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27.6.18

O DIREITO À VERDADE - IX






Quinze dias mais tarde, Lena despedia-se do tio em Santa Apolónia, onde ia apanhar o comboio para Coimbra. De lá seguiria de camioneta até Viseu. Tinha programado ficar dois dias em Coimbra para conhecer a cidade, já que tendo nascido e vivido sempre em Lisboa, o resto do país só conhecia por fotos ou documentários televisivos. Já na estação, o tio entregou-lhe um envelope, com a condição de só o abrir no comboio. Convencida que se tratava de alguma informação sobre Jorge Noronha, a jovem guardou-o na mala, e depois de um último abraço ao tio entrou no comboio.
A viagem até Coimbra não chegava a duas horas, mas ainda assim tornava-se aborrecida, e por isso a jovem levara um livro, cuja leitura lhe serviria de companhia, não só na viagem, mas também à noite antes de adormecer. “A tentação do Milagre” de Michael Cordy. Nunca tinha lido nada daquele autor, mas tinham-lho oferecido pelos seus anos e ainda não tivera oportunidade de o ler.
De tal modo se embrenhou na leitura, que se surpreendeu ao ouvir anunciar que o comboio ia entrar na estação de Coimbra. Guardou o livro, pegou na mala de viagem, e encaminhou-se para a porta, junto da qual já se encontravam algumas pessoas.
Apanhou um táxi para a levar ao hotel, onde tinha marcado alojamento, para os próximos dois dias. Precisava desses dias para tentar recuperar energias do desgaste que sofrera com os últimos três meses da vida da mãe, e para ganhar forças para a tarefa que se propunha.
Os quinze dias passados depois da morte da mãe, não tinham sido menos desgastante. Nunca pensou que a morte de alguém trouxesse tantos problemas burocráticos aos seus herdeiros. Ir às finanças, para fazer a habilitação de herdeiros, mudar o nome nas empresas de água, gás e eletricidade, cancelar o seguro da casa, e negociar outro, enfim uma parafernália de papéis para preencher, uma burocracia infernal, que não lhe deixou tempo para pensar num plano para encontrar o pai, tentar conhecê-lo, e saber se ia ou não contar-lhe quem era.
Deu entrada no hotel era meio-dia e quarenta e cinco. Aquele dia de final de mês de Agosto, apresentava-se extraordinariamente quente.
No quarto, guardou a roupa no armário, foi à casa de banho, molhou as mãos e refrescou o rosto e o pescoço. Escovou os cabelos, e saiu para ir à procura de um sítio onde pudesse almoçar, de forma mais acessível que no hotel.



Gente, tal como expliquei ontem, logo à tarde publicarei um novo capítulo desta história que só voltará depois na Segunda- Feira.

17 comentários:

_ Gil António _ disse...

Bom dia. E o envelope ficou por abrir. O que conterá?
.
* Lembrando o amor do passado *

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
desconhecia completamente a palavra " parafernália " , mas para o efeito que ela aqui foi mencionada deve fazer todo o sentido.
Terras do Dão , uma boa zona para um romance . Penso eu !!
JAFR

Cantinho da Gaiata disse...

Que será que o envelope tem? Nem sei como não o abriu.
BJ e resto de uma boa semana.

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar com interesse minha amiga.
Um abraço e continuação de boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Os olhares da Gracinha! disse...

Escolheu uma bela cidade para pernoitar e retemperar as forças!
bj

Cidália Ferreira disse...

Bom dia! Fiquei intrigada! Então e o envelope, o que teria? Fiquei curiosa ! :))


Beijo e um dia feliz

Tintinaine disse...

Os próximos dias, aqui na Póvoa, são de "caixão à cova", por causa das festas de S. Pedro. Acho que não vou ter tempo, sequer, de sentir a falta desta novela. E assim damos tempo à rapariguinha para descansar e organizar os seus pensamentos.

António Querido disse...

Eu não vou ter tempo nem para respirar, a azáfama dos preparativos para a minha boda já começaram, mas voltarei para saber o conteúdo da misteriosa carta.

Um bom S. Pedro com as torneiras abertas.

chica disse...

Curiosidade aqui...Esperando mais! bjs, chica

Edum@nes disse...

Helena vai no encalço,
do pai que não conhece
por sua mãe ter ocultado
como será que ele a recebe?

Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.

Manu disse...

Fiquei curiosa.
O que estaria escrito no bilhete que o tio lhe entregou?

Abraço Elvira

Janita disse...

E este, também não adiantou grande coisa. Sabemos que a jovem Helena já se encontra a caminho da descoberta de como chegar à fala com o progenitor e, assim, devagar se irá chegar ao longe, que o caminho não é fácil de percorrer.

Suponho que o envelope que o tio lhe entregou, terá uma certa importância em dinheiro para auxiliar nas despesas. :)

Um abraço, tudo de bom aí por casa.

Gaja Maria disse...

Também suponho que o envelope terá dinheiro, será?

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Continuando a acompanhar!
Linda a história.
Beijinhos,
Ailime

Smareis disse...

Vamos ver que mistério há no envelope.
Beijos!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Colocando em dia minhas leituras dessa bela história!
Abraços afetuosos!