Alcafache. Carruagem em chamas após o embate. Foto do Google
Depois foi a vez de fazer um outro aparelho para movimentar as pernas. A técnica disse-lhe que haviam esses aparelhos à venda, nas casas de produtos ortopédicos. Ele foi para comprar, mas como eram mais caros, do que ele podia gastar, e a reforma da mulher mal chegava para a medicação, veio para casa e construiu um aparelho parecido com o que tinha visto à venda, só que de madeira. com uns velhos pedais de bicicleta, e no pedal esquerdo colocou umas correias que prendiam com fivela, como se fora uma sandália, de modo a que o pé paralisado da mulher, se segurasse.
A 11 de Setembro, desse ano acontece em Portugal o maior desastre ferroviário de sempre. O desastre ocorreu em Alcafache, Mangualde, entre um comboio de serviço internacional que saíra do Porto com destino à França, maioritariamente composto por emigrantes, que terminadas as férias regressavam à França, e um outro comboio regional que se dirigia a Coimbra. Alcafache, era um apeadeiro, entre Nelas e Mangualde, zona onde havia apenas uma linha. O serviço regional, chegou à estação de Mangualde, e em vez de aguardar aí pelo serviço internacional seguiu viagem. O comboio internacional estava com um ligeiro atraso. Talvez que o maquinista tivesse pensado que o atraso era maior e lhe daria tempo de chegar a Nelas onde aguardaria pela passagem do internacional. A verdade nunca se saberá. O certo é que os dois comboios chocaram, e de seguida incendiaram-se. Apesar do pronto socorro, pensa-se que terão morrido no acidente, cerca de 150 pessoas, embora as circunstâncias do mesmo, e a falta de controlo sobre o número de passageiros em ambos os serviços, impeçam uma contagem exacta do número de vitimas mortais. Os números oficiais, dizem que morreram no acidente 49 pessoas, das quais apenas se conseguiram identificar 14. Mais 64 foram oficialmente dados por desaparecidos. Na casa do Manuel, como em tantas outras no país, seguia-se a tragédia pela TV. Ele tinha acabado de dar a comida à mulher e preparava-se para jantar, quando ela se começou a sentir mal. A empregada já tinha saído, e aflito telefonou à filha, que lhe disse para chamar a ambulância, a fim de não perderem tempo, que ela ia já para lá. Como morava a poucos metros de distância, em menos de cinco minutos a filha estava junto da mãe, e não lhe foi difícil verificar que ela estava com nova recidiva do anterior AVC. Era a segunda vez que acontecia, e ela sabia que sempre que acontecia a recuperação da mãe, tinha que voltar ao inicio.
11 comentários:
Tudo tem um ciclo e apesar de triste e muito dorido, a idade e a vida dura não perdoam. Beijinho Elvira
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O fim não devia ser assim,
depois duma vida de tanto trabalho!
Não devia ser assim...
Terno abraço, Elvira.
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ELVIRA, COMO SABES ESTOU EM DIAS DE FÉRIAS, POR ISSO NÃO CONSIGO LER TEXTOS GRANDES DAQUI. Agradeço o carinho por lá, deixo um bjs praiano,chica
Elviramiga
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RELEMBRAR
Como sabem este blogue é herdeiro daquele(s) [A Travessa do Ferreira foi o que durou mais...] que fiz durante 13 (treze) anos e que me foram “roubados” sem que soubesse o motivo!!!... Bem me desunhei para saber o que se passara - mas o Google disse-me que o caso estava em análise...
Estava, está e estará digo eu. Fiquei muito chateado como sei que compreenderão. Por isso comecei com este http://anossatravessa.blogspot.pt Tendo em conta isso, espero que me compreendam e colaborem comigo mandando comentários, enviando-me os vossos imeiles para ferreira20091941@gmail.com
E assim tornar-se-ão minhas seguidoras e meus seguidores, o que muito vos agradeço.
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1) Estou a preparar-me para também vos SEGUIR mas preciso da ajuda dos meus assessores/netos e neta para o fazer...
2) Se quiserem fazer o favor divulguem este blogue por toda a vossa malta. E para já chega... :-))))))
Também vou publicar, como sempre fiz, o meu PERFIL tão completo como me for possível - mas, está visto, resumido... :-))))))))))))))))))))
Qjs
Leãozão
Partilhas da memória
que avivam a nossa
Lembro Alcafache e temo pelas consequências de um segundo AVC.
Para muita gente é fatal...
Elvira...um ciclo de vida e ainda bem que há um recomeço!!!
Bj amigo e mais uma descrição fantástica
Lembro-me desse acidente em Alcafache como se fosse hoje.
Claro que para o Manel da Lenha era muito mais importante o que estava a passar-se na sua casa e na sua vida.
Sempre muito difícil lidar com situações como a da mãe.
Continuo a acompanhar com muito interesse,
Bjo, Elvira
As alegrias nesta fase são bem poucas, e o futuro não se apresenta nada risonho.
Abraço do Zé
Estou por aqui a acompanhar...sempre:) E deixo-lhe um grande beijinho e votos de um resto de bom fim de semana.
Beijinhos
elisaumarapariganormal.blogspot.pt
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