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10.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE XII






Foi assim que passados uns dias, contrataram Ermelinda, uma senhora de meia-idade, forte e trabalhadora, que não só cuidava da sua mãe, como cuidava da casa e refeições.
Foi uma grande ajuda para Isabel atarefada com a montagem do escritório, que inicialmente era para dividir por três e acabou sendo só para ela e Irene que se tinha formado em advocacia. Depois da montagem era necessário contactar possíveis clientes, dar-se a conhecer.
E foi bem difícil abrir caminho num mundo que se fechava a tudo o que era inovação.
 Apesar da saúde da mãe que se ia degradando cada vez mais, foi uma alegria quando conseguiu o primeiro contrato. Uma campanha publicitária para uma grande superfície. Fez sucesso e logo veio uma outra para um telemóvel. E essa campanha mudou o conceito publicitário. Foi um sucesso tão grande, que em breve não conseguia dar conta de tantos contratos sozinha, e teve que arranjar uma assistente para a ajudar, até porque nos fins-de-semana tinha que cuidar da mãe e andava muito cansada.
Foi nessa época que contratou Amélia,  que se veio a revelar ser de grande valia, uma assistente competente e confiável, que se tornou mais tarde,  também numa grande amiga.
Menos de dois anos depois a mãe partiu. O pai ficou muito abalado e a sua saúde, já débil, ressentiu-se ainda mais. Isabel desdobrava-se para conseguir cumprir datas no trabalho e cuidar do pai que uma noite caiu da cama e ficou ainda mais dependente. Ermelinda continuava cuidando de tudo de dia, mas de noite e nos fins-de-semana era sempre ela quem cuidava do pai. Lembrou-se da primeira vez que lhe deu banho. O pai chorou o tempo inteiro de vergonha dela.
Foram três anos muito cansativos. Um certo dia Isabel que tinha concorrido a um concurso na Alemanha viu o seu trabalho premiado e teve que viajar para lá.
O pai estava cada dia pior e ela viu-se obrigada a procurar um lar onde o pôr. Não podia viajar de outro modo.
Depois desse trabalho Isabel teve outros trabalhos e outras viagens. Sempre que estava no país passava todas as tarde duas horas com o pai. No escritório, agora apenas dela, já que Irene se casara e fora viver para Coimbra,  além de Amélia, sua assistente, tinha também uma jovem estagiária. A vida profissional de Isabel progredia a olhos vistos mas a vida pessoal praticamente não existia.



Nota: Este conto, vai ser interrompido NO DIA 15, para postagens mais alusivas à época, regressando pós Ano Novo para o seu desfecho. 

18 comentários:

Isa Sá disse...

Por cá fico à espera do desfecho.
Tenha um ótimo dia!


Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar desta história e aguardando novos desenvolvimentos.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Anete disse...

Olá...
Isabel perseverantemente está prosseguindo, dando os passos necessários. Difíceis experiências, mas ela não entrega os pontos. Isso é muito bom!!

Uma boa 5a feira, Elvira!
Abraço

Marina Filgueira disse...

¡Hola Elvira!!!

Es una historia bonita -intensa que bien puede ser realidad. Aquí cerca de mí, se da un caso muy parecido.
El mundo está lleno de historias que no conocemos, gracias esta tuya.

Ha sido un inmenso placer pasar a leerte.
Te dejo mi gratitud y mi estima.
Un abrazo grande:felices fiestas navideñas y un muy propicio año nuevo.
Que todos tus sueños se vean realizados.

Hasta enero si dios quiere.

António Querido disse...

Se me permite, cá vai uma sugestão minha: Quando voltar traga para o seu "Sexta" uma daquelas alentejanas para nos pôr a rir aos fins de semana! O alentejano é assim e ninguém se pode rir deles, (só das anedotas)!

O meu abraço.

Teresa Brum disse...

Você é sensacional Elvira querida, me deixa super curiosa.
Um abraço e mais uma vez parabéns!

Edum@nes disse...

Na vida profissional,
a Isabel continua progredindo
mais tristeza na vida pessoal
do que alegria está sentindo!

Quanto ao interregno,
quem manda é porque pode
porque sou obediente espero
que com boas noticias volte!

Tenha amiga Elvira, uma boa tarde, um abraço,
Eduardo.

PS: Goste da sua anedota, principalmente, do última parte!

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Uma história perfeita e muito real.
A Isabel é determinada, uma pena que a vida real está difícil.Mas tudo vai dar certo.
Uma boa tarde,
Abraços!
Mariangela

esteban lob disse...

¡Vaya imaginación literaria, amiga Elvira!
Tus lectores se entretienen e imagino que tú también.

Cariños.

Jaime Portela disse...

O sucesso profissional, por vezes, colide frontalmente com a vida pessoal e familiar. E encontrar o equilíbrio nem sempre é fácil.
Li os capítulos em atraso e estou a gostar imenso da sua história, não só pela forma como também pelo conteúdo.
Elvira, continuação de boa semana.
Um abraço.

Tintinaine disse...

Eu já tinha lido um bocadinho aqui, um bocadinho ali, dos seus contos, mas sem conhecer as histórias desde o princípio rapidamente me desinteressava. Hoje, dei-me ao trabalho de ir buscar este conto ao primeiro capítulo e ler tudo de uma ponta à outra.
Fiquei a pensar se isto tem ligação com factos da vida real, sua ou de alguém que lhe é próximo, porque se não é o caso a Elvira tem um poder inventivo que merece o meu aplauso.
Não prometo ler tudo aquilo que escreve, mas de vez em quando vou passando por aqui para apreciar o panorama.

Ana disse...

É importante viver e seguir a profissão apesar dos desafios constantes. Depender dos outros é sempre constrangedor mas quando não há outra solução, é preciso por o orgulho de lado.
Abraço

Dorli Ramos disse...

Oi Elvira,
Ainda bem que o pai está aguentando a separação, mesmo debilitado e a filha poderia viajar a trabalho.
Beijos
minicontista2

Rosemildo Sales Furtado disse...

A Isabel já provou que merece sucesso e felicidade total, tanto do lado profissional, quanto do lado pessoal. Continuo gostando e acompanhando.

Abraços,

Furtado.

Laura Santos disse...

Pena que o sucesso no trabalho não tivesse equivalência na vida familiar...
xx

Ana Freire disse...

Uma luta permanente, nos dias que correm, bem exigente, conseguir o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal...
Estou a gostar imenso do texto! É claro que vou desejar acompanhar o seu desfecho!
Beijinhos
Ana

Unknown disse...

Bem estamos praticamente no dia 15 o que significa que irá ser interrompido, que venham essas postagens natalícias.

Portuguesinha disse...

Fiquei a matutar que a vida é ingrata(?) ao colocar pessoas adultas e capazes em posições de não poderem cuidar de si e a ficarem novamente dependentes de terceiros para as suas necessidades básicas. Coisa que já nem na memória se lembram de ter vivido. E deve ser difícil para um pai, ter de ser cuidado por um filho dessa forma. Ao mesmo tempo, não deveria... sei lá.