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25.7.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE VII

 




Limpou as lágrimas, chamou a empregada, pediu a conta e pagou.
- Vamos? – perguntou pondo-se de pé.
- Claro, - respondeu a amiga, levantando-se e seguindo-a.

Entraram no carro, e enquanto iniciava a marcha, Clara disse:
- Tomei a liberdade de telefonar à tua mãe e contar o que se passou. Deves compreender que o teu estado era muito grave e não se sabia as implicações que podia ter. A tua mãe ficou desesperada, e contou ao teu pai. 
Saber-te em perigo, deixou-o cheio de remorsos com a sua intransigência. Queriam vir ver-te, mas eu disse-lhes que não valia a pena uma viagem tão longa, tu não estavas capaz para visitas. Tenho-lhes dado notícias todos os dias, mas ontem não lhes disse que já tiveste alta. Queria ver-te um pouco melhor, para que sejas tu a ligar-lhes e a dar-lhes a notícia.

Beatriz não tinha palavras. A emoção sufocava-a. Era a melhor notícia que podia ter recebido. Tinham chegado à dependência bancária.
Desapertando o cinto, voltou-se para a amiga e disse:
- Importas-te de esperar um pouco enquanto lhes telefono?
- Não, mulher. Estes dias, estou por tua conta, - disse sorrindo.

Marcou o número da mãe, e aguardou nervosa:
- Sou eu mãe, -disse engolindo um soluço quando ouviu a voz da mãe, no outro lado. – Fisicamente, estou bem, já tive alta médica, mas estou muito triste.
Calou-se escutando o que a mãe dizia.
- A Clara contou-me. Tenho tantas saudades vossas.
Escutou de novo
- Agora não posso, mãe. Tenho que tratar de várias coisas, banco, seguro, finanças, legalizar a minha situação. Mas assim que trate disso vou aí passar uns dias. Preciso tanto do teu colo. Dá um abraço ao pai por mim… Não mãe, não quero falar com ele pelo telefone. Quero olhar-lhe nos olhos, quando lhe falar. Agora desculpa, tenho de desligar. Beijos, mãe.

Desligou a chorar. Estava demasiado sensível, tudo a emocionava, tudo lhe dava vontade de chorar.
Clara esperou um pouco, e depois estendeu-lhe um lenço.
-Seca essas lágrimas ou vais entrar no banco com os olhos inchados e vermelhos. O pior já passou. Agora é olhar para a frente e enfrentar de novo a vida.


6 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Algo me diz que vai ter uma surpresa bancária…
Boa semana

chica disse...

O colinho dos pais sempre faz bem e ela dele precisava! Lindo! beijos, ótima semana! chica

Tintinaine disse...

É assim mesmo, bom conselho, a vida continua não importa quantas marradas possamos levar!
Boa semana, na próxima já estaremos em Agosto!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um excelente capitulo.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

A vida parece recomeçar a sorrir para a protagonista :)

Boa semana e um grande abraço, Elvira!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um capítulo emocionante, só pode, depois do acontecimento tão triste e a vontade de se aninhar nos braços dos pais.
Beijinhos e saúde.
Desejo-lhe uma boa semana.
Ailime