Seguidores

20.6.19

UM PRESENTE INESPERADO -PARTE XXVIII

Ricardo encontrava-se sentado no sofá, da sala, que mantinha às escuras, desde que chegara, da casa de Isabel.
Estava contente por ela ter aceitado a sua proposta. Era o melhor para a criança e para eles. Não ia para tribunal, lutar pela sua guarda, mas aquela menina era a única pessoa do seu sangue, que lhe interessava, não queria nada com o irmão e dispensava os filhos dele. Reconhecia que pela emoção, Isabel deveria ficar com a menina. Amava-a, cuidara dela desde que nascera. Mas as suas condições financeiras não lhe permitiam dar-lhe o que ele lhe podia proporcionar. Logo o ideal era a criança ser criada pelos dois. Depois, casar com Isabel, não era sacrifício nenhum. Ela não era propriamente uma beleza, mas tinha um rosto interessante, onde brilhavam uns olhos castanhos, num tom que lhe lembrava o chocolate, e uma boca pequena e bem desenhada. O cabelo comprido (que ele gostaria de ver solto) era castanho dourado. Não, não era uma beleza que chamasse a atenção, mas havia qualquer coisa nela que a tornava especial. Talvez a luz que irradiava dos seus olhos. Era como se a alma lhe quisesse escapar por eles. Nunca tinha visto aquela luz em qualquer outro ser. Se ele confiasse nas mulheres, seria fácil apaixonar-se por ela. Mas não, ele não se deixaria enganar de novo. Tinha-o jurado a si mesmo, há muitos anos atrás. Além do mais, casado não teria necessidade de procurar outras mulheres, nem de estar sempre alerta contra as armadilhas em que elas são mestras. Tinha a certeza que a nível sexual o casamento ia ser um sucesso. Excitava-se só de lembrar o que tinha sentido quando a beijara.
Admirara-se com o casamento quase clandestino que ela impôs. Sempre pensou que o dia do casamento, era o dia com que as mulheres mais sonham, e os casamentos de amigos a que foi convidado, as noivas sempre pareciam umas princesas. Mas enfim ela tinha uma ideia diferente, ele não ia criar um entrave por causa disso. Tinha a certeza que mais tarde, quando ela se habituasse à vida que ele tinha, iria mudar de ideias. 
Quem em plena posse das suas faculdades mentais, iria querer uma vida de privação e sacrifício, quando tinha à mão de semear, uma vida sem dificuldades?   
Esticou o braço, acendeu a luz e pôs-se de pé. Olhou o relógio de pulso. Meia-noite. No dia seguinte tinha muito que fazer. Ir ao registo para dar andamento aos papéis necessários ao casamento. Precisava ligar ao Artur. Contar-lhe o que tinham decidido e convidá-lo para apadrinhar a cerimónia. Afinal aquele casamento tinha sido ideia sua. Esperava que o tempo de espera não fosse longo, afinal se os dois tinham nascido na cidade e eram maiores de idade, não havia razões para longa espera. Se houvesse necessidade de pagar urgência fá-lo-ia. Faltava pouco mais de um mês para o Natal, e gostaria de já estar casado nessa data. Era a única época do ano em que sempre se sentia sozinho, e meio depressivo.
Apagou a luz e dirigiu-se à casa de banho, a fim de se preparar para dormir.


Estão todos convidados para o casamento. Amanhã.


16 comentários:

chica disse...

Oba! Amanhã tem festa!!! Já vou preparar minha roupa,rs...Vamos esperar! beijos, chica

noname disse...

Como é em Lisboa, vou já hoje, para amanhã não estar amarrotada eheheheheh

Boa noite, Elcira

Cidália Ferreira disse...

Estou perneta mas também lá chego.Mesmo de telemóvel não quis perder o episódio. Mas não volto ainda.


Beijinhos. Boa noite

Sandra May disse...

Vou já escolher meu traje para ir ao casamento...
Até amanhã, Elvira!

Pedro Coimbra disse...

Na Matemática dois negativos dão um positivo.
No romance acontece o mesmo com os desconfiados.
Abraço

Maria João Brito de Sousa disse...

Cá estarei amanhã, amiga :)

Forte abraço

teresa dias disse...

Vou já preparar a fatiota... (será surpresa para a Isabel, não?!)
Amanhã, aqui neste ponto de encontro.
Beijo.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Vai haver casamento e temos fé que o futuro dos três vai ser risonho , mas há aqui uma coisa que não vai com certeza escapar á nossa autora. Se por acaso o pai verdadeiro vier a saber desta filha , qual vai ser a reação dele , até porque sabemos que eles nunca foram propriamente muito unidos.
Vou-me preparar para sair , pois vou de carro para Lisboa ao casamento , e não quero chegar atrasado .
Até amanhã
JAFR

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história e desejar bom fim de semana.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Então amanhã é dia de festa, aproveito para desejar um bom Feriado.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Os olhares da Gracinha! disse...

Então será mais um belo capítulo!
Bom feriado...

Janita disse...

Olhe que aborrecimento! Logo amanhã que tenho um compromisso inadiável. Não se pode alterar a data do casório? Que pena...
Quem sabe ainda vou a tempo do copo-de-água, beberete ou o que for; já que não há lua-de-mel, que não fiquem os convidados também a seco...

Bom resto de feriado. :)

Olinda Melo disse...


Muito bem! Temos casamento, ainda que numa base periclitante...
Vou tentar estar presente.

Bj

Olinda

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Cá estarei para assistir ao casamento dos dois.
Vão ser felizes com certeza.
Devagar, devagarinho....
Beijinhos,
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Cheguei atrasada, mas vou ao casamento participar desse evento lindo!
Beijos!

Gaja Maria disse...

Já estou na fila da frente :)