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Quando a jovem entrou na cozinha a comida já estava na mesa, e Miguel esperava por ela, para iniciar a refeição.
- Sente-se. Vamos comer.
Confesso que estou cheio de fome.
Estendeu-lhe um prato com uma coxa de frango assado e batatas fritas. - Se gosta de salada, sirva-se, disse apontando para a travessa de tomate, salpicada de orégãos.
Estendeu-lhe um prato com uma coxa de frango assado e batatas fritas. - Se gosta de salada, sirva-se, disse apontando para a travessa de tomate, salpicada de orégãos.
A refeição foi penosa
para os dois. O homem porque tentava sem conseguir, introduzir uma conversa, que
pudesse levar a jovem a vislumbrar uma nesga que fosse, sobre a sua identidade.
A jovem porque estava demasiado preocupada, para ter fome. Não sabia quem era,
nem como tinha chegado ali. Não sabia quem era aquele homem, nem porque estava
com ele. Até ali, parecia ser confiável. Tinha agido consigo como um cavalheiro. Mas seria sempre assim? E ainda que fosse, quanto tempo demoraria a
fartar-se dela e a pô-la na rua? Já não era muito jovem, via-se que estava
habituado a viver sozinho. Quanto tempo aguentaria uma intrusa no seu espaço? E
ela? Quem era ela? Seria solteira? Casada? Porque não se lembrava de nada? Porque não tinha documentos? Uma mulher não sai de casa, sem mala, sem
documentos. Então porque ela não tinha nada? Teria sido assaltada? Isso
explicaria o facto de estar sem mala. Mas, porque raio, não se lembrava de
nada? Por mais que se esforçasse, só se lembrava de ter acordado na relva,
junto do pintor. Era como se tivesse nascido no momento em que abriu os olhos.
Teria levado alguma pancada na cabeça? Mas não.
Tinha acabado de lavar a cabeça
e não encontrara nenhum hematoma.
Sentia-se desesperada. Queria que o pintor lhe dissesse alguma coisa, que lhe desse uma pista.
Mas ele dissera que ela não
estava com ele, não era seu modelo, e nunca a tinha visto antes.Então, o que poderia ele dizer-lhe para a
ajudar?
Terminaram a refeição e Miguel
começou a retirar a loiça da mesa em silêncio.
- Deixe eu arrumo a cozinha –
ofereceu-se ela.
- Estou habituado a fazê-lo, - respondeu
ele, não sem uma ponta de dureza na voz, magoado com o silêncio da jovem.
Talvez ela tenha percebido,
porque disse.
- Desculpe-me. Nem sei como lhe
agradecer o que está a fazer por mim. Mas acredite que me é muito dolorosa esta
situação. Nem sequer sei como me chamo. Estou desesperada.
O homem caminhou até ela,
acariciou-lhe os cabelos como se ela fora uma criança e disse;
- Não se preocupe. Quando menos
esperar vai lembrar-se. E se isso a faz feliz, pode lavar a loiça,- acrescentou sorrindo.
17 comentários:
Oi Elvira, boa tarde!
Que bom desfecho desta história.
Será que ela vai logo se lembrar?
Abraços!!
Mariangela
Que situação desses dois! Quero ver como vai ser! Tomara ela s lembre e ele tenha paciência! bjs,chica
Se calhar é um ET que veio ali parar. ehehehe
Casos de amnésia podem acontecer quando as pessoas sofrem algum trauma grave. Pode ser que as coisas venham à tona com o passar dos dias.
Abraço Elvira
Neste preciso momento...
Aposto que vai haver casamento
(quero não ser posto de lado
quero ser convidado)
Estava a pensar que ele não lhe deixava lavar a louça. Esta seria a ponta ou uma participação entre eles e certamente a moça começaria a sentir-se útil.
Sem novidades, o mistério continua no impasse. Se ao menos ela se lembrasse do seu nome, seria uma pista para encontrar o princípio do fim da meada. Ou será que ela está fazendo tudo aquilo para o conquistar?
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.
Está difícil!...Se ela continuar a não se lembrar de nada ele terá de dizer-lhe a forma como a encontrou....Que grande impasse!...
xx
Os diálogos estão bem elaborados e os pontos de suspense também.
Por fim o gesto deu aso a que ela lavasse a louça...
Um grande abraço, querida amiga
Continuo a ler com muito interesse.
Narrativa coerente, em crescendo e com descrições muito apropriadas.
Aguardo...
Bjo, Elvira :)
Mais uma aposta - eles já se conheciam???
Suspense...!!!
Sim, quem sabe se não se conheciam já!
A rapariga questiona-se e com razão. E ele
parece um pouco magoado com essa amnésia,
como se se sentisse no direito de ser lembrado...
Será?
Bj
Olinda
A historia está a ficar envolvente vamos lá a ver como é que eles vão dar a volta à situação da falta de memória.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Oi Elvira
Estou gostando demais desse conto.
É difícil não lembrar de nada, já me aconteceu, mas por duas horas.Caí de costas de cima de uma caminhoneta.
Beijos
lua singular
Querida amiga Elvira.
Estou amando esse conto e sempre que minha conexão permitir (está um caos!),virei ler todas as partes.
Adorei seu jeitinho de escrever. Fica-se atenta,curiosa para saber o final.
Parabéns,minha linda.
Obrigada pela visita,volte sempre.
Uma noite de quinta-feira de paz profunda
Beijos sabor carinho
Donetzka
OI ELVIRA!
SIGO LENDO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
O mistério continua e eu continuo gostando e esperando pelos acontecimentos.
Abraços,
Furtado.
Fico imaginando o quanto deve ser terrível perder a memória...
É gostoso ler os seus contos.
Socorro Melo
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