Esperança, a doce namorada, estava muito longe de si, e da sua nova situação de homem rico. E casando com Laura, podia juntar à sua, a imensa fortuna do sogro.
Além disso Esperança era uma moça simples, que talvez nem
soubesse mover-se no seu mundo. Laura era uma mulher elegante, habituada a
frequentar qualquer lugar por muito chique que fosse. Movia-se na sociedade
como peixe dentro de água.
Aos poucos, foi encurtando as cartas para Portugal. Às vezes
sentia-se um canalha, e tinha vergonha de si. Logo porém afastava esses
sentimentos, como quem afasta um obstáculo que o estorva. E casou com Laura. Graças à influência do sogro, o prestígio do
Chico cresceu, bem como os seus negócios.
Curioso, foi que crescera também um sabor amargo, uma
desilusão que não o deixava ser feliz.
Tarde demais dera conta de duas coisas. A primeira era que
se vendera miseravelmente por dinheiro; a segunda era que Laura era muito
diferente da meiga Esperança. A mulher era independente
e caprichosa. Tinha tanto de bela como de leviana. Enquanto o pai era vivo, ainda se fora comportando. Porém com a
sua morte, foi como se, se rompessem todas as cadeias que ainda a prendiam á
decência. Saía de casa a qualquer hora sem dar satisfações ao marido, e quando
este lhe chamava a atenção para o facto de que não era correto uma mulher
casada sair com outro homem que não o marido, ela ria-se dele, dizendo que era
apologista do amor livre.
Pensou divorciar-se, mas naquela época, não era permitido o
divórcio no Brasil. E assim, naquele inferno, viveu dezoito anos.
Quantas vezes, ao longo desses anos, pensou em Esperança. Desesperava-se
pensando que estava a pagar o pecado de ter desprezado uma boa rapariga, que
tudo lhe dera física e moralmente.
14 comentários:
Enfim... será que ele consegue reparar o erro?
Cá se fazem, cá se pagam. Porque que é que o Chico casou com a Laura se a não amava. Do que lhe servia ter muito dinheiro se o não podia amar, sem o amor de uma mulher, o Chico era infeliz!
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Elvira, que se passa?
Estes personagens são
uma verdadeira desgraça!
Põe nisso tino
e nem penses dar chance ao Chico
esse novo-rico,
cretino
Sempre a espicaçar o leitor!
Acompanhando...
Bjo, Elvira :)
Tarde piaste???
Dezoito anos? Deveria ser vinte e cinco, que é pena máxima em Portugal...
Boa semana e abraços
Depois do mal feito, chorar não é proveito, ou será que ainda poderá remediar a asneira?
Bjn
Márcia
A passar para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Casar por dinheiro dá sempre mau resultado...
Estou a gostar desta história. Bem contada, como sempre.
Bom fim de semana, querida amiga Elvira.
Beijo.
Continuo a acompanhar e está interessante.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
É a ganância da riqueza que faz das pessoas vermes em que pisamos a qualquer hora.
É tão tão bom ficar embaixo de uma palmeira jogar beijinhos para lua e se envolver em deliciosos beijos rolando na grama.
Beijos
Minicontista2
Reparar o erro pode parecer ... pouco fácil!
bj
A ver onde isto vai levar. Boa noite Elvira
O Chico tem que provar o sabor amargo de um castigo maior.
Abraços,
Furtado
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