insinceridade
quis-nos aos dois enlaçados
meu amor ao lusco-fusco
mas sem saber o que busco:
há poentes desolados
e o vento às vezes é brusconem o cheiro a maresia
a rebate nas marés
na costa de lés a lés
mais tempo nos duraria
do que a espuma a nossos pésa vida no sol-poente
fica assim num triste enleio
entre melindre e receio
de que a sombra se acrescente
e nós perdidos no meiosem perdão e sem disfarce,
sem deixar uma pegada
por sobre a areia molhada,
a ver o dia apagar-se
e a noite feita de nadapor isso afinal não quero
ir contigo ao lusco-fusco,
meu amor, nem é sincero
fingir eu que assim te espero,
sem saber bem o que busco.
6 comentários:
Não conheço a sua obra, mas este poema é escrito num estilo muito pessoal e interessante.
Convido a participar na comemoração do aniversário do Toninho...
https://reinodascorujinhas.blogspot.com/
o meu abraço
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Homem de grande cultura, de grande talento, com um timbre de voz invejável.
Poema lindo que muito gostei de ler
.
Uma semana feliz. Cumprimentos poéticos.
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Que bela dicção a do Vasco Graça Moura neste poema. Quanta musicalidade!
Um abraço, Elvira!
Que magníficas quintilhas!
Obrigada por esta bela partilha, amiga Elvira
Um abraço!
Boa tarde Elvira,
Um poema magnífico que não conhecia.
Obrigada por tê-lo partilhado.
Beijinhos,
Ailime
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