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13.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LVIII







Nessa mesmo dia, depois do almoço, que pela primeira vez desde que se mudara para aquela casa, Teresa fez mais cedo, para comer à mesa com João, ele lembrou a promessa que ela fizera de tomar uma decisão após os três meses.

- Muito bem, - disse ela – promessas são para se cumprir. Se tiveres um tempo livre, podemos fazê-lo em seguida, na sala.

- Mas não te queres deitar agora, para descansares um pouco?

- Não. Há seis semanas que praticamente não saio da cama. Estou cansada do descanso, - disse sorrindo.  Vou só ao quarto para tomar as vitaminas, e avisar a Sandra de que pode ir almoçar, uma vez que ela não quis vir almoçar connosco. Espera-me na sala.

Ele ficou ali, a vê-la afastar-se pelo corredor, o olhar perdido na saia rodada de flores miudinhas, dançando à volta das esbeltas pernas da jovem.

Pouco depois as duas estavam de volta, e enquanto Sandra se dirigia à cozinha, Teresa encaminhou-se para ele que lhe deu o braço e disse:

-Vamos para o escritório. Tens lá o mesmo conforto e temos maior privacidade. Sandra, – disse dirigindo-se à enfermeira - pode usar a sala depois do almoço, se quiser ver TV ou ler. Não precisa estar metida no quarto, uma vez que a Teresa lá não está.

Já no escritório-biblioteca, depois da jovem se ter acomodado no sofá, ele puxou um cadeirão e sentou-se frente a ela.

Por momentos ficaram os dois calados, como se nenhum deles soubesse como começar uma conversa, que punha em jogo a vida de cinco pessoas. Então Teresa começou:

-Há uns meses atrás, eu tinha um sonho. Queria muito ser mãe, mas por tudo o que já te contei, e não vou repetir, decidi ser mãe solteira. Tinha e tenho uma boa situação financeira, uma habitação que embora não se possa comparar com esta casa é um bom apartamento como viste, e está situada numa excelente zona. 

Tenho uma casa e um terreno numa aldeia no Norte, perto do rio e a menos de um quilómetro de umas termas bastante frequentadas. Cheguei a pensar vender a pastelaria, e a casa e construir nesse terreno, uma pensão rural. Nas termas existem bons hotéis, mas há muitos locais perto, que são cada vez mais procurados pelo turismo e não há nada de turismo rural nem lá nem nas localidades mais próximas. 

Claro que eu não estava a pensar conhecer o pai do meu filho, nem dividir com ele a sua educação e muito menos, que em vez de um bebé, viessem três e, portanto, sinceramente não sei como dar volta a esta situação. E tu, que pensas?

- Durante estas seis semanas conversámos muito, contei-te coisas que nunca me atrevera a contar a ninguém de modo que me conheces suficientemente bem para que não te escandalize o que vou dizer. Quando entraste no meu escritório e me disseste que trazias no ventre o meu filho, imediatamente pensei que iria propor-te casamento.

 Acredito que a educação de uma criança não fica completa, vivendo apenas com um dos progenitores. Por razões que bem conheces, não acreditava no amor, não confiava nas mulheres, e pensei que quando chegasse a hora te proporia o casamento como se de um negócio se tratasse. Era bom para o bebé viver com os dois, e a relação de amizade de que falavas não me convencia, pois, amigos não vivem juntos, e eu não aceitaria ver o meu filho, apenas quando tu estivesses disposta a permiti-lo.

 Por outro lado, imaginava que em qualquer altura, podias arranjar  um companheiro, ou muito simplesmente mudares de ideia e desaparecer com a criança e  eu não queria o meu filho a ser criado por outro homem, muito menos ver-me envolvido numa longa batalha judicial pela guarda da criança.


Amigos, estive ontem e vou estar hoje a descansar os olhos. 

Espero que no sábado, já esteja suficientemente bem para 

voltar ao vosso convívio.

15 comentários:

rosa-branca disse...

Amiga Elvira, cá estou para ler e reler tão bela história. Que corra tudo pelo melhor. Vai correr tudo bem e vamos ultrapassar este suplício. Beijinhos com carinho

Pedro Coimbra disse...

E está posta a mesa para a grande refeição :)))
Bfds

Tintinaine disse...

E a conversa fica a meio?
Na segunda-feira tenho que voltar atrás para apanhar o fio da meada!
Bom fim de semana e cuidado com as bruxas que, hoje, andam à solta!

chica disse...

Essa conversa é bem importante. E agora, mais ainda, importante que fiques bem boa! beijois, te cuida! chica

Maria João Brito de Sousa disse...

A história continua de vento em popa e espero sinceramente que os seus olhos recuperam bastante nestes dois dias.

Também eu piorei bastante, ontem, e hoje contava nem sequer abrir o computador e tirar um ou dois dias para repouso ocular.

Forte abraço!

Cidália Ferreira disse...

continua bem interessante! :))
*
Imaginar, o reverso da velhice
-
Beijo e um fim de semana!

noname disse...

Cuide-se, nós cá estaremos quando voltar :-)

Um beijinho e boas melhoras

Manuel Veiga disse...

gosto da tua escrita. límpida...

beijo

teresa dias disse...

Elvira, este capítulo... soube a pouco!
Curiosa!!!
Beijo, cuide-se.

Ana Tapadas disse...

Espero com agrado pela continuação da história.

Espero também que os seus olhos melhorem.

Grande beijinho

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
A história está cada vez mais emocionante.
O mais importante agora é que cuide bem dos seus olhos.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime

Edum@nes disse...

Espero que cheguem a acordo. No meu entender, acho que a proposta de João é a mais acertada. Só falta agora saber se Teresa a aceita?

Tenha um excelente fim de semana amiga Elvira. Um abraço.

aluap disse...

Cá para mim, vai agora pedi-la em casamento, resta saber se ela aceita o pedido,ou não.
Bom fim de semana com saúde!

João Santana Pinto disse...

Agora vou ficar aqui sentado até ter acesso ao resto da história (sorrisos)

Esta é uma das minhas batalhas com o blogue (o meu)... mas, a ver um pouco melhor as coisas até os filmes são feitos, muitas das vezes, por partes...

Vou aguardar e sobretudo, espero que já esteja um pouco melhor.

Um abraço

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Acumular capítulos tem suas vantagens, vou já ler o próximo e ver onde vai dar esta conversa.
Abraços fraternos!