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22.2.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE XXII


Era quase meio-dia, quando Anabela estacionou o seu carro, atrás do veículo do doutor Azevedo, junto da porta de uma casa de dois pisos, tipicamente rural, nos arredores da vila da Lousã.

Ela ainda saía do carro quando a porta se abriu e uma mulher aparentando uns cinquenta e poucos anos saiu e se dirigiu ao doutor Azevedo.

-Bom-dia, doutor. Que bom que veio, estava a pensar telefonar-lhe hoje. Não sei que fazer com o patrão. Ele quase não come, geme todo o dia com dores, mas nega-se a tomar a medicação e as enfermeiras que vieram não aguentaram mais de dois dias. No fim de semana, os pais estiveram aí, mas não conseguiram convencê-lo a mudar de atitude. Disse-lhes que o deixassem sozinho, que queria morrer em paz. Os senhores coitados ficaram em pânico.

-Eu sei, Isilda. Falei com o meu irmão. Por isso estou aqui. E trouxe ajuda. Tenho a certeza de que a enfermeira Anabela, não se vai embora ao fim de dois dias. Queria pedir-lhe que atenda as suas ordens e a trate como se ela fosse a senhora da casa e não o meu sobrinho. Enquanto ele não mudar de atitude, não se pode lidar com ele, com paninhos quentes  E não se importe com o seu mau génio, nem com as ameaças de despedimento. Conheço-o bem. Ele nunca o faria. Agora se não se importa, ajude-a a instalar-se, enquanto eu vou ver o meu sobrinho.

- Por aqui, menina – disse a empregada seguindo em direção às escadas, para o segundo piso. – Os quartos são aqui, mas devido ao problema de saúde do doutor, os pais mudaram o escritório cá para cima e instalaram no espaço vazio, o quarto dele.

-Mas o meu quarto não devia ser lá em baixo para ficar mais perto do doente?

- Não sei menina, mas lá em baixo não há mais quartos. Havia uma sala de visitas ao lado do escritório, que foi transformado numa sala de tratamentos e ginásio. Há até aparelhos que o doutor Azevedo trouxe no fim de semana. De qualquer modo o doutor Tiago tem uma campainha que se ouve pela casa toda, se quiser chamá-la. 

Aqui é o seu quarto, o meu marido já lhe vai trazer as malas, pode-se instalar, eu virei chamá-la quando o doutor Azevedo quiser apresentá-la ao sobrinho.

- Diga-me só uma coisa, o doente nunca sai do quarto?

-Não menina. O meu marido ajuda-o todos os dias com a higiene e sempre o incentiva a usar a cadeira de rodas para ir à rua apanhar um pouco de sol, mas ele nunca o faz.

- Obrigado, Isilda. Vou então arrumar as minhas coisas.


Amigos, entre os problemas de saúde, (dia 23 vou fazer uma TAC ao crânio)  o cuidar da neta de 3 anos e a preparação para o lançamento do próximo livro estou com o tempo muito limitado. Peço-vos desculpa.

11 comentários:

Janita disse...

A Anabela já vai arregaçar as mangas e meter o doente nos eixos. Só vai é precisar de muita paciência...

O mesmo digo à Elvira; tenha paciência que tudo se resolverá.

Um abraço amigo.

Emília Pinto disse...

Não te preocupes, Elvira pois o importante é a tua saúde. Os amigos esperam o tempo que for necessário Estou a gostar da história e logo, logo, o doente estará domado. Beijinhos, Amiga e boa noite. Que o exame corra bem!
Emilia

Pedro Coimbra disse...

Cuide-se que isso é que é importante.

Isabel disse...

que bom sabe rque vai lançar mais um livro :)
cuide de si para continuarmos a ser brindados com a sua escrita maravilhosa.
as rápidas melhoras

Tintinaine disse...

Bom dia, Elvira!
Trate da sua vidinha e da sua saúde que nós cá nos arranjaremos!

chica disse...

O paciente indomável será bem cuidado! Te cuida também! Boa sorte! beijos, chica

Maria João Brito de Sousa disse...

Estou muito perdida, mas hei-de arranjar um dia para para recuar um mês - ou mais? - e agarrar a ponta do fio do enredo exactamente onde deixei cair a meada...

Com a mesma força com que o desejo para mim, também desejo que tudo lhe corra pelo melhor, amiga.

Um forte abraço!

Cidália Ferreira disse...

Gostei do episódio.
Que tudo lhe corra bem... Não se preocupe!
.
Passou a fantasia, sombra do tempo
.
Beijo, e um excelente dia!

Jaime Portela disse...

Estou curioso para ver como se estabelece a relação da Anabela com o doente mimalho...
Beijo, querida amiga Elvira.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Vamos ver como o doente vai reagir à presença de Anabela.
Estou curiosa.
Beijinhos e saúde.
Ailime

teresadias disse...

Hum, isto promete...
A Anabela vai mudar tudo naquela casa. Penso eu.

Elvira, calma, que tudo vai correr bem.
Cuide-se. Descanse.
Beijo, feliz fim-de-semana.