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13.7.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE II


O quadro é obra minha. Podem ver se ampliarem a foto. Foi uma prenda de casamento para a Beatriz. Rsrsrs.



Sentiu um baque no peito. Apesar de não ser ela quem conduzia o carro no momento do acidente, sentia-se culpada por ele. Se não tivesse aceitado ir aquela festa, quem sabe o marido teria também ficado em casa. Se quando viu que ele estava demasiado embriagado tivesse insistido para virem de táxi, quem sabe teria convencido Jorge a deixar lá o carro. Mas de que adiantava agora, todas aquelas hipóteses, se já nada podia voltar a ser como dantes?

Desapertou o cinto de segurança, abraçou a amiga, e ainda antes de abandonar o carro disse:
-Telefona-me à noite para combinarmos a hora amanhã.
Com passos trémulos, encaminhou-se para a entrada do prédio. Oxalá não encontrasse nenhum vizinho. Não se achava com forças para conversas. Abriu a porta de entrada, a caixa de correio, da qual retirou três cartas e muita publicidade, e subiu ao primeiro andar, onde morava.

Abriu a porta, acendeu a luz, e fechou de novo a porta com duas voltas de chave.
Viu-se numa pequena saleta de formato quadrado, com uma pequena mesa de apoio, encimada por um grande espelho. Cinco portas eram visíveis da entrada, mas apenas três se encontravam abertas.

Beatriz entrou na primeira e dirigiu-se à janela, para abrir a persiana.
Estava numa grande e espaçosa cozinha, com armários e eletrodomésticos embutidos, em forma de L. Impecavelmente brancos, com tampo de mármore granitado preto. Na parede oposta, uma mesa branca, retangular com tampo de mármore igual ao balcão. Sobre ela, uma fruteira em vidro com três maças, três peras e três laranjas duas das quais já apodrecidas. Completava a cozinha, seis robustas cadeiras brancas com acento de palhinha.

Ela apanhou as laranjas, e abrindo a porta do armário jogou-as no caixote do lixo. Deu graças por tê-lo despejado antes de saírem. Se não o tivesse feito, depois daquelas três semanas de ausência, o cheiro na cozinha seria insuportável.

Poisou o correio na mesa e saindo entrou na porta ao lado. Abriu a persiana e a luz iluminou uma sala grande, com um móvel de cerejeira ocupando toda a parede. No centro um televisor, que pelo tamanho mais parecia um pequeno ecrã cinematográfico. 

Por cima e nas laterais, vários livros, alguns bibelôs, e duas molduras.
Na parede contrária, um grande sofá preto, sobre o qual várias almofadas em forma de coração, vermelhas. Por cima do sofá uma grande tela com  um moinho cujas velas brancas pareciam querer competir com as nuvens. Ao lado do sofá uma lareira.

No chão de mármore, uma grande carpete preta, e sobre ela uma mesa baixa de ferro forjado preta, com tampo de vidro. Sobre esta, uma cabeça de cavalo pintada de negro.



5 comentários:

Pedro Coimbra disse...

O que é que daqui vai sair?

chica disse...

Gostei de ler e apreciei também tua obra...beijos, lindo dia! chica

Tintinaine disse...

Eu já li isto, não é verdade, amiga?
Continuação de boas férias e cuidado com os incêndios que lavram por esses lados!

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Gostei deste capítulo.
Vamos ver o que se segue.
Beijinhos e boas férias.
Ailime

Maria João Brito de Sousa disse...

Estou a gostar da nova história, mas confesso que aquilo de que mais gostei foi do seu belo moinho, Elvira! :)

Outro abraço grande!