As duas fotos que a filha do Manuel lhe enviou de Moçambique, para provar o casamento religioso realizado em Nampula. Na segunda foto é notória a diferença do vestido da noiva em relação ao casamento realizado no Barreiro
Em Janeiro de 71, chega uma carta da filha a viver em Nampula. Diz que esteve muito mal, por causa de uns camarões que comeu e os médicos dizem que é alérgica e não mais pode comer. Está bem, acabou de falar com o padre da Catedral de Nampula para casarem pela igreja, e que era necessário que eles agilizassem os documentos no registo do Barreiro a fim de que o casamento pudesse ser realizado em Abril nos anos do marido. O que ela não contou, foi que estando em coma no hospital, antes mesmo de recuperar a consciência, ouvia alguém ao lado que repetia insistente. "Chamem um padre que eu vou morrer" Aquilo foi-se-lhe entranhando na cabeça, e ao voltar a ficar consciente, a primeira coisa em que pensou, foi que não poderia levar a extrema-unção porque não era casada pela igreja. A educação ultra religiosa da família materna, fazia-se impor. Enquanto Manuel, tratava dos documentos que a filha lhe pedia, o filho que entretanto tinha ido às sortes e ficara apurado, ingressava na Marinha de Guerra Portuguesa. E os documentos ficaram prontos, mesmo a tempo para que o casamento se realizasse no dia 5 de Abril desse ano de 1971.
Enquanto isso, Marcelo Caetano continuava com as suas televisivas conversas em família, e anunciava reformas administrativas, constitucionais e de ensino.
Poucos dias depois do aniversário do Manuel, chegou carta da filha. Conta como foi a cerimónia do seu casamento, manda fotografias e dá notícias do tio que a visitara recentemente. Nesse mesmo dia será descoberto o desaparecido navio "Angoche". É encontrado deserto, com sinais evidentes de ter sofrido uma explosão, e vazio da sua preciosa carga, armas para os militares portugueses e combustível para a Força Aérea.
A Frelimo, logo apontada como responsável, fará o desmentido público.
Mas poucos dias depois, no Casino Estoril, Riquita, a Miss Angola, é eleita Miss Portugal. O facto serviu para abafar de certa forma o mistério do "Angoche".
15 comentários:
Beijinho Elvira :)
Voltando p ver a continuação...
Agora a família fica contente pelo casamento religioso...
Tem a questão do navio e da miss, hum... Veremos como segue a história ...
Boa tarde... Bjs
Muito interessante essa história. Referindo acontecimentos do passado, quem de perto os não viveu, deles ouviu falar. O casamento realizou-se na data programada. A vida continuou e continua. Continuando a ser esse dia pelos no recordado!
Tenha uma boa tarde de boas recordações amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Corrijo: Pelos noivos!
Lindas fotos e bom desfecho Elvira!
Abraços,
Mariangela
A minha curiosidade não esmoreceu com o tempo.
Gostei muito de ver as fotos. Parecias/am atores de cinema!
Bjinhos, Elvira :)
A Elvira tem fotos a preto e branco muito bonitas. Dizem que a fotografia a preto e branco tem mais "alma" e estou em crer que sim.
Beijo amigo.
Essa de ter que deixar os camarões para os outros é que é uma pena!
Adorei as fotos e enfim a família pode relaxar com o casamento... Tudo tão bem contado, Elvira! Muito bom! bjs, chica
...algumas dessas memórias tinham já ficado pelo caminho...
regressaram, ao ter lido
Uma mão lava a outra, não é?
Aquela dos camarões era para fazer inveja ao "pessoal" do Barreiro.
Gostei das fotografias era mesmo assim.
Um abraço e boa Quarta-Feira.
Uma pausa para um relax com o casamento. Amei*
Beijo*
Ousada a filha! Criativa também, um vestido lindíssimo, uma apresentação ao melhor estilo de Audrey Hepburn;)
PS: Há algum motivo para não incluir os nomes das filhas e genros? Confesso ter-me perdido em quem é qual.
Oi Elvira,
Adorei o vestido de casamento.
Beijos
Minicontista2
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