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2.12.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXVI


 



Embora para Teresa, a viagem na ambulância parecesse levar uma eternidade, ela foi feita a alta velocidade e demorou poucos minutos a chegar ao hospital onde a parturiente já era aguardada para ser transportada à sala de cirurgia. Antes de entrar, despiram-na e enfiaram-lhe nos braços uma bata, que seria de apertar atrás, mas que foi apenas enfiada nos braços, ficando solta.
 Entretanto João recebeu também uma bata, uma touca, uma máscara e uma espécie de sapatos em plástico, tudo devidamente esterilizado, para que pudesse penetrar na sala cirúrgica e assistir ao nascimento dos seus filhos.

Por ser uma gravidez de risco em que a futura mãe passara os últimos meses de cama e o parto ia s tinha sido programado por cesariana pelo que, Teresa não fez nenhuma preparação para o parto, pelo que estava muito nervosa com medo de não ser capaz de dar à luz e de alguma coisa correr mal.

Na sala, já se encontrava uma equipa médica da qual faziam parte a obstetra doutora Laura, uma anestesista, um neonatologista e várias enfermeiras. 

A doutora, examinou a parturiente e disse:

- Um deles está prestes a nascer. Se o pai é homem de coragem pode colocar-se à cabeceira da mãe. Se pensa que vai desmaiar, o melhor é ficar o mais afastado possível, pois a nossa atenção tem que estar centrada apenas na mãe e nos bebés.

 João não respondeu, mas chegou-se ao local indicado e apertou uma das mãos da mulher entre as suas.

Enquanto a anestesista aplicava a Teresa a epidural, a doutora Laura ligava-a a um monitor fetal, para ver o progresso dos bebés.

- Já começa a ver-se a cabeça do bebé, - disse uma enfermeira, e a médica acrescentou.

-Vamos lá mãe, vamos fazer força, que isto vai ser rápido.  A vantagem nos partos múltiplos é que os bebés são bem mais pequenos passam mais facilmente o canal vaginal.

E realmente um quarto de hora depois nascia o primeiro bebé.

-É a menina, - disse a médica entregando-a rapidamente aos cuidados do neonatologista que se afastou com ela acompanhado por uma enfermeira, a fim de examinar se o bebé estava bem, apesar de prematuro e pequenino

- É uma vencedora. Conseguiu deixar os irmãos para trás, - disse a médica sorrindo enquanto observava no monitor a posição do segundo bebé. E logo acrescentou:

-Vamos lá recomeçar a fazer força, mãe. Isto vai ser muito rápido. O segundo bebé está pronto a nascer.

- E trinta minutos depois, nascia o primeiro rapazinho, que era entregue ao neonatalogista para avaliar a sua situação de saúde.

Os primeiros cinco minutos de vida, são de extrema importância para a observação dos prematuros. Entre o primeiro e o quinto minuto de vida, o bebê recebe uma nota que vai de zero a dez, com relação a parâmetros como a intensidade dos batimentos cardíacos, o tônus muscular e a respiração. Se essa nota for abaixo de sete, podem surgir complicações, e o bebé segue a incubadora, sendo monitorizado e alimentado por sonda. Com nove ou dez, estão perfeitamente capazes de viver sem qualquer ajuda artificial, embora sejam bem mais pequeninos que os bebés  com o tempo total de gravidez.

A menina já tinha sido observada e apesar de pequenina, não apresentava nenhum problema de saúde, os seus pulmões e parte respiratória funcionavam perfeitamente, não precisava de ajuda médica como apoio de vida. Recebera a nota máxima.

 A doutora Laura observava o terceiro bebé no monitor, enquanto João tentava dar ânimo à mulher, que parecia extremamente cansada, enquanto uma enfermeira lhe limpava o suor da testa

De súbito a médica disse:

- Raios! O corpo parou o trabalho de parto e o terceiro bebé está pronto para nascer, vai entrar em sofrimento. Vou ter que fazer uma cesariana  - disse enquanto trocava as luvas, que usara até aí por umas limpas.


 

20 comentários:

Emília Pinto disse...

Que pena, Elvira! Bem que este terceiro bebé poderia seguir o exemplo dos outros e nascer depressa. Esperemos que, pelo menos não surjam problemas e ele nasça bem. Não te esqueças que precisamos de alegria e estes capitulos têm sido de grande felicidade...espero que continue. Fica bem, Amiga, com saúde para todos. Um beijinho
Emilia

noname disse...

Gosto muito da forma como nos conta os contos, baseando-se na realidade da vida, e essa, sabemos todos, não é pera doce.

Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

Assisti ao parto das minhas duas filhas.
E vi o sofrimento da minha mulher.
Três???

Tintinaine disse...

Começou bem, talvez acabe por correr bem até ao fim. A esperança é o combustível das nossas vidas, sem ela pararíamos a meio da jornada!

chica disse...

Que sufoco! Nessa hora do terceiro bebê o corpo resolve parar o trabalho... Ficamos na torcida pra que tudo acabe bem para mães e filhos...beijos, chica

Teresa Isabel Silva disse...

Espero que a cesariana corra bem.. quero saber o que vai acontecer!

Bjxxx
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Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo e excelente capitulo.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria Dolores Garrido disse...

Bom dia!
É a primeira vez que visito o seu blogue. Muito interessante.

Em Londres, assisti ao parto da minha neta, há cinco anos. Que noite, meu Deus! Mas que maravilha quando a vi!!

Um beijinho
M.

Se me quiser visitar, será muito bem-vinda!

olamariana.blogspot.com

Maria João Brito de Sousa disse...

Ai, ia tudo tão bem e, de repente, lá vem o raio da cesariana... ainda por cima deixa-nos em "stand by" até ao próximo capítulo, Elvira... ai,ai... :)

Mas o terceiro bebé também vai chegar cheio de saúde, espero...

Forte abraço!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Tem que haver sempre algum contratempo.
Adorei este capitulo.
aguardemos.
beijinhos
::::::::::::::::::)

Janita disse...

Que sufoco, Elvira, que sufoco!!

Um abraço e que tudo corra bem com o nascimento do terceiro bebé.

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história.

Edum@nes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edum@nes disse...

Já há gente nova, pronta a enfrentar os bons e os menos bons momentos da vida. Também assisti ao parto da mimha filha mais nova, numa época atribulada. Felizmente correu bem. No hospital havia a penas e só uma parteira, negra muito boa pessoa.

Tenha um bom dia de Quarta-feira amiga Elvira. Um abraço.

Alexandra disse...

Cá estou eu a ler tudo de uma vez. A evolução agora foi grande!

Fico à espera para saber que acontecerá com a 3ª. criança.

Um abraço e saúde, Elvira.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Emocionante este capítulo.
Claro que o terceiro bebé também nascerá saudável!
Beijinhos,
Ailime

teresadias disse...

Elvira, desta vez não li mas vi. Estava lá, assisti a tudo!
Não faltou emoção.
Beijo (salve o pequenino, tá?!).

João Santana Pinto disse...

Os dias têm sido longos e ontem já não cheguei a tempo, mas hoje, depois de ler, teria preferido aguardar por amanhã... (sorrisos)

Assim, não vale (sorrisos) É um momento alto, a autora está a jogar com emoções fortes e temas complicados e nós ficamos, por aqui, a aguardar mais umas boas horas até ao próximo texto...

Eu, continuo a chamar-lhe "romance"

Um abraço e até amanhã

lis disse...

Que beleza_ dois bebês já chegaram ,o terceiro mais preguiçoso vem forçosamente rs sem dúvida que tudo no final dará certo.
A Elvira é uma escritora e novelista das melhores, não ia deixar seus leitores sem um suspense ,oras! Mais que justo rs
grande abraço e saúde ok?

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Capítulo muito emocionante!
Abraços!