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6.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE VIII




-Eu sei, Amélia, mas amanhã vou para cima. E Segunda já estou no escritório.  Portanto resolve só o que for mais urgente, eu vejo o resto depois.
Calou-se por momentos.
- Sim, claro. Já visionaste o vídeo da campanha, do novo dentífrico?Sim? Óptimo. 
Escutou de novo:
- O quê? Um novo director comercial? Mas o que aconteceu com o Paulo?
Voltou a escutar, retorquindo ainda antes de encerrar a chamada.
- Transferido? Por interesse dele? Bom, depois vimos isso. Oxalá o substituto esteja à sua altura.
Desligou a chamada no exacto momento em que uma bola lhe veio bater nos pés.
Era uma bola pequena com desenhos do Super-homem. Agarrou-a e olhou em frente
Um rapazinho de uns três anos de idade corria na sua direcção seguido de perto por uma das mulheres.
-Queres a bola? -Perguntou sorrindo.
O miúdo fez um sinal afirmativo com a cabeça.
- Desculpe. Estamos sempre a avisar para terem cuidado mas sabe como é. São crianças – disse a mulher.
- Não tem importância – retorquiu ela atirando a bola para o menino.
Este reagiu de uma forma inusitada. Agarrou a bola, correu para Isabel, deu-lhe um beijo rápido na face e logo voltou para junto dos amiguinhos.
- Desculpe – murmurou a mulher, antes de seguir o rapazinho para junto da água.
Pela segunda vez naquela manhã, Isabel sentiu um estranho desassossego. Uma sensação estranha que lhe apertava o peito e a angustiava.
“Estou demasiado sensível hoje” pensou.
Sacudiu a cabeça, retirou o lenço e os óculos que guardou na bolsa, e pondo-se de pé dirigiu-se à água.
 Precisava mergulhar no mar. Sentir a carícia das águas. E afastar de vez tristes recordações. Mas, será que o ia conseguir?
Um quarto de hora depois, regressava ao areal. Com gestos mecânicos enxugou-se,  vestiu-se, e preparou-se para regressar.
As nuvens tinham desaparecido, o sol brilhava radioso, cobrindo voluptuosamente toda a cidade. 


16 comentários:

Jaime Portela disse...

Continuo a ler com todo o interesse a sua história. Que é muito bem contada, de resto.
Elvira, tenha um bom resto de domingo e uma boa semana.
Abraço.

Edum@nes disse...

As nuvens tinham desaparecido,
o sol quente, no céu brilhava
a tristeza do que tinha acontecido
o coração de Isabel, apoquentava!

Tenha amiga Elvira, uma boa tarde de domingo, um abraço
Eduardo.

Maria do Mundo disse...

Será que agora vai sossegar?

Andre Mansim disse...

Mais um conto? Eita que essa mulher escreve igual a uma máquina!
O livro dos 2 detetives já está quase no final, aquele assunto que estou desenvolvendo no blog vai ficar pra uma outra vez.

Laura Santos disse...

Será que vai acontecer alguma coisa antes de ela sair da praia?...
xx

AC disse...

Suspense é consigo, Elvira. A história vai fluindo, com novos pormenores q.b., mas sempre com um imprevisto ai virar da esquina. É o que já lhe disse, deveria ser argumentista.

Um beijinho :)

Unknown disse...

Mais um bocadinhl da história fantástica. :)

Unknown disse...

Mais um bocadinhl da história fantástica. :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Estou a tentar acompanhar...
É que não vale ler
a correr
pelo que me pode escapar

Elisa disse...

Estou de chegada...não conhecia...e estou a gostar imenso de estar por aqui. Sabe tão bem ler blogs destes. Estou a sentir me muito bem por aqui, vou continuar. Parabéns Elvira.
Beijinhos

elisaumarapariganormal.blogspot.com

Odete Ferreira disse...

Seguindo com toda a atenção!
Bjo, amiga :)

Pedro Coimbra disse...

Desta vez nem vou dar palpites.
Boa semana

Blog da Gigi disse...

Ótima semana, Elvira!!!!!!!! Beijos

Dorli Ramos disse...

Estou meio enrolada para pegar o fio da meada.
Mas uma coisa é certa: escreve muito bem e nossos horários não batem muito.
Beijos
Minicontista2

Teresa Brum disse...

Estou adorando querida Elvira, super interessante, vamos ver o desfecho, tomara que seja um final feliz, rsrsr.
Um abraço cara amiga.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Por que o beijo do garoto tirou o sossego de Isabel? Será que existe ou existiu alguma criança nesta história/estória? Vamos aguardar.

Abraços,

Furtado.