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13.8.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE VI

 



A vida foi retomando o seu ritmo normal. Helena andava muito cansada, o trabalho no hospital era cada dia, mais intenso, pelo que teve que pedir uma reunião com o diretor da clínica, e reduzir o seu trabalho para apenas duas horas, três vezes por semana. 

Com toda essa azáfama, quase tinha esquecido o sinistrado, quando a colega do outro hospital lhe telefonou a informar que o homem tinha  recuperado a consciência. Ela  nunca mais voltara ao hospital desde aquela noite em que falara com a médica,  e lhe pedira para que a avisasse , quando ele saísse  do coma. Como naquele dia, não tinha consultas na clínica, decidiu que ia vê-lo quando terminasse o seu trabalho no hospital.

 Depois de a cumprimentar, a colega, disse-lhe:
-O nosso doente está finalmente livre de perigo. Mas está amnésico. Nem sequer se lembra do seu próprio nome.
- Às vezes acontece depois de um grave acidente. Mas deve ser transitório, não?
- Talvez. Fez hoje uma RM. Vamos esperar os resultados para despistar alguma lesão de maior gravidade a nível cerebral. Vamos vê-lo?
- Claro. E a polícia, não disse nada?
- Apenas que continua a não haver nenhuma queixa por desaparecimento. Esperavam que saísse do coma para o interrogar.
- E já o fizeram?
-Já. Mas devido à amnésia, não deu em nada. Fotografaram-no para verem se a foto dele faz parte dos ficheiros da polícia.

Tinham chegado junto do doente. Pela primeira vez Helena, via realmente o sinistrado. Não teria mais de trinta e cinco anos, talvez nem tanto, era moreno, embora agora estivesse bastante pálido, cabelos pretos, bem curtos, e ligeiramente ondulados, e uns profundos e desorientados olhos pretos. Os traços do seu rosto eram perfeitos, a testa alta e o queixo firme. O pijama meio desabotoado deixava ver um peito bem musculado.

- Como se sente? - perguntou a médica
-Vazio, -respondeu esboçando uma careta que talvez pretendesse ser um sorriso.
- Apresento-lhe a doutora Helena Correia. Foi ela quem o encontrou meio morto na estrada e providenciou para que fosse rapidamente socorrido.
- Obrigada doutora. – Estendeu-lhe a mão, que ela apertou, reparando que era uma mão de dedos longos e bem tratados.





para os novos leitores...
Para dar um pouco de "pica" numa altura em que está quase tudo de férias, 
e sabemos  que este homem, está amnésico e não tem documentos , alguém arrisca um palpite? Quem será ele?  Donde será? E como veio aparecer quase morto  "as portas" de Lisboa? Será "recado" de algum gang? 

8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Não vou fazer batota porque conheço a resposta.
Bfds

Tintinaine disse...

O Pedro conhece a resposta e não diz. Eu também devia conhecer, mas não recordo o final desta trama!
Bom fim de semana, Elvira!

Emília Pinto disse...

Eu recordo a história. Não faz parte de nenhuma gang e, se me lembro bem tem uma filha . Ele vai ficar muito tempo em casa da médica. Vem aī coisa!!! Beijinhos e espero que esteja tudo bem convosco
Emilia

Janita disse...

A amnésia parece ser uma constante nestas histórias, Elvira!! :)...Não arrisco nem para adivinhar os números do Euromilhões quanto mais...Nã...vou esperar para saber da boca de quem sabe, não vá adivinhar e pensarem que fiz batota.

Um abraço, Bom FDS.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Não faço ideia de quem será, mas cheira-me que ele e a médica ainda vão viver um romance.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Toninho disse...

Muito bom Elvira criar estas expectativa, que já é natural nos leitores. Quando escreveu o sinistrado ressaltando físico, peito, mãos, idade, com minha mente masculina penso que vem romance por aí,rsrs.
Mas vamos seguir e nos surpreender com sua arte amiga.
Bom fim de semana.
Beijo no coração.
Cuide-se.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

História empolgante!
Abraços!

teresadias disse...

Não li os comentários... para continuar sem saber quem é o sinistrado.
Bjs.