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24.3.20

DIVIDA DE JOGO - PARTE XV







Naquele domingo, Eva levantou-se cedo, mas não saiu de casa. Estava decidida a ter uma conversa séria, com André. Tentava entender as razões da mudança de comportamento dele, mas não encontrava nenhuma. Estava desesperada. Ela já tinha visto um filme semelhante com Alfredo, e sabia como tinha acabado. Toda a segurança que julgara sentir naqueles três meses de sonho, se evaporara.
Tomou banho, vestiu uns calções brancos, e um top azul-claro. Apanhou o cabelo num rabo-de-cavalo, e calçou umas sandálias sem salto.
Eram dez horas, quando ele apareceu na cozinha. Vestia calças de ganga pretas e um polo vermelho justo, que punha em evidência a sua impressionante figura.
- Bom dia. Não saíste hoje? - perguntou
-Pois, parece que não. Dava-te jeito que tivesse saído? Porquê, André? O que foi que aconteceu entre nós? Pensei que éramos amigos. Que podia confiar em ti. E de repente parece que recuei no tempo. Estou a viver o mesmo pesadelo. Interrogo-me a cada momento, se vou acabar de novo, numa mesa de jogo.
Crispou-se o rosto masculino.
- Não te atrevas a comparar-me com o teu falecido marido, - disse com raiva, dando dois passos e agarrando-a pelos ombros.
- Não? Então explica-me a diferença, - desafiou-o.-  Porque a sensação que eu tenho, é que estás a agir exatamente como ele.
Largou-a. Deixou cair os braços ao longo do corpo, e virou-lhe as costas.
- Não posso. Não agora. Tens que confiar em mim, – disse com voz rouca.
- Deus é testemunha que o desejo de todo o coração, - disse encostando o rosto às costas dele, e passando-lhe os braços à volta do peito. Sentiu o tremor do corpo masculino, o retesar dos músculos e teve a certeza de que não lhe era indiferente. Então porque fugia dela? Eram os dois livres e adultos. E ela desejava-o.
De súbito, ele voltou-se, apertou-a contra si e beijou-a. Um beijo intenso, urgente e sôfrego, como se quisesse arrebatar-lhe a própria alma. As mãos masculinas, inquietas, percorriam-lhe o corpo, em suaves e precisas carícias, que acordavam e faziam vibrar o corpo feminino.
-Quero fazer amor contigo, “cara mia” – sussurrou-lhe enquanto lhe mordiscava o lóbulo da orelha, uma mão apertando-a contra si, a outra acariciando-lhe a pele sob o top.
- Sim, André, sim – gemeu ansiosa.
Então pegou-lhe ao colo e levou-a para o seu quarto.



Informando: Tive uma consulta telefónica com a minha médica hoje, Segunda-feira por causa do que aconteceu na Sexta-feira. Ela está convencida que se tratou de uma vertigem provocada pelo não diretamente pela crise do refluxo tido durante a noite, mas pela má noite e falta de descanso que as dores me provocaram. 
Disse que o desequilíbrio, as coisas a andar à roda e o falta de força nas duas pernas, fazem crer tratar-se disso. Disse-me que ficaria preocupada, se a falta de força fosse só numa das pernas. De qualquer modo disse-me os sinais a que devia estar atenta, além de medir a Tensão Arterial diariamente, falta de força num dos lados, problemas de visão, náuseas, vómitos,  etc. Estou certa de que ela tem razão. 
Obrigado a todos pelo vosso cuidado.

14 comentários:

redonda disse...

Deve ter sido um grande susto e a situação que estamos a viver também não ajuda.
Um abraço, as melhoras e muito cuidado

Pedro Coimbra disse...

Isto está a ficar apimentado...
Abraço

chica disse...

O conto está bem "temperadinho" Quanto à ti, vamos torcer que fiques bem e nada mais apareça! beijos, chica

Maria João Brito de Sousa disse...

Ainda bem que telefonou à sua médica! Fica a Elvira mais aliviada e ficamos todos nós mais descansados por saber que não foi nada de grave :)
Continuarei a vir até cá sempre que me for possível. Quero ir sabendo de si e confesso que estou curiosa quanto ao desenrolar desta "Dívida de Jogo".

Forte abraço!

" R y k @ r d o " disse...

Bom dia:- Todos (quase) os homens - eu não porque sou um santo de carne e osso - são maravilhosos até levarem a mulher para a cama. Depois... outro galo cantará. Oxalá a Eva não venha a sofrer da chamada "Canção do bandido".
.
Uma feliz Terça-Feira

Portuguesinha disse...

Força Elvira.
Muita força!!!

Cidália Ferreira disse...

Hummm agora vem a parte melhor... Lool estou a adorar!

Cuide-se minha amiga!
-
Primavera assombrada...
-
Campos vazios em prosas floridas
Vai tudo ficar bem
Beijos e uma excelente tarde

Mila Noronha disse...

Adorei, mas acho que tenho de ir ler para trás.Tudo de bom. Bj

Sugerimos o nosso linke, se pretenderem visitar.
https://dizmecomochegasteaqui.blogspot.com/

Isabel disse...

Minha querida Elvira
A ansiedade por vezes provoca sintomas...
O importante agora ŕé resguardar se
Vai tudo correr bem
Até sempre

Edum@nes disse...

A coisa está a aquecer. Daqui a nada está pegando fogo.

Agora posso mas não deve sair de casa. Estou cumprindo à risca as recomendações do governo. Como não faço as minhas caminhadas hoje medi a tensão arterial e estava acima dos 8-13. O que é quando raro acontecer nos dias que posso caminhar.
Com muita saúde à mistura desejo para si amiga Elvira e para seu marido uma muito boa noite. Um abraço.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
A história está ao rubro!
Continuando a seguir com muito interesse.
Espero que, entretanto, esteja completamente bem.
Beijinhos,
Ailime

teresa dias disse...

Elvira, este malvado vírus mexe com o nosso sistema nervoso.
Fique calma e siga as indicações da médica.
Beijo, cuide-se.

João Santana Pinto disse...

É o que faz ler vários dias depois… fico feliz mas tome conta de si…


Foi um grande avanço… um avanço esperado, mas normalmente nos meus textos sou acusado de fazer estas coisas demorar muito tempo, eu teria muito certamente os deixado apenas ao nível do beijo (sorrisos), o seu texto parece-me muito mais real, um casal que se ama, confinado a uma casa não teria muito certamente outra conclusão.

Em todo o caso, tal como esperado, continuamos a aguardar respostas que nos prendem aos próximos textos.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Esquentou entre os dois, amei! Quanto a sua saúde, se cuide!
Beijos!