Luís, era muito céptico em relação às mulheres. Costumava dizer duas coisas quando o assunto eram mulheres. Primeiro, as mulheres não prestam. Traem os homens, traem as amigas e pior ainda traem-se a si mesmas. Segundo, a excepção era a sua mãe, a única mulher no mundo que não desiludira o Criador. Não que alguma vez ele tivesse sido um "menino da mamã". Porém tinha nela uma fé cega, sabia que ela nunca o enganaria, nem mesmo quando tentava mostrar-lhe que a vida de casado seria melhor. A mãe julgava a felicidade do casamento, pelo seu e ele nunca encontrara outro casal tão feliz.
Horas depois, no seu quarto no hotel, escrevia rapidamente. Acabara de ter uma ideia para um novo livro, e imediatamente tratara de registar as primeiras linhas, do que seria o primeiro capítulo. Parou ao perceber que descrevera a protagonista com as características físicas de Isabel. Fechou o portátil e foi até à janela. Depois de um rápido olhar para a rua, atravessou o quarto a passos largos.
Sentia vontade de sair. Luís não era homem de reprimir os seus desejos, nunca o fizera. Afinal era noite de Sexta-feira, e era verão.
Chegou à rua e olhou em volta. O ar estava quente, e a lua cheia, redonda como ventre fecundado, extremamente brilhante, derramava sobre a cidade toda a sua luminosidade. Se ele fosse romântico diria que estava uma noite para namorar. Mas não o era. Apetecia-lhe caminhar. Observar as pessoas com quem se cruzava.
Desceu a rua até ao Rossio, entrou na rua Augusta e seguiu até à Praça do Comércio. Sempre gostara de ver o Tejo em noites assim. Desde o tempo em que ele era “o outro”. As memórias lutavam para vir à superfície e aos poucos foi deixando que elas ocupassem o seu espaço no presente.
Luís era um jovem de dezoito anos, e estava loucamente apaixonado por Odete. Eram vizinhos de bairro e conheciam-se desde meninos. Quando tinha treze anos, tomara coragem e pedira-lhe namoro. Odete, dois anos mais velha, e já uma mulherzinha aceitou. Ele ficara todo orgulhoso. E contara aos pais. O pai esboçara um sorriso e não dissera nada. O pior foi a mãe. Primeiro não gostava da gaiata, que achava pretensiosa. Depois, ele era ainda um menino tinha que se dedicar aos estudos.
Claro que ele tinha ficado irritado com a opinião da mãe. Na verdade aos treze anos, Luís nada tinha de bonito. Era demasiado alto, e muito magro. A única coisa interessante nele, eram os seus olhos cinzentos que às vezes mais pareciam de prata e que se destacavam no rosto muito moreno. E Odete era a jovem mais bonita do bairro. Tão grande quanto o seu amor, era o orgulho que ele sentia, por ela ter aceitado namorar consigo. Tinha a certeza que era o rapaz mais invejado de todo o bairro.
Agora que já toda a gente conhece a Isabel estamos a conhecer o Luís.Ou será o Nuno? Rsrsrs. Vamos ver se estas duas peças se encaixam no puzzle.
17 comentários:
Que imbróglio :-)
Boa noite, Elvira
Esses olhos cinzentos têm assim tantos mistérios??
Abraço, bfds
Bom dia Elvira,
Será então que Luís usa ou usou pseudónimo?
Parece escritor...
Mistério...
Beijinhos e ótimo dia.
Ailime
A opinião que ele faz das mulheres não é nada realista. Há mulheres de todo o tipo e com defeitos, pois está claro, que fazem parte do pacote.
Bom fim de semana e sem bailarico!!!
Pronto. Já começo a perceber as razões que levaram o homem dos olhos cinzentos a renegar a sua verdadeira identidade. Creio eu... mas penso que o poderei confirmar nas próximas leituras.
Abraço, Elvira!
A passar por cá para acompanhara a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bah! vamos juntando as peças...Linda leitura! bjs, chica
O véu já levantou mais um bocadinho...
Como vão estes dois encaixar, já não me atrevo a imaginar. A Elvira, tem o dom de surpreender.
Bom fim de semana.
Abraço e saúde. :)
Mais um episódio empolgante!:)) 🍀🌹
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Melancolia ...
Beijos e uma excelente Sexta Feira:)
O Nuno FRaga é o escritor!
Pseudonimo do Luis.
Acho eu!
Estou a gostar deveras!
beijinhos
:)
A situação está confusa
Deixando uma 🌹
Luis lá terá as suas razões, veremos quais são.
Voltarei para saber qual é o verdadeiro nome do homem dos olhos cinzentos, se Luis ou Nuno?
Bom fim de semana amiga Elvira, Um abraço.
Gosto dos olhos cinzentos e o mistério que deles advém!!! Bj
Bole posts meus parabéns. ;)
RJ da Sorte
Um tanto misterioso o casal.
Fiz uma leitura dinâmica aqui e ainda preciso entender melhor com se dará o relacionamento uma vez que o Luís tem ideias confusas a respeito das mulheres.
Aguardo a ideia da escritora rs
Abraço Elvira
Legal esse capítulo que nos fez conhecer um pouco do Luís!
Beijos!
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