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25.3.22

ARMADILHAS DO DESTINO - PARTE XXVIII

Afastou-se deixando-o só. Nuno olhou à sua volta. Nervoso, sem vontade de se sentar, dirigiu-se para a janela, de onde podia observar o movimento na rua. Ensimesmado, nem se apercebeu do tempo decorrido.
-Demorei? - perguntou Luísa, à entrada da sala.
- Não.
Caminhou até ela, olhando-a com admiração. Passou um braço ao redor da sua cintura, atraindo-a suavemente.
- Penso que podíamos passar o fim-de-semana, juntos. Queres?
- Sim,- respondeu trémula, sem deixar de o olhar.
- E não queres ir buscar algumas coisas pessoais?
- Não queres ficar aqui?
- Não. Prefiro o meu apartamento.
- Então vou pôr algumas roupas numa maleta.
Ele soltou-a e ela dirigiu-se ao quarto, voltando pouco depois, com uma pequena mala, que pousou no chão. Foi à cozinha fechar a torneira do gás, enquanto Nuno pegou na maleta e encaminhou-se para a porta da rua.
Saíram. Ele colocou a mala na bagageira, enquanto ela fechava a porta e se dirigia ao carro. Entrou e colocou o cinto de segurança, ao mesmo tempo que ele se sentava ao volante, e fazia o mesmo. Voltou-se para ela.
- São horas do lanche. Conheces algum sítio sossegado, onde o possamos fazer?
- Podemos ir à Padaria Portuguesa. Tem uma grande variedade de sandes em pães de diferentes massas, e se preferires bolos também não falta por onde escolher.
- É longe?
- Não. Nos segundos semáforos, viras à esquerda.
- Então vamos lá, - disse pondo o veículo a trabalhar.
Rodaram em silêncio durante alguns minutos. Depois…
- O Dinis já retomou as aulas? Tem-se portado bem?
- Sim, claro. É muito ajuizado, ou tem muito medo de voltar ao hospital. O certo é que tem imenso cuidado. Graças a Deus o avô melhorou, e a avó pode dedicar-se mais a ele.
Tinham chegado à pastelaria. Nuno estacionou um pouco mais à frente pois junto do estabelecimento não havia qualquer lugar vago.
- Acreditas que estou extremamente nervoso? – perguntou enlaçando-a, e dirigindo-se ao estabelecimento.
- Porque não havia de acreditar? Estou na mesma. Apesar disso, acredito que vai dar tudo certo. Sabes, penso que não pode ser por acaso que voltamos a encontrar-nos tantos anos volvidos e tanto sofrimento passado.
- Gostava de ter essa mesma fé, Luísa. Mas vamos em frente. Pode ser que, como diz o poeta, hoje seja o primeiro dia do resto das nossas vidas.




8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Esse nervoso miudinho é excitante, é tempero essencial.
Borboletas no estômago.
Bfds

chica disse...

O nervosismo dos dois é justificado, mas vão se encontrar... beijos, tudo de bom,chica

Tintinaine disse...

Estão a ganhar embalagem! Quando começar a corrida ninguém os para!
Bom fim de semana e que caia chuva no Alentejo!
Por falar nisso, o Eduardo abandonou o nosso convívio! Será que piorou de saúde?

Maria João Brito de Sousa disse...

Tudo parece estar a compor-se para este casal :)

Forte abraço, Elvira!

Cidália Ferreira disse...

A história está a ficar muito boa :)
--
Coisas de uma Vida

Votos de um excelente fim de semana. Beijos

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Tudo se conjuga para um final feliz!
Gostei imenso deste capítulo.
Beijinhos e bom fim de semana, com saúde.
Ailime

João Santana Pinto disse...

Concordo com o Pedro. E são momentos altos para todos aqueles que se estão a apaixonar ou que já estão apaixonados e que ficam na memória.
Dois personagens com vidas tão difíceis que olham para trás e verificam os anos que já perderam e a sorte que têm em se ter voltado a encontrar.

Abraço, saúde e um fim de semana inspirado (tentarei voltar mais logo)

teresadias disse...

Duas almas que sempre se amaram e merecem sre felizes.
Bjs