Gabriel, que até aí permanecera em pé, sentou-se a seu lado. Apesar de toda a sua fama de homem sem escrúpulos nem sentimentos, nas relações com o sexo oposto, vê-la a chorar, desestabilizou o seu sistema emocional.
Estava atordoado. Primeiro tinha sido a surpresa, de descobrir que a sua eficiente mas insignificante secretária, era a lindíssima bailarina. Depois a ideia de que havia alguma coisa por trás daquela insólita atitude, e agora aquela confissão, seguida de um choro angustiante.
Sentia-se enganado, estava furioso e ao mesmo tempo desconcertado. Principalmente porque um estranho desejo de abraçá-la, e confortá-la, lutava contra a vontade que sentia de denunciá-la à polícia.
Tirou do bolso das calças um lenço imaculadamente branco.
Sentia-se enganado, estava furioso e ao mesmo tempo desconcertado. Principalmente porque um estranho desejo de abraçá-la, e confortá-la, lutava contra a vontade que sentia de denunciá-la à polícia.
Tirou do bolso das calças um lenço imaculadamente branco.
- Toma. Enxuga esse rosto, e vamos embora. Precisas ir buscar alguma coisa lá dentro?
- Não. Só trouxe a bolsa e tenho-a aqui.
-Ótimo. Espera aqui por mim, vou só despedir-me do casal com quem estava.
Levantou-lhe o queixo obrigando-a a fitá-lo.
- Não te passe pela cabeça fugir. Estou tentado a confiar em ti. Não me faças acreditar, que todo esse choro, é apenas mais uma demonstração da tua arte de fingimento. Acredita que posso ser muito pior do pensas que sou, se descobrir que me tentas enganar.
Afastou-se. Encontrou os amigos no bar, desculpou-se com uma dor de cabeça, o que fez o amigo soltar uma gargalhada, sinal evidente de que pensava que ele tinha arranjado companhia para o resto da noite, mas não se preocupou em dar explicações e voltou ao jardim.
Encontrou-a exatamente no mesmo lugar, os olhos vermelhos, o olhar perdido. Uma tal expressão de sofrimento era impressionante. Não era possível que fosse fingimento. Ninguém conseguia fingir com tal arte, sem que a sua expressão corporal o denunciasse.
Ajudou-a a levantar-se, e caminharam juntos até ao estacionamento.
- Trouxeste o carro?
- Não. Vim com uma colega.
- E não tens que a avisar?
- Quando terminamos a exibição, disse-lhe que estava muito cansada e ia chamar um táxi. Deve pensar que já estou em casa.
- E não tens que a avisar?
- Quando terminamos a exibição, disse-lhe que estava muito cansada e ia chamar um táxi. Deve pensar que já estou em casa.
Abriu a porta do carro.
-Entra. Vamos conversar como dois adultos. Na tua casa, ou na minha, tu escolhes.
- Num lugar público.
- Não! Ou confias em mim, ou não. E se não confias, também não tenho qualquer interesse no que tenhas para me dizer. De qualquer modo vou levar-te a casa, se me disseres onde moras.
Ela disse-lho e ele dirigiu em silêncio até à porta. Ela também se manteve em silêncio, perdida nos seus pensamentos. Não sabia se podia confiar nele. Mas sentia-se tão perdida e tão cansada!
- Chegamos - disse ele estacionando o carro.
Virou-se para a olhar. A jovem continuava absorta, como se estivesse ausente. Pálida, os olhos vermelhos, o rosto borrado pela maquilhagem desfeita pelas lágrimas, era a expressão do desalento. Gabriel saiu do carro, deu a volta ao mesmo, abriu a porta e estendeu-lhe a mão. Voltou a sentir uma impressão estranha. Raios, tinha razão para estar zangado, ela acabara por confessar que estava na empresa para o espiar. No entanto passado o choque inicial, e principalmente depois que a vira chorar, sentia a sua raiva amolecer. Ouviu-se a dizer:
- Queres deixar para amanhã? Deves estar cansada!
- Não. Se tenho que o fazer, quanto mais depressa melhor.
Pegou nas chaves, mas sentindo as mãos trementes estendeu-lhas:
- Por favor, abra o senhor!
14 comentários:
Boa noite Elvira,
A história está ao rubro.
Muito emocionante. Estou a gostar imenso.
Beijinhos e bom descanso.
Ailime
Agora é que vão pôr os pontos nos i's ou não.
Abraço.
adoro este mistério que faz querer já o próximo capitulo eheheheh
Boa noite, Elvira
Como já vi um namora começar depois do gajo enfiar uma bofetada na rapariga não digo nada...
Abraço
A cada capítulo fica mais interessante... 👏👏👏👏👏
O que será que ainda ainda para lhe dizer? Hummm gostei
Bom dia
Bom dia:- Cada vez mais as coisas mudam entre patrão e secretária. Se calhar ambos vão amolecer os seus comportamentos de um para com o outro e...........
Vamos continuar a acompanhar
.
Um dia feliz
Passando para acompanhar a história, deixo-lhe um forte abraço, amiga!
E agora? Será que vai resolver tudo?
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
O que se está passando entre Gabriel e Sandra, faz-me lembrar o filme. "Ódio que gerou o Amor".
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.
Abraço Elvira, fique bem :)
Muito bom, Elvira!
Continuo entusiasmada com a trama.
Beijo.
História maravilhosa, envolvente e misteriosa!
Beijinhos!
Ainda estou com dúvidas quanto ao personagem masculino… a ameaça teria sido desnecessária e tal reforça a má "fama".
é um texto de transição, e os próximos podem dar um novo rumo ao enredo.
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