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29.7.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE IX

 







Saiu do comboio em Lagos e apanhou um táxi para a casa paterna.
O motorista, homem novo e simpático, saiu em direção à cidade, e ao atravessar a velha ponte, chamou-lhe a atenção para a outra ponte metálica e levadiça, que dá acesso à marina, talvez pensando que se tratava de uma turista.

A jovem sorriu e apressou-se a esclarecer, que era natural de Lagos, e conhecia bem a cidade, donde se tinha ausentado apenas há três anos.

Havia muito movimento, o carro rodava devagar, pela longa Avenida dos Descobrimentos, conhecida dos lacobrigenses pela marginal, rumo ao Forte Ponta da Bandeira, donde subiria depois, para a parte alta da cidade, já que era aí a casa paterna da jovem. Reparou que a praça do Infante, em frente à Igreja de Santa Maria estava diferente, e comentou-o com o motorista.

-É o espelho de água inaugurado há dois anos. Do lado de lá, entre o Mercado de Escravos, a Igreja e o Armazém Regimental, fazem-se festas populares, em alguns fins-de-semana, entre Junho e Setembro.
O táxi continuou, a marcha até à Avenida das Comunidades Portuguesas, para depois seguir em direção à Torraltinha, local onde os pais de Beatriz viviam. 
Aí chegados, a jovem pagou a corrida e dirigiu-se a uma casa térrea, onde tocou a campainha.
A porta abriu-se, e um homem alto, de meia-idade, perguntou:
-Perdeste a chave?
- Não me atreveria a usá-la. Nem sequer sabia se me ias receber, -disse, com as lágrimas rolando pela face.
O pai abriu os braços e ela deixando cair a mala, aninhou-se neles.
- Perdoa-me – soluçou

- Se alguém tem que pedir perdão, esse alguém, sou eu, pela minha intransigência. Nós, os pais, esquecemos muitas vezes, que vocês têm direito a viver a vossa vida, mesmo quando achamos que vão cometer um erro. Entra. E nunca mais penses em tocar à campainha. Esta casa também é tua. A mãe está na cozinha.

Estavam os dois visivelmente emocionados. O pai empurrou-a para dentro enquanto apanhava a mala da jovem e fechava a porta.
Beatriz foi direta à cozinha, e deixou-se cair nos amorosos braços que a mãe lhe estendia.






7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

E depois percebe-se que o coração fala sempre muito mais alto.
Bfds

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Bela vai a novela e a chuva que teima em manter-se por longe!
Bom fim de semana!!!

Maria João Brito de Sousa disse...

Excelente, este reencontro com os progenitores.

Forte abraço, amiga!

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso episódio!
-
Queria tanto, ser o teu porto seguro

Beijos Bom fim de semana.

Emília Pinto disse...

Esperava isso mesmo, querida Elvira, assim como espero que a saúde esteja boa aí em casa. Um bom fim de semana, Amiga! Beijinhos
Emilia

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Tão belo e emocionante este capítulo.
Gostei muito.
Beijinhos e saúde.
Ailime