Gil entrou na loja e dirigiu-se ao escritório, onde já encontrou o irmão, passeando de um lado para o outro com evidente nervosismo.
- Bom
dia, Marco. Pareces preocupado.
-Bom
dia mano. Estou nervoso. E se a Isabel não está minimamente interessada em mim?
Gil
olhou o irmão com estranheza. Não estava habituado a vê-lo tão inseguro, fosse
qual fosse a questão. Caramba, ele tinha trinta e dois anos e nessa idade, um
homem sabe muito bem conhecer os sinais que uma mulher lhe dá. E ele tinha-lhe
dito que tinha a certeza de que a jovem gostava dele, só não confiava nas suas
intenções. Com todo aquele nervosismo, devia estar mesmo muito apaixonado.
Pôs
a mão sobre o seu ombro num gesto de carinho, tentando acalmá-lo.
- Calma,
se estás assim hoje, não quero ver-te no dia do casamento – disse sorrindo. Depois
olhou o relógio e acrescentou:
-
Dez horas. Estão a entrar. Não tarda estão a bater a esta porta. É melhor que
nos sentemos.
- Senta-te
tu. Eu não consigo, - retorquiu uns segundos antes de Isabel bater na porta para
a abrir de seguida.
As
três mulheres entraram na sala com o semblante carregado, preocupadas com
aquela reunião repentina, e mais preocupadas ficaram com a presença de Gil. As
três sabiam que raramente ele ia à firma, mesmo antes da tragédia que se
abatera sobre a sua vida. E naquela semana era a segunda vez…
-Sentem-se
– disse Gil. Chamámos-vos aqui para lhes dar conhecimento de algumas decisões
que tomámos. Porque é o vosso local de trabalho, achamos que devem saber o que
se passa.
As três entreolharam-se preocupadas. Será que a empresa ia fechar? Iriam perder os seus empregos? Sem lhes dar tempo a grandes preocupações, Gil continuou:
-A partir de hoje, vou deixar de ser um dos sócios desta firma. Ela será pertença exclusiva do Marco, estamos à espera do doutor Alcides para assinar os documentos, mas a vossa situação na empresa não corre qualquer perigo. Da minha parte, quero agradecer-vos o grande empenho e rigor com que sempre desempenharam o vosso lugar. Dir-vos-ia que podiam ir abrir as portas, mas antes o Marco tem uma declaração a fazer e quer que sejamos todos testemunhas. Marco é contigo.
As três entreolharam-se preocupadas. Será que a empresa ia fechar? Iriam perder os seus empregos? Sem lhes dar tempo a grandes preocupações, Gil continuou:
-A partir de hoje, vou deixar de ser um dos sócios desta firma. Ela será pertença exclusiva do Marco, estamos à espera do doutor Alcides para assinar os documentos, mas a vossa situação na empresa não corre qualquer perigo. Da minha parte, quero agradecer-vos o grande empenho e rigor com que sempre desempenharam o vosso lugar. Dir-vos-ia que podiam ir abrir as portas, mas antes o Marco tem uma declaração a fazer e quer que sejamos todos testemunhas. Marco é contigo.
-
Bom, sei que o que vou fazer,- disse aproximando-se do irmão, sem contudo se sentar - pode não parecer muito ético, para este local, mas as circunstâncias a isso me obrigam. Teresa e Raquel, vocês são mulheres
inteligentes, devem ter percebido como estou apaixonado pela Isabel. Mas também
devem ter conversado entre vós e sabem que ela não acredita, que eu tenha
intenções sérias a seu respeito. Pois bem Isabel, - disse aproximando-se e
agarrando a mão da jovem – que vermelha de vergonha não sabia onde se meter –
neste momento, reitero tudo o que te disse em particular, e perante estas
testemunhas te suplico, que me dês a honra de casar comigo e juro fazer da tua
felicidade o grande objetivo da minha vida.
Finalmente
a jovem levantou o olhar brilhante pelas lágrimas e prendeu-o nos olhos
masculinos, com uma resposta muda, mas plena de amor, que Marco entendeu
perfeitamente.
-
Então Isabel – disse Gil levantando-se. Posso ou não dar-vos um abraço e desejar-vos
felicidades?
-
Claro que sim, - disse o irmão desviando o olhar e sorrindo feliz. - Mas espera
um pouco, ainda não acabei.
Meteu
a mão no bolso, e tirando a caixinha com o anel, meteu-lho no dedo, e de
seguida puxou-a para si, abraçou-a e beijou-a.
Ouviram-se
palmas e depois Gil, Raquel e Teresa abraçaram os noivos.
Uns minutos mais tarde, Gil disse:
-Agora
vão abrir a porta e voltem ao vosso trabalho. E hoje vão as três almoçar
connosco. É a minha despedida.
11 comentários:
O homem é um romântico!
Bom dia Elvira,
Um episódio muito bonito.
O amor venceu barreiras.
Beijinhos,
Ailime
Lindo e empolgante. Gostando muito! beijos, tudo de bom,chica
Está muito interessante e aproveito para desejar à minha amiga a continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Que bonito momento!!
-
Sou o desejo dum tempo que não existe
Beijo e um excelente dia!
Há coisas que nunca mudam. Digo eu :-)
Bom dia, Elvira
Olá:- Ai o amor ai ai. Gostei muito de ler mais uma relato fascinante
.
POEMA ** Ardo em lume brando **
.
Desejando um dia feliz
Precisei de me situar na história mas já está... por isso aguardo mais um capítulo!
Bj
Pelos vistos a ideia de Gil ressoltou. Tendo Isabel à surpresa reagido positivamente!
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.
Mais um belo capitulo desta belíssima historia
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Posso chupar ...
E o romance acontece... Por vezes não o cenário não tem de ser produzido, não requer flores e uma ilha tropicar... mas tão só sentimentos puros e verdadeiros.
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