Mais tarde, já na consulta, a doutora não se mostrou nada surpreendida ao
saber que os dois eram agora um casal. Disse, que ao ver a emoção dos dois, aquando da ecografia anterior, e o modo como ambos se olhavam, pensou que o
destino deles seria o casamento. Depois explicou-lhes que as análises que tinha
feito eram, a de anticorpos anti-toxoplasmose, e da diabetes, e que estava tudo
bem.
A ecografia, foi mais demorada, a médica estava muito
atenta a cada um dos bebés, sem fazer comentários, o que estava a pôr o casal muito
nervoso.
Finalmente disse-lhes que os bebés estavam ótimos, não apresentavam qualquer deficiência, os órgãos abdominais, estômago, intestinos e fígado estavam completos e os bebés mediam agora quase quinze centímetros, da cabeça às nádegas e pesavam cerca de duzentos e cinquenta gramas. Era um pouco menos do que um bebé único com o mesmo tempo, mas estava muito bem para trigémeos. E mostrou-lhes o sexo dos bebés no ecrã. Dois meninos e uma menina.
-A partir de agora, disse a doutora Laura, eles já distinguem o bater do seu coração e o som da sua voz. Também vêm e experimentam emoções e partilham consigo. as suas mudanças de humor e as suas sensações, razão porque deve evitar ao máximo emoções fortes.
Teresa queixou-se da barriga já bastante grande e do peso a mais e a médica riu-se dizendo-lhe que três bebés não se podiam desenvolver no espaço de um e quanto ao peso ainda ia aumentar mais uns bons quilos Pois a partir de agora os bebés iriam crescer com muito mais rapidez do que até aí.
-E a
propósito - acrescentou - muito cuidado com as guloseimas, em que o Natal costuma ser farto.
Disse-lhe ainda que a partir de agora, iria ter muito mais
sono, e provavelmente baixas de tensão arterial quando deitada de barriga para
cima, ou sentada, devido à pressão do útero na artéria aorta e veia cava quando
o corpo está nessas posições.
Acrescentou ainda que era cada vez mais
importante o repouso, não podia fazer esforço absolutamente nenhum.
Teresa aproveitou para perguntar:
-O meu cunhado vai casar, dentro de quinze dias e desejava
que fossemos os padrinhos. A doutora acha que eu posso ir?
- Se fosse uma gravidez normal, eu diria que sim desde que não estivesse muito tempo em pé e evitasse as emoções intensas. No caso da Teresa, com uma gravidez múltipla, não aconselho. Nessa data já estará com vinte e duas semanas e daqui para a frente o tempo é muito importante.
Tem que aguentar esses bebés no útero o máximo de tempo possível, para que os seus órgãos internos ganhem maturidade e quando realizarmos a cesariana, eles estejam capazes de funcionar normalmente e não oferecerem riscos de sobrevivência para os bebés. O ideal seria como já lhe disse na última consulta, conseguir chegar às trinta e seis semanas, embora isso seja raro nas gravidezes múltiplas. O facto de estar a toda a hora acompanhada de uma enfermeira, sossega-me.
A propósito, deve ser a enfermeira
que a acompanha, a colocar-lhe o cinto de segurança sempre que tenha de andar de carro. Uma má posição do cinto, pode causar
danos graves aos bebés. E, a partir de agora quero vê-la de quinze em quinze dias.
E pronto, por hoje é tudo, aqui tem a marcação da próxima consulta, as receitas foram enviadas para o seu email.
O casal despediu-se, e saiu. Na sala de espera, Sandra perguntou se precisava entrar.
- Desta vez não - disse João encaminhando-se para a saída.
- A doutora Laura já nos fez todas as
recomendações, e disse-nos que devia ser a Sandra a colocar o cinto
de segurança na Teresa, pois se colocado de forma incorreta pode trazer danos aos bebés.
Acompanhe a Teresa, enquanto eu vou buscar o carro.
13 comentários:
Estou a gostar do rumo deste conto, Elvira. Espero que as tristezas não cheguem a estes dois, pois nós estamos a precisar de finais felizes para dar alguma alegria aos tempis que estamos a viver. Vá lá, amiga....faz-nos a vontade...põe tudo a correr bem, certo? Beijinhos e SAÚDE para todos
Emilia
Ah, assim não vale, o conto deve seguir o rumo determinado por quem o escreve. Quando compramos um livro, não podemos mudá-lo ahahaha
Boa noite, Elvira
Dois meninos e uma menina :)
Não tarda, estão aí :)
Forte abraço, Elvira!
E vamos acompanhando e adorando! beijso, obrigadão pelos carinhos, chica
É bom, num ano tão atípico se poder ter acesso a uma história que fala de amor, que fala de família, de uma vida que se constrói em conjunto e que nos recorda que há muitas outras situações que nos podem dar força e valores por que lutar.
Um capítulo encerrado, vamos ver o que é que se vai passar a seguir.
Bem, Elvira, que culpa tenho eu de ser uma eterna insatisfeita?
Isto que acabei de ler...Soube-me a pouco, soube-me a pouco... :))
Agora só segunda-feira...tanto tempo à esoera!! :(
Um abraço.
( Como todos sabemos a hitória está escrita. Há que obedecer ao guião. )
A passar pir cá para acompanhar a história e desejar bom fim de semana.
Se tudo correr bem, criar 3 gémeos deve ser uma loucura... de amor e trabalho...
A história continua boa e bem contada. Continuo a gostar muito.
Bom fim de semana, querida amiga Elvira.
Beijo.
No tempo dos meus filhos as ecografias ainda não eram moda, de modo que não conheço essas sensações de ver os filhos a crescer centímetros e descobrir o sexo deles antes do parto.
Coisas modernas! Bom fim de semana!!!
Após a consulta. Está tudo bem, sem complicações informou a médica.
Com saúde, tenha um excelente fim de semana amiga Elvira. Um abraço.
Boa noite Elvira,
Muito bem! Agora todos os cuidados são poucos para os bebés nascerem sem problemas. Admiro a sua capacidade em detalhar que penso ser fruto de aturada pesquisa, o que só valoriza a sua escrita.
Adorei este capítulo.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Já podem começar a pensar nos nomes.
Bom fim de semana com saúde!
Retomando a leitura deste conto maravilhoso!
Abraços fraternos!
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