- Bons dias.
- Bom dia, dorminhoca.- Respondeu Maria
- Vieste cedo! Tínhamos combinado alguma coisa?
- Não. Mas estava ansiosa por falar contigo.
- Já tomaste o pequeno-almoço?
- Já. Mas acompanho-te com um café.
- Pode ir para a mesa, menina. Levo-lhe já o pequeno-almoço, - disse Luísa.
- Obrigado Luísa. Viu o Miguel?
-Não, menina. Quando chegámos já não estava.
Foi para a sala e Maria foi atrás.
- Parece que não dormiu em casa, - disse baixinho
- Porque dizes isso?
-Porque a mãe estranhou o quarto arrumado.
Engoliu em seco. Onde teria ficado? E com quem?
Tinham-se sentado. Mariana, numa das cabeceiras da mesa, a amiga, a seu lado, numa das laterais.
Maria inclinou-se para a frente e perguntou baixinho:
-Como foi?
-O quê?
- A noite de Natal, tu e Miguel.
- Não foi, -respondeu triste
-Ó que pena!
Depois, vendo a tristeza da amiga, acrescentou:
-Deixa lá. Vão aparecer outras oportunidades.
Calou-se enquanto a mãe colocava na mesa, uma travessa com torradas, um sumo de laranja e uma taça com frutos secos.
Quando Luísa se retirou, Mariana disse:
- Fazem-me falta as sessões de análise. Preciso desabafar.
- Estou aqui, - retorquiu Maria com seriedade, colocando a sua mão sobre a da amiga. - Se te serve de algo…
Serviu. Ante o espanto da amiga, Mariana contou tudo, desde os seus tempos de estudante, jovem, tranquila e cheia de sonhos, até à conversa com Miguel no dia anterior. As torradas arrefeceram, o sumo e os frutos ficaram intactos. Quando Luísa veio retirar a bandeja, ralhou com a filha, que estava a impedir a menina de comer, e com ela, porque assim ficava doente, as pessoas não vivem sem comer, e retirou-se zangada
Mariana retomou a conversa interrompida, e quando terminou, a amiga apertou-lhe a mão num gesto de carinho.
- Como deves ter sofrido! E agora? Que vais fazer?
- Recuperar as minhas coisas, e voltar para a minha casa. Tentar seguir com a minha vida. Sei que não vou esquecer o Miguel. Mas não consigo viver neste jogo de gato e rato, esperando por ele, e ele fugindo de mim.
- Eu no teu lugar não desistia. Não dizem que “água mole em pedra dura, tanto dá até que fura”? Então, amiga, se ele é o rochedo, sê tu a água.
- Não tenho forças, para isso. Estou farta de sofrer!
- Acredito. Deves ter sofrido horrores. Que história, meu Deus! Parece uma novela.
Mariana esboçou um sorriso e disse com tristeza:
- A vida, é bem mais complicada que uma novela, Maria.
12 comentários:
Hummm... A ausência fará acordar Miguel, eu acho, mas a autora é que sabe :-)
Boa tarde, Elvira
A vida pode ser mesmo complicada... Vamos seguindo e esperando1 bjs, chica
Creio que eles se vão entender. Mais um belíssimo capitulo :))
Hoje Ecos do silêncio ...
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira
Bom fim de semana amiga!
Um capítulo "light", enquanto outras conversas dos dois vêm pela frente... Uma decisão séria, viu!
Um abç
Pois... Nada que uma conversa entre eles não resolva! Espero bem que seja positiva. Estou muito curiosa!! :)
Beijos e bom fim de semana!
Tenho estado ausente,
porque, esse conto já li
para o ver não diferente
às vezes passo por aqui!
Como agora, mesmo, aconteceu,
para bom fim de semana lhe desejar
ler mais uma vez o que escreveu
enquanto deste mundo não abalar!
Tenha também uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.
Água mole... , é isso mesmo.
Abraço do Zé
Gran trama, Elvira. Con algunas frases remarcables, además, como aquella cuando ella dice que está cansada "esperando por él y huyendo de mi"¡¡!!
Es para premio.
Abrazo.
Ah pois é, a vida é mesmo complicada!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Boa noite Elvira,
Nesta fase da história muito interessante, em que parece estarem de costas voltadas, cada vez mais me convenço que não tarda cairão nos braços um do outro, para sempre!
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Vamos aguardar....
Bejinhos
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