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18.10.16

VIDAS CRUZADAS - PARTE XXII





- Olha só quem voltou. Vai buscar um pedaço de broa e um naco de presunto  que o Pedro deve vir cheio de fome. E o almoço ainda demora muito?
E voltando-se de novo para o sobrinho. 
- Mas afinal porque voltaste? E porque é que a tua mãe não me avisou que vinhas? -voltou a perguntar andando nervosa à sua volta.
Pedro colocou o braço à volta dos ombros da tia e disse:
- Acalme-se tia. Vamos entrar que já lhe conto tudo.
Entraram e depois que a empregada se dirigiu à cozinha,  o jovem começou a contar tudo o que se passara consigo, o que se passara nos últimos três meses, à tia que o escutava com o maior interesse. Quando terminou a senhora disse:
-Como deves ter sofrido. Graças a Deus não contaste nada à tua mãe. Nem sei se ela resistiria à ideia de que ia ficar sem ti. Lembro-me bem como ela  ficou quando morreu o meu irmão. Muitas vezes pensei que se não fosses tu, ela teria ido atrás dele. Mas e agora? Como vais encontrar a rapariga? Devias ter sido sincero com ela.
- Ainda tenho a esperança de que o outro empregado tenha algum recado. Afinal era ele que estava na portaria quando a Rita partiu. Mas ele só entra às quatro. Agora se não se importa vou ligar à mãe. Já deve estar já em cuidado.
Quando terminou o telefonema, a empregada anunciava que o almoço estava pronto e dirigiram-se para a mesa.
Depois do almoço o jovem informou que ia dar uma volta pelas margens do rio, depois ia ao hotel e seguiria nesse mesmo dia, pelo que se despedia já das duas. A tia insistiu para passar por lá antes da partida, a empregada ia arranjar-lhe um farnel para a viagem, porém o jovem recusou e  agradecendo a gentileza despediu-se das duas, prometendo dar notícias à tia quando tivesse novidades.
- E convida-me para o casório, se tudo correr bem,  - disse-lhe a tia quando ele já ultrapassava o portão.
- Claro - respondeu acenando num último adeus.
Pouco depois embrenhava-se no parque junto ao rio, recordando cada dia, cada gesto,  cada palavra trocada com Rita nos passeios que por ali fizeram.

11 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Bom dia amigos. Em principio vou hoje para casa. Isto se a situação do cunhado se mantiver já que ontem nos informaram que ele pode partir a qualquer momento. Renovo as minhas desculpas se não consigo visitar-vos com assiduidade, mas aqui não tenho computador e o smartphone é muito limitado para estas coisas.
Abraço

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Fico em suspense para o próximo capitulo.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar

Edum@nes disse...

Não foi sincero com a Rita,
por que não lhe contou a verdade
agora sente a falta dela, mas acredita
que junto dela encontrará a felicidade?

Boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Anete disse...

Torcendo por vc, Elvira, na situação familiar! Momentos de expectativas e lembranças!!

Continuo acompanhando os passos do Pedro e Rita...
Bj

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um belo conto!
A vida não é linear!
Vou aguardar o desenrolar dos próximos capítulos.
Beijinhos,
Ailime

Tintinaine disse...

Já estou a vê-lo agarrado ao volante a caminho de Castelo Branco. Era o que eu faria se estivesse no lugar dele!

madrugadas disse...

Pedaços de vidas spfridas que se cruzam diariamente com as nossas.
Uma vida mais triste mas uma leitura agradável.

José Lopes disse...

Tudo se pode compor e saberá dar mais valor a cada momento da vida.
Cumps

Pedro Coimbra disse...

Já tomei conhecimento da partida do seu cunhado.
Os meus mais sentidos pêsames.
Um abraço

Elisa disse...

Vim acompanhar a história mas fiquei de coração partida ao ler a sua mensagem Elvira. Mando-lhe daqui um beijinho muito grande pois sei bem que dor é essa..:( Muita força :(
elisaumarapariganormal.blogspot.pt

Rosemildo Sales Furtado disse...

Continuo gostando e ansioso pelos futuros acontecimentos.

Abraços,

Furtado