheguei tarde mas pelo que li, gostei. Vou tentar seguir a próxima-rsrs
Bj. Bom fim-de-semana
Gostei muito de reler este teu conto porque me revi em muitas situações porque foi a mais cruel destruição do meu casamento daí ainda hoje odiar todos os jogos que envolvam dinheiro.
Adoro contos de fadas e venha ele:))
Beijocas e um bom fim de semana
Uma linda história, romântica que nos faz sonhar e viver todas as emoções da personagem central, amei, parabéns!
Beijos e feliz domingo de ramos!
Parabéns Elvira! Uma história/estória bela, bem romântica, e com final feliz.
Abraços,
Furtado
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