foto do google
Numa parede um
grande sofá, parcialmente coberto por uma manta alentejana, onde pontificavam algumas
almofadas de croché, amarelas e castanhas. Na parece em frente um aparador, e sobre ele, na parede, um grande
quadro com dois jovens, vestidos de uma forma esquisita, talvez traje do século
passado. No centro uma mesa, cujo pé, fora um dia uma máquina de
costura. Por toda a sala, quadros espalhados mostravam bem qual a profissão do
dono da casa.
Num canto na
parede do sofá, uma porta, que Miguel abriu dizendo;
- O quarto.
Depois
reparando que a jovem continuava a olhar o retrato acrescentou,
-Eram os meus
avós.
E pegando-lhe
na mão disse;
- Venha ver o
seu quarto. Como a casa só tem um, enquanto aqui estiver, fica no quarto, eu
fico no sofá. Não será por muito tempo, logo vai lembrar de tudo e voltar à sua
casa.
Miguel sabia
que isso não era certo. A jovem poderia levar muito tempo para recuperar a
memória, e ele talvez estivesse a meter-se numa camisa-de-onze-varas, como
diria a avó Ermelinda se fosse viva. Mas sem saber porquê, sentia necessidade de
animar a jovem, tanto quanto sentia de a proteger.
O quarto era
pequeno. Uma cama de ferro, pintada de branco, uma mesa-de-cabeceira antiga com
tampo de mármore, sobre o qual um candeeiro com abajur em bola, e um
livro. Havia ainda um pequeno armário de portas escuras e lisas.
Na parede
sobre a cabeceira da cama, um crucifixo de madeira, completava a decoração do
quarto.
-Vamos, - disse
Miguel, venha ver o resto da casa. Afastou um cortinado junto ao aparador e
seguiram por um largo corredor.
Nele em tábuas
corridas amontoavam-se dezenas de livros, o que demonstrava o gosto de Miguel
pela leitura.
- Esta é a
minha biblioteca. Pode ler o que quiser, e quando quiser.
E aqui é a
cozinha.
A cozinha como
tudo na casa era pequena. Num canto o fogão, e a seu lado uma grade de madeira
com algumas panelas e frigideiras penduradas. Encostado à parede interior uma
mesa rectangular com duas cadeiras, e sobre a mesa, num nicho na parede, alguns
pratos e copos. Na parede que dava para o exterior a um canto uma porta, depois
um frigorífico, e quase junto ao fogão, uma janela. Sob esta o lava loiça.
15 comentários:
Esse interessante mistério continua por desvendar,
porque e enquanto a jovem não recuperar a memória
o Miguel e a gente com paciência temos de esperar
para ficarmos a saber como será o fim dessa história!
Continuação de bom domingo amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.
Oi Elvira,
Vou procurar o que perdi e cada dia vou postando.
Tenha paciência, logo ficarei boa.
Beijos
minicontita
Tu sabes muito bem fazer enredos e nos deixar curiosas! bjs, chica
uma casa pequena
se tem muitos livros
terá a dimensão que quisermos
Rica descrição, que coloca o leitor na cena do conto.
Excelente!
Aguardo a continuação.
Beijo.
O que é que daqui vai sair???
Boa semana
Um texto com um belo enredo.
Um abraço e uma boa semana.
A discrição completa de uma casa pequena.
As surpreendentes posições do acompanhante. Haveriam outras como levar a senhora ao hospital. Procurar ajuda na polícia.
Espero para ver o final da história.
Uma história que me parece muito interessante, aliás, como já nos habituou.
Vou procurar recuperar as outras 3 partes. E vou gostar de certeza.
Bj
Olinda
Oi Elvira estava de repousando, levantei para ver a sua postagem, você é bem caprichosa nos mínimos detalhes e isso nos deixa curiosa.
Beijos no coração
minicontista
OI ELVIRA!
ESTOU BASTANTE INTERESSADA E GOSTANDO MUITO.
TENS O DOM DE NOS DEIXAR COM VONTADE DE VOLTAR PARA LER, CURIOSA MESMO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Casa pequena, porém o suficiente para os dois. quem sabe, o futuro.....
Abraços,
Furtado.
Gostei da expressão "camisa-de-onze-varas" que desconhecia. O conto está empolgante.
Beijinhos, uma linda semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
obercodomundo.blogspot.pt
Uma descrição ao pormenor , e um anfitrião muito atencioso.
xx
Casinha bem funcional, bem prática... Gosto assim.
Beijos
Socorro Melo
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