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16.12.15

DOCES TENTAÇÕES - RABANADAS

Nesta foto do ano passado. eu tenho rabanadas e fatias douradas. E azevias de grão e de batata doce.



A poucos dias do Natal, hoje vou falar de rabanadas.
Quando eu era menina, no Natal da nossa casa, não havia filhoses, nem coscorões, que minha mãe não sabia fazer e não havia dinheiro para comprar. Mas a minha mãe fazia rabanadas. Com vinho pois claro. Passava o pão pelo vinho com açúcar, punha a escorrer, passava pelo ovo, e fritava.
Minha avó dizia, que rabanada era sempre feita com vinho, com leite, eram fatias douradas e não rabanadas. Dizia ainda que lá na aldeia, noutros tempos, se faziam  fatias paridas . 
Fatias paridas eram feitas como as rabanadas, mas em vez de serem mergulhadas em vinho, ou em leite como as fatias douradas, eram mergulhadas em água simplesmente. Depois eram envoltas no ovo e fritas, por fim eram regadas com mel, e dadas às mulheres que tinham acabado de parir,(era assim mesmo que a avó dizia) para que tivessem bom leite.Hoje lembrei-me disto e andei pesquisando na Internet. E realmente constatei que a maioria chama rabanada à fatia dourada, havendo até sites que dizem  nas suas receitas, rabanada, ou fatia dourada.
Não sei se a Internet está certa, ou se era a minha avó, que tinha razão.
 Diz-se que a rabanada é um doce tipicamente português, mas ela aparece com pequenas variantes em todo o mundo. Na França, chamam-lhe "pain perdu" e na Colômbia, Chile, Equador,  Guatemala e México, chamam-lhe "tostadas francesas" ou "pan francés",
De origem portuguesa, ou francesa, o que importa é que de uma maneira ou de outra, ela vai a muitas mesas nesta época do ano.
 Eu gosto muito de experimentar novos sabores, variar receitas. Por isso, eu vos deixo aqui a receita das minhas rabanadas, que nem são como a minha mãe as fazia, nem como as vejo por aí na Internet.
Começo por comprar um pão cacete dois dias antes para que esteja bem duro. No dia 24, logo pela manhã, ponho ao lume, 1 litro vinho branco, com uma colher de açúcar, 5 cravos da Índia, (cravinhos), um pau de canela, a raspa de um limão, e meia estrela de anis.
Quando o vinho começa a ferver, reduzo o lume para o mínimo, e deixo ferver durante um quarto de hora, tempo necessário para evaporar todo o álcool do vinho, sem que perca o sabor. E também para que ele absorva  o sabor das especiarias. Ao fim desse tempo, apago o lume, e com uma espumadeira, retiro as especiarias, mergulho o  pão no vinho quente, e retiro de seguida para uma rede onde fica a escorrer.
Depois do pão frio, passo por ovo, e frito. Para absorver parte da gordura, eu vou colocando-as sobre  papel absorvente. Acabada a fritura, misturo num prato,açúcar com canela. Coloco as rabanadas numa taça e  com um garfo salpico-as com esta mistura. Nunca as passo directamente na mistura, pois elas absorvem muito açúcar, e como sabem o açúcar é um doce veneno. Garanto-vos que ficam muito boas.Usem e abusem da canela, nesta altura em que se comem mais doces, pois ela faz com que o sangue não absorva parte do açúcar.
Ah! Só mais uma coisinha. Cuidado ao mergulhar o pão no vinho. Mergulham, viram e retiram imediatamente. Como o vinho está bem quente, o pão fica impregnado muito rapidamente, e se estiver tempo demais, desfaz-se.
Então aqui vai a minha receita

1 pão duro, (tipo cacete)
1 litro de vinho branco
6 ovos
açúcar q.b.
1 pau de canela
5 cravinhos
raspa de um limão
meia estrela de anis


Bom Natal.

23 comentários:

Isa Sá disse...

Quem por aqui adora rabanadas é a minha mãe!

Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estamos a entrar na época das loucuras e eu adoro rabanadas.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Olinda Melo disse...


Sempre pensei que rabanadas e fatias douradas eram a mesma coisa, só diferenciadas na designação conforme a região. Agora vejo que há diferenças e, especialmente, porque rabanadas são feitas com vinho. Hei-de experimentar assim como diz aqui. Por isso, vou voltar na altura certa, assim mais ou menos na véspera do Natal, para levar a receita.

Bj

Olinda

LopesCaBlog disse...

Hummm que excelente aspecto :)

Bell disse...

Fiquei com água na boca


bjokas =)

Anete disse...

Elvira, gostei de saber das diferenças. As suas Rabanadas não conhecia e devem ser deliciosas!
As minhas cá são com leite, também chamadas Fatias Douradas.
Um abraço

Anónimo disse...

Não pode ser! Uma pessoa entra aqui e dá de caras com um desafio cheio de calorias. Fritos e mais fritos e a malta não é de ferro.

Bom Natal, Elvira, com muita saúde.

Ana Freire disse...

Ai eu adoro, todos estes doces de que falou, Elvira!
E acho que a sua avó estava certa, confundindo-se actualmente, por aí, as designações destes doces!
Já tenho feito fatias douradas, mas rabanadas nunca fiz! Consegue adivinhar de quem vou seguir a receita, agora?... ;-D
Mas a minha loucura, são mesmo as filhoses!!!! Fico a aguardar a sua receita, Elvira!...
Hoje passando aqui, por este seu blogue... e amanhã com mais tempo, virei ver o seu outro blogue, com os últimos desenvolvimentos da história...
Beijinhos! E até amanhã!
Ana

Ana Freire disse...

He HE! Confundi, Elvira!
É aqui que eu depois venho amanhã, novamente ver os últimos capítulos... que estão para trás...
Beijinhos!
Ana

maria disse...

A minha mãe fazia muito bem fatias douradas - gosto mais de dizer fatias douradas porque era assim que ouvia a minha mãe falar - acabei por aprender a fazê-las de tanto observar. No entanto uso leite e não vinho. Sonhos e fatias douradas são os únicos doces que consigo comer no Natal. Todos os outros dispenso. Não me atraem. A aletria por exemplo, provei uma vez a nunca mais a consegui comer. Não me agrada.

Gostei da sua receita, Elvira, sou bem capaz de experimentar, embora a parte do vinho branco... Vou ter de experimentar, decididamente, mais que não seja para ter uma opinião formada.

Tenha uma boa noite :)

Graça Sampaio disse...

Hummmmmm!!! Adoro rabanadas, mas nunca com vinho. Com leite, sim - adoro!!! E coscorões? Hummmmmmm....

tulipa disse...


OLÁ ELVIRA

MUITO OBRIGADA pela partilha de seus conhecimentos.

Nunca me debrucei sobre o assunto...

Sempre pensei que rabanadas e fatias douradas eram a mesma coisa, só diferenciadas na designação conforme a região.
Agora vejo que há diferenças porque rabanadas são feitas com vinho...

Em contagem decrescente para o Natal
venho relembrar:

A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa,
sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz.
(George Eliot)

Abraço da Tulipa

Assunção disse...

Algo me diz que quem estava certa era a sua avó! Vou guardar esta receita para fazer pelo Natal e, entretanto, vou passear um pouco pelo seu blog!

Berço do Mundo disse...

Em minha casa, sempre se fez a receita com leite. Durante o ano chamávamos-lhes fatias douradas e no Natal rabanadas. Nada mudava, a não ser a época do ano. Não faço nada com vinho, mas este ano pretendo inovar e experimentar fazê-las no forno em vez de fritar. Porque a gordura é outro veneno a evitar.
Boas rabanadas e boas festas
Ruthia d'O Berço do Mundo

Laura Santos disse...

Eu não aprecio doces, de forma geral, no entanto essas rabanadas devem ficar óptimas.
As fatias douradas faço-as tipo sanduíche em qualquer altura do ano; são boas para levar para a praia. Passo a sanduíche pelo leite, depois pelo ovo e frito-as recheadas com queijo e fiambre, ou lascas de carne.
xx

aluap disse...

Elvira, na minha terra as rabanas são simplesmente chamadas "fritas" e são mais usadas nas janeiras do Ano Novo, pois no Natal as filhós é que são as rainhas.
A minha mãe corta em fatias o pão de trigo e depois passa por ovos batidos e vão a fritar. Depois de fritas polvilhavam-se de açúcar. Que boas que são e quem bem sabem, quentinhas acabadas de fritar.

Majo disse...

~~~
~~ Muito interessante!

Nunca experimentei assim,

mas gostei muito da sua receita.

Acredito que devem ficar deliciosas,

pelo que, não vou deixar de experimentar.

Beijo amigo, grato pela interessante partilha.

~~~ Dias ternos e felizes. ~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Rogério G.V. Pereira disse...

Gosto da "fatias-paridas"
Mas a receita está incompleta
não basta o pau de canela
tem de acrescenta pó nela

Rosemildo Sales Furtado disse...

Minha querida e inesquecível mãe mergulhava as gostosas no leite e as chamava de Fatia parida.

Abraços,

Furtado.

Pedro Coimbra disse...

Fez-me recordar os natais em casa dos meus avós paternos.
A minha avó e as minhas tias faziam uns doces que eram de chorar por mais.
Rabanadas incluídas.

chica disse...

Elvira,
O Natal se aproxima...

As luzes cada vez mais brilham nas ruas...

Que no Natal a maior luz brilhe dentro de cada coração. Essa é a que vale realmente!

Mesmo ausente e ainda assim ficarei por algum tempo,vim apenas deixar meus votos de um Natal maravilhoso e 2016 recheado com tudo que cada um desejar! Por motivos óbvios, trago mensagem colada, mas vale a intenção e desejos!

beijos, chica

paideleo disse...

As rabanadas tamén as fan en Arbo ( dende a xanela mírase máis Portugal ca Galiza ) e chámanlle tostadas e é sobremesa nadaleira.

Elisa disse...

Gostei tanto do seu post . Aqui também não faltam rabanadas ;)))

elisaumarapariganormal.blogspot.com