- Está nervoso? - perguntou Pedro, mais para aquietar o outro do que por curiosidade.
- É a primeira vez que venho ao médico – respondeu o jovem – sempre fui saudável, mas ultimamente não sei o que tenho. Faltam-me as forças, canso-me a andar, não me apetece comer, e durmo mal. Não é normal na minha idade. E você?
– Bem, a mim acontece-me mais ou menos o mesmo. - respondeu Pedro. É por isso que aqui estou. Também é a primeira vez.
- Pedro Medeiros chamou a assistente do médico.
Ele levantou-se mais nervoso ainda. Seguiu a assistente por um curto corredor, e atravessou a porta do consultório que ela lhe abrira.
Na sua frente estava uma sala com uma enorme secretária, atrás da qual se encontrava um homem dos seus cinquenta anos, cabelos grisalhos, e uns olhos que se escondiam atrás dos óculos de grossas lentes. Vestia uma bata branca. Ao lado da secretária um biombo branco escondia talvez alguma maca, ou marquesa, como dizia a sua mãe. Ao canto um aparelho grande, branco. "Deve ser o tal da radioscopia," - pensou.
- Sente-se, - disse o médico de mão estendida, apontando a cadeira vazia na frente da secretária. A assistente, poisou a ficha do doente na frente do médico e saiu fechando a porta atrás de si.
- Ora então diga-me lá, de que se queixa, senhor... - olhou para a ficha e continuou - Pedro Medeiros, não é verdade?
O jovem assentiu com a cabeça, em vez de responder. Sentia-se intimidado. Engoliu saliva e a custo, explicou os sintomas. Quando acabou, o médico levantou-se, colocou o estetoscópio e disse:
- Passe ali para trás do biombo e dispa a camisa:
Pedro levantou-se e fez o que o médico lhe mandara. Este aproximou-se dele e fez um demorado exame, ao mesmo tempo que lhe mandava respirar fundo, e tossir. Depois dirigindo-se à secretária pegou no esfigmomanómetro e mediu-lhe a tensão arterial. Por fim mandou-o deitar, apalpou-lhe a zona do fígado, do estômago, do apêndice. Mirou-lhe os olhos e mandou-lhe pôr a língua para fora. Endireitou-se e disse:
- Agora venha aqui a este aparelho.
Pedro seguiu-o cada vez mais nervoso, e foi fazendo o que o médico lhe pedia. Uns minutos depois o clínico deu o exame por terminado e dirigindo-se para a secretária disse:
- Pode vestir-se.
E começou a rabiscar algo. Quando ele se sentou já vestido, o médico disse:
- Não lhe encontro nada de nada. Mas para afastar qualquer hipótese, e ver se descobrimos a razão dos seus sintomas, vai fazer umas análises e volta quando tiver os resultados.
E dizendo isto estendeu-lhe a folha onde antes estivera a escrever.
Pedro, pegou na folha e balbuciando um obrigada dirigiu-se à porta e saiu. Antes ainda ouviu a última recomendação do médico:
- Dê uns passeios e distraia-se.
- É a primeira vez que venho ao médico – respondeu o jovem – sempre fui saudável, mas ultimamente não sei o que tenho. Faltam-me as forças, canso-me a andar, não me apetece comer, e durmo mal. Não é normal na minha idade. E você?
– Bem, a mim acontece-me mais ou menos o mesmo. - respondeu Pedro. É por isso que aqui estou. Também é a primeira vez.
- Pedro Medeiros chamou a assistente do médico.
Ele levantou-se mais nervoso ainda. Seguiu a assistente por um curto corredor, e atravessou a porta do consultório que ela lhe abrira.
Na sua frente estava uma sala com uma enorme secretária, atrás da qual se encontrava um homem dos seus cinquenta anos, cabelos grisalhos, e uns olhos que se escondiam atrás dos óculos de grossas lentes. Vestia uma bata branca. Ao lado da secretária um biombo branco escondia talvez alguma maca, ou marquesa, como dizia a sua mãe. Ao canto um aparelho grande, branco. "Deve ser o tal da radioscopia," - pensou.
- Sente-se, - disse o médico de mão estendida, apontando a cadeira vazia na frente da secretária. A assistente, poisou a ficha do doente na frente do médico e saiu fechando a porta atrás de si.
- Ora então diga-me lá, de que se queixa, senhor... - olhou para a ficha e continuou - Pedro Medeiros, não é verdade?
O jovem assentiu com a cabeça, em vez de responder. Sentia-se intimidado. Engoliu saliva e a custo, explicou os sintomas. Quando acabou, o médico levantou-se, colocou o estetoscópio e disse:
- Passe ali para trás do biombo e dispa a camisa:
Pedro levantou-se e fez o que o médico lhe mandara. Este aproximou-se dele e fez um demorado exame, ao mesmo tempo que lhe mandava respirar fundo, e tossir. Depois dirigindo-se à secretária pegou no esfigmomanómetro e mediu-lhe a tensão arterial. Por fim mandou-o deitar, apalpou-lhe a zona do fígado, do estômago, do apêndice. Mirou-lhe os olhos e mandou-lhe pôr a língua para fora. Endireitou-se e disse:
- Agora venha aqui a este aparelho.
Pedro seguiu-o cada vez mais nervoso, e foi fazendo o que o médico lhe pedia. Uns minutos depois o clínico deu o exame por terminado e dirigindo-se para a secretária disse:
- Pode vestir-se.
E começou a rabiscar algo. Quando ele se sentou já vestido, o médico disse:
- Não lhe encontro nada de nada. Mas para afastar qualquer hipótese, e ver se descobrimos a razão dos seus sintomas, vai fazer umas análises e volta quando tiver os resultados.
E dizendo isto estendeu-lhe a folha onde antes estivera a escrever.
Pedro, pegou na folha e balbuciando um obrigada dirigiu-se à porta e saiu. Antes ainda ouviu a última recomendação do médico:
- Dê uns passeios e distraia-se.
17 comentários:
Li os dois capítulos últimos e, como qualquer início de história, ainda a procissão não saiu da Igreja.
Sigo os acontecimentos com o habitual interesse.
Um abraço, Elvira
E cá vamos nós, numa outra história que já garante interesse.
Boa noite, Elvira
Agora vamos esperar resultados exames...Seguindo! bjs, chica
Fico na expectativa,Elvira
Desejando que o belo rapaz 'nada tenha de nada' rs
beijim
Ansiedade??
Cheira a ansiedade...
O remédio mais seguro é casar. Pelo menos tem companhia para repartir as preocupações e se ela for do tipo chato até se esquece do que o aflige.
Estou a acompanhar e a gostar, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
De leitura em dia, deixo-lhe um abraço, Elvira.
(fiz um roteiro para a Elvira, nas minhas "Viagens pelo Oeste)
abraço
Olá, Elvira...
Acompanhando o que vem pela frente...
Bjs e boa quarta-feira
Acho que está a começar bem, mas é apenas o inicio... ainda há muita coisa para acontecer!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
O médico não lhe encontrou nada de nada, mas as análises podem encontrar o que o médico não encontrou?
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.
Estou a gostar da história ;)) Cansaço:..
Hoje:-Para além do infinito
Bjos
Votos de uma óptima noite
E aqui estou novamente, "preso" à sua história e a aguardar por mais...
Em todo o caso, o primeiro diagnóstico do Médico parece-me para já adequado... O sair de casa, o apanhar ar, o passear e conviver ajudam pelo menos a um dia a dia melhor...
beijinhos
Abraço Elvira
Alguma depressão?
Não sou o que não quero ser. [Poetizando e Encantado]
Beijos, e um excelente dia!
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