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22.7.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE VI





Clara chegou às nove da manhã. Mal tocou a campainha, Beatriz vestiu o casaco pegou na mala e saiu.
Saudou a amiga, e entrou no carro.

- Conseguiste descansar? – perguntou Clara.
- Mais ou menos. Importas-te, se formos primeiro a algum lado onde possa comer alguma coisa. Ontem não tive coragem de ir às compras.
- E não jantaste?
- Bebi um chá e comi duas bolachas.
- Francamente. Precisas alimentar-te como deve ser. Estiveste mal, perdeste muito sangue. Olha, vamos parar aqui. Conheço o lugar, é sossegado e servem bem.

Estacionou o carro e dirigiram-se para o interior da pastelaria. Bastante gente ao balcão, mas apenas duas mesas ocupadas. Escolheram uma junto à janela, um pouco afastada das outras.

Depois de atendidas por uma simpática empregada, Clara perguntou:
- Já decidiste o que vamos fazer hoje?
- Tenho que ir às finanças, e ao banco, mas antes gostava de saber algumas coisas que não batem certas na minha cabeça. Sei que pagaste o funeral do Jorge e do bebé. Já fazemos contas, quando for ao banco. Mas como soubeste do acidente? Quem te avisou?

- Os bombeiros. Lembras-te, que pouco depois de engravidares te disse, que devias por no telemóvel, nos números de emergência, o meu com o do Jorge? Para o caso de precisares de alguma coisa e ele estar por exemplo em viagem?
 Foi por isso que os bombeiros me contataram, depois de ligarem o número do Jorge e ouvirem-no a tocar no local. Na verdade quando chegaste ao hospital, eu já lá estava. O Jorge, e a mulher do outro carro só chegaram um tempo depois, tinham ficado encarcerados. 
O choque foi muito violento. Segundo os bombeiros, o teu marido vinha em excesso de velocidade, não segurou o carro na curva e saiu fora de mão. Tens que contatar o seguro, eu não o podia fazer, só com procuração.
- Meu Deus! E a mulher do outro carro? Sabes alguma coisa?
- Segundo o que vinha no jornal, era professora, e deixa uma filha menor de três anos.
- Pobre criança!

Estava desolada. As lágrimas irromperam nas faces magras e sem cor.
- Coragem, amiga! Precisas de força, não os trazes de volta mortificando-te dessa maneira.
- O jornal, tens o jornal?
- Não. Mas pode conseguir-se, pedindo um exemplar desse dia à redação.






7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Nem imagino choque semelhante.
Bfds

Maria João Brito de Sousa disse...

Não vai ser fácil ultrapassar uma situação como a que a protagonista está a viver...

Saúde e um forte abraço, Elvira!

Tintinaine disse...

Bom fim de semana!!!

chica disse...

Triste fato e pra esquecer não é fácil! beijos,chica

Teresa Isabel Silva disse...

Estou a gostar... Acho que perdi algumas coisas... Vou ver para trás!

Bjxxx
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Cidália Ferreira disse...

um episódio triste...
-
o refugio do meu fracasso...

Beijos, bom fim de semana.

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Triste e trágico acidente que deixou muitas mossas.
Beijinhos e saúde.
Boa semana.
Ailime