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29.9.17

A RODA DO DESTINO - PARTE VII



Tinham-se passado duas semanas, desde que Salvador presenciara aquela cena que o trazia atormentado. O julgamento fora difícil, Salvador nunca tinha tido tanto trabalho com uma defesa, e apesar disso sentiu-se completamente frustrado, quando o seu cliente foi inocentado, não porque a sua inocência tinha sido inequivocamente demonstrada, mas porque o Santiago não conseguiu demonstrar de forma inequívoca, os factos de que o acusava. A sentença de inocência por falta de provas, tinha sido uma derrota para qualquer dos dois advogados, apesar de na prática, o seu cliente ter sido inocentado.
Depois do julgamento, Salvador tivera que se ausentar, durante uma semana para dar assistência jurídica a uma firma que fazia parte dos seus clientes,e quando chegara, a pedido de Santiago Castro, Raquel tinha-lhe agendado um encontro com ele. 
Santiago tinha uma proposta para lhe fazer. Ele pretendia formar uma sociedade de advogados. Escolhera meia dúzia de bons nomes que se tinham tornado mais notados em determinados campos, e estava a sondá-los para ver a viabilidade do projeto. Ele, Salvador, por exemplo, como tinha várias empresas a que dava assessoria jurídica podia ficar com essa área. Salvador, sempre trabalhara isolado, mas a proposta era muito interessante, os nomes escolhidos eram de excelentes profissionais, e ele pedira um tempo para a estudar com calma. Santiago dera-lhe um prazo até ao fim do mês. Logo que tivesse todas as respostas, marcaria uma reunião para tratar de todas as coisas inerentes à formação da Sociedade, como os estatutos da mesma, a localização dos escritórios, e tudo o mais necessário, a fim de iniciarem o novo ano, já estabelecidos. 
    Por tudo isto, só agora, duas semanas depois, daquela malfadada tarde, e porque não tinha nenhum julgamento agendado para os dias mais próximos, podia dispor de algum tempo para resolver o caso pessoal que envolvia a sua família. Tinha decidido ter uma conversa séria com a cunhada, e se ela se mostrasse arrependida e disposta a deixar o amante, não contaria nada ao irmão. Dizia a si mesmo que essa era a melhor solução por causa dos sobrinhos. Mas não queria falar com a cunhada em casa, onde podiam ser ouvidos pela empregada, ou pelas crianças. Também era impensável procurá-la na escola no seu horário laboral.
Depois de dar voltas e mais voltas à cabeça, decidiu-se. Conhecia o ninho de amor dos dois pombinhos, e embora não soubesse o andar exato onde o homem vivia, podia montar guarda ao número setenta e sete, na certeza que mais tarde ou mais cedo, iria apanhar a cunhada.
Tomada a decisão, avisou Raquel de que se ia ausentar e que não lhe agendasse nada até nova ordem.
No dia seguinte, pelas dez da manhã, estacionou o carro junto ao passeio, entrou na pastelaria do prédio ao lado e sentou-se numa mesa junto à montra, de onde via perfeitamente a porta do setenta e sete, disposto a passar ali o dia se tal fosse preciso. Se não fosse nesse dia, viria no dia seguinte, e no outro. Um dia ela voltaria.
Pediu um café e um pastel de nata, abriu o jornal que comprara à saída de casa, e dispôs-se a esperar.  
Mais de uma hora depois, viu a porta do prédio abrir-se e soltou uma imprecação ao ver que a cunhada saía do prédio sozinha e começava a andar rua abaixo. Tinha estado tão concentrado em vê-la chegar, e afinal ela estivera lá dentro aquele tempo todo. Rápido, largou o dinheiro da conta, em cima da mesa e saiu quase correndo, alcançando-a já mesmo à entrada do metro.
A sua mão caiu como garra no ombro dela.
-Não deste aulas hoje, Ana Clara?


E AGORA VOLTAMOS AO SALVADOR? SERÁ QUE ISTO É COMO NO SUPER? VÃO LER DUAS HISTÓRIAS EM VEZ DE UMA?


                                                

13 comentários:

chica disse...

Bom voltar ao Salvador..Agora esse encontro..Veremos como acontecem as falas...Gostando de ler! bjs, chica

Tintinaine disse...

Não vai tardar muito que as duas histórias se cruzem. Toca a esperar com paciência.

Edum@nes disse...

Será que o amor põe tonto,
Salvador, armado em espião
não se sabendo até quando
continuará a prosseguição?

Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Anete disse...

Vamos adiante, com expectativas multiplicadas... Talvez o conto mais drama-suspense que vejo por aqui...
Bom fim de semana! Abraço

Bell disse...

Tudo pode acontecer...


bjokas =)

redonda disse...

Eu acho que esta não é a Ana Clara mas a Anete e queria ler já agora o capítulo seguinte!!!
(estou a gostar muito desta história)

um beijinho e bom fim-de-semana

Teresa Isabel Silva disse...

Tanta coisa em aberto... Eu fico cada vez mais curiosa!

Bjxxx
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Os olhares da Gracinha! disse...

E o enredo adensa_se!!!
Bj

Cantinho da Gaiata disse...

Cada vez mais entusiasmada com o enredo.
Nem consigo imaginar o que se irá passar.
Beijinho ternurento.

Jack Lins disse...

Olá Elvira,
Estou curiosa com o que irá acontecer.
Grande beijo

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Estou confundindo minha cabeça. Por que trair?Não seria mais fácil o divórcio? Mas quero ver o fim dessa história.
Amanhã volto e leio mais três postagens
Beijos
Lua Singular

Smareis disse...

Pelo seguimento da história, tudo pode acontecer!
Beijos!

Rosemildo Sales Furtado disse...

Curioso e aguardando o resultado do papo dele com a Ana Clara.

Abraços,

Furtado