- Que pergunta é essa? Sabes que confio em ti como em mim
mesma. Estás interessada no lugar? Não querias ter um segundo filho em breve?
- Decidimos que só tentaremos uma nova gravidez dentro de
dois anos. E estou farta de estar em casa. Podia por o Martim na creche e
ocupar o lugar. Daqui por dois anos, o teu bebé, estará com mais de um ano e
poderás voltar a assumir a gerência.
- Por mim encantada, mas o Gustavo estará de acordo?
- Tenho a certeza que sim. Já tinha comentado com ele sobre a hipótese meter o Martim na creche e procurar uma agência de trabalho. Não se trata de
necessidade, monetária. Nem sequer estou
a pensar numa carreira laboral pelo menos, até ter um segundo filho com uns dois anos. Mas estou há três anos em casa. Como uma máquina sempre a repetir as
mesmas tarefas, sem ver nem falar com ninguém a não ser o marido e filho. Um
leva grande parte do dia a dormir, o outro está todo o dia fora.
- Então se os dois estão de acordo, o lugar é teu podes
começar quando quiseres. Penso que precisarás de algum tempo para procurar uma
creche, mas eu preciso que ocupes o lugar o mais breve possível.
-Não te preocupes, já fiz essa pesquisa, e até já fiz a inscrição.
Vai começar no princípio do mês, faltam dez dias, mas até lá posso deixá-lo com
a minha mãe. Ela vai adorar. Posso começar amanhã mesmo, se tu puderes ir lá
amanhã, para me pores a par de tudo.
- Sendo assim, tenho esse problema resolvido. Amanhã
faremos o contrato.
Nesse momento, o choro de Martim invadiu a sala através do intercomunicador
e Inês pôs-se em pé e dirigiu-se ao quarto do filho seguida pela amiga. No
resto da manhã entretida com o bebé, quase que Teresa esqueceu, o grave problema
que a afligia. Se Gustavo se admirou de a ver em sua casa quando chegou para
almoçar, depois do desejo que a amiga manifestara no dia anterior para voltar à
pastelaria, não o manifestou. Cumprimentou-a, beijou a esposa, que acabara de
dar a papa ao filho e fez uma festa ao menino, que reagiu mostrando um sorriso
de apenas quatro dentes.
- Deixa-o comigo. Eu adormeço-o, - disse Teresa tirando o
bebé dos braços da mãe e dirigindo-se com ele para o quarto. Pretendia com isso
dar tempo à amiga para contar ao marido, não só que se passava com ela, mas
também a sua proposta de emprego.
Cansado das brincadeiras anteriores ao almoço, Martim não
levou muito tempo a adormecer. A jovem saiu do quarto fechando a porta com
cuidado, e dirigiu-se à cozinha, onde encontrou os amigos à sua espera para
darem início ao almoço.
-A Inês já me contou o que se passa contigo, vamos almoçar
e no fim analisaremos o caso. Entretanto também me disse que a contrataste como
gerente da pastelaria. Tens a certeza que é uma boa ideia?
- Bom, eu não sei como vai ser a minha gravidez. Pode ser
calma e não me dar muitos problemas, mas se for semelhante à dela, vão haver
muitos dias em que mal me vou aguentar de pé. Por outro lado, com todo este
problema, não sei se teria cabeça para tratar de negócios. Sei que a Inês não
tem experiência, mal deixou a Universidade, começou a tratar do casamento, e
engravidou poucos meses depois, mas é inteligente, de confiança e está lá o pai. Quando fiquei com o negócio eu sabia tanto do assunto como uma criança. Foi o Mário quem me ensinou, e tem sido o meu braço direito ao longo destes anos. Ele ajudará a filha. A não ser, que não estejas de
acordo, não quero de modo algum, criar problemas na vossa relação.
- Bom, é verdade que já tínhamos inscrito o Martim numa
creche e que ela pretendia trabalhar uns dois anos antes de termos outro filho.
É a sua vontade e eu nunca me oporia aos seus desejos, se isso a faz feliz. A
felicidade dela é a minha felicidade.
17 comentários:
Preparação para a luta que se avizinha? :-)
Boa noite, Elvira
Cuidar de uma criança derrete o coração até ao homem de pedra.
Abraço, saúde, bfds
Bom dia minha querida Elvira
Um bom fim de semana
Já pus a leitura em dia!
Vamos lá continuar a acompanhar tanta emoção!!! Bj
Ontem, não consegui ter acesso aos comentários. Não sei se era erro do Blogger ou da minha ligação à rede. Hoje, voltou ao normal.
Bom fim de semana!!!
Teresa prepara-se para aquilo que, fatalmente, virá.
Abraço, Elvira!
Lindo capitulo! Onde existem crianças há vida e alegria. (também muito trabalho) Lool
***
O meu coração pertence ao teu mundo...
Beijo e um excelente fim de semana!
Continuo a não gostar da Inês...
Mas a gostar do que leio.
Beijo Elvira. Bom fim-de-semana.
E assim vamos imaginando enredos por aqui...Lindo te ler! bjs, chica
Como sempre, uma novela com bom enredo. Estou a gostar muito.
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.
Está emocionante e a trama obriga a uma leitura continuada, capta ao leitor.
Vai pensando no próximo que vamos editar. Um grande abraço nosso e todo o nosso carinho
Enquanto Teresa preocupada com a sua gravidez. Convidou a amiga Inês para gerente da pastelaria. Inês aceitou, Gustavo seu maridO não se opôs.
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço.
Bom dia Elvira,
Acompanhando com muito interesse o desenrolar dos acontecimentos
Bonita história.
Um beijinho e bom domingo.
Ailime
Muito fofo este capítulo com criança, família e a confiança, o apoio do marido a decisão da esposa, lindo!
Abraços fraternos!
O presente texto contempla mais um dos momentos em que acabo por admirar a autora, com a sua capacidade de ir colocando pequenos temas dentro do conteúdo principal.
E aí temos, o papel da mulher que coloca a familia em primeiro e que volta ao mercado de trabalho.
Neste caso, uma vontade de ficar em casa durante os primeiros dois anos dos filhos versus a mulher que era obrigada a pensar na familia em detrimento de si mesma, ao contrário do homem que podia continuar a a sua carreira.
Gostei
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