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1.12.16

A TI'ESPERANÇA DOS OLHOS VERDES - PARTE VII





Esperança, a doce namorada, estava muito longe de si, e da sua nova situação de homem rico. E casando com Laura, podia juntar à sua, a imensa fortuna do sogro.
Além disso Esperança era uma moça simples, que talvez nem soubesse mover-se no seu mundo. Laura era uma mulher elegante, habituada a frequentar qualquer lugar por muito chique que fosse. Movia-se na sociedade como peixe dentro de água.
Aos poucos, foi encurtando as cartas para Portugal. Às vezes sentia-se um canalha, e tinha vergonha de si. Logo porém afastava esses sentimentos, como quem afasta um obstáculo que o estorva. E casou com Laura. Graças à influência do sogro, o prestígio do Chico cresceu, bem como os seus negócios.
Curioso, foi que crescera também um sabor amargo, uma desilusão que não o deixava ser feliz.
Tarde demais dera conta de duas coisas. A primeira era que se vendera miseravelmente por dinheiro; a segunda era que Laura era muito diferente da meiga Esperança. A mulher era independente e caprichosa. Tinha tanto de bela como de leviana. Enquanto o pai era vivo, ainda se fora comportando. Porém com a sua morte, foi como se, se rompessem todas as cadeias que ainda a prendiam á decência. Saía de casa a qualquer hora sem dar satisfações ao marido, e quando este lhe chamava a atenção para o facto de que não era correto uma mulher casada sair com outro homem que não o marido, ela ria-se dele, dizendo que era apologista do amor livre.
Pensou divorciar-se, mas naquela época, não era permitido o divórcio no Brasil. E assim, naquele inferno, viveu dezoito anos.
Quantas vezes, ao longo desses anos, pensou em Esperança. Desesperava-se pensando que estava a pagar o pecado de ter desprezado uma boa rapariga, que tudo lhe dera física e moralmente.

14 comentários:

maria disse...

Enfim... será que ele consegue reparar o erro?

Edum@nes disse...

Cá se fazem, cá se pagam. Porque que é que o Chico casou com a Laura se a não amava. Do que lhe servia ter muito dinheiro se o não podia amar, sem o amor de uma mulher, o Chico era infeliz!

Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Rogério G.V. Pereira disse...

Elvira, que se passa?
Estes personagens são
uma verdadeira desgraça!

Põe nisso tino
e nem penses dar chance ao Chico
esse novo-rico,
cretino

Odete Ferreira disse...

Sempre a espicaçar o leitor!
Acompanhando...
Bjo, Elvira :)

Pedro Coimbra disse...

Tarde piaste???

São disse...

Dezoito anos? Deveria ser vinte e cinco, que é pena máxima em Portugal...

Boa semana e abraços

Prata da casa disse...

Depois do mal feito, chorar não é proveito, ou será que ainda poderá remediar a asneira?
Bjn
Márcia

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Jaime Portela disse...

Casar por dinheiro dá sempre mau resultado...
Estou a gostar desta história. Bem contada, como sempre.
Bom fim de semana, querida amiga Elvira.
Beijo.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar e está interessante.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar

Dorli Ramos disse...

É a ganância da riqueza que faz das pessoas vermes em que pisamos a qualquer hora.
É tão tão bom ficar embaixo de uma palmeira jogar beijinhos para lua e se envolver em deliciosos beijos rolando na grama.
Beijos
Minicontista2

Os olhares da Gracinha! disse...

Reparar o erro pode parecer ... pouco fácil!
bj

Gaja Maria disse...

A ver onde isto vai levar. Boa noite Elvira

Rosemildo Sales Furtado disse...

O Chico tem que provar o sabor amargo de um castigo maior.

Abraços,

Furtado