Estava-se
de novo em Dezembro, o ano tinha passado a correr, dentro de dias Mariana comemorava
o seu primeiro aniversário.
Gil
tinha sido convidado para dar uma conferência na Universidade do Minho, evento
que acontecia naquela tarde de Sexta-feira, dia quatro de Dezembro. E que como
todas as que já dera estava a ser muito participativa, apesar da tempestade que
assolava o país.
Mais
tarde foi rodeado pelos alunos que queriam autógrafos e saber qual era a sua
opinião em relação às novas tecnologias na escrita. Acreditava ou não que os
livros em papel iam desaparecer no futuro. E não seria isso bom para o planeta
sabendo-se que muitas árvores precisam ser arrancadas para escrever os livros.
Gil não acreditava no fim do livro em papel por duas razões. Embora
considerando que é muito mais prático transportar para qualquer lado uma
biblioteca no Smartphone, do que andar com os livros atrás, não dá o mesmo
prazer sentar-se num sofá a ler um livro em papel do que no telemóvel. Além de
ser muito mais cómodo, para o corpo e para os olhos. Depois as baterias dos
Smartphones, Tablets, e afins, causam muito maior impacto ambiental, do que o abate de algumas árvores, que podem ser substituídas em poucos anos. Sem
falar que haverá sempre sítios no mundo onde muito dificilmente chegará algum
dia a Internet.
Mais
tarde foi convidado para o jantar e já passava das dez quando entrou no carro disposto
a fazer a viagem de regresso ainda nesse dia.
O
temporal continuava sem dar tréguas, o vento soprava forte, fazendo perigar a
estabilidade do veículo e a chuva era tão forte que formava uma espécie de
nevoeiro que cortava toda a visibilidade. Gil tinha os olhos a arder do esforço
que fazia na tentativa de ver alguma coisa, e arrependia-se de não ter passado
a noite num hotel, em vez de estar a viajar naquelas condições.
Ele
não sabia se havia algum carro à sua frente ou atrás de si tão intensa era a chuva
e tão fraca a visibilidade. Por isso o receio de acelerar e provocar um
acidente, era o igual ao de diminuir a marcha. Não podia fazer nada mais do que
manter-se assim e esperar que à medida que os quilómetros fossem percorridos a
tempestade não fosse tão intensa.
De súbito,
um relâmpago iluminou tudo à sua volta e Gil apercebeu-se de uma árvore caída
para a estrada uns metros mais à frente, tentou travar, mas o carro derrapou, e
ele perdeu o controle do mesmo. O automóvel deu umas duas voltas na estrada
como se fora um pião e de súbito as rodas da frente deixaram de ter apoio e o
carro mergulhou no vazio. Gil mal teve tempo de desapertar o cinto de
segurança, abrir a porta e saltar. O corpo rolou entre pedras e ramos de
árvores, enquanto ouvia um enorme estrondo que lhe deu a certeza de que o carro
tinha embatido em qualquer coisa, talvez uma rocha.
A
noite estava escura como breu, a chuva e o vento fustigavam-no.
Pôs-se
de pé. Tinha que chegar à estrada, talvez algum carro o conseguisse ver. Mesmo
que assim não fosse não podia ficar parado. Tinha que se movimentar. Porém dera
apenas dois passos quando perdeu o equilíbrio. Sentiu-se a rolar pelo declive,
entre pedras e ramos que lhe rasgavam a carne. De súbito, o corpo parou, a
cabeça embatendo numa pedra maior provocando-lhe uma insuportável explosão de
dor. Teve um último pensamento para a sua filhinha, e, mergulhou na escuridão.
Bom amigos, aqui termina esta história, ou não. Ou seja, eu posso escrever ali apenas a palavra fim, e, cada um imagina e decide se o Gil morreu, ou se alguém se apercebeu do acidente e chamou socorro. Ou posso escrever, fim da primeira parte, e, continuar a história em Janeiro. Vocês decidem. O resto deste mês terão aqui todos os dias histórias de Natal.
19 comentários:
Tenha dó ahahahah Fim da I parte
Boa noite, Elvira
Querida Elvira, por favor não termines asssim a história; fim da 1a parte...please!! Obrigada! Beijinhos
e boa noite
Emília
O Gil vai ter uma prenda de Natal :)
Abraço
Bom dia
Não me lembro de alguma historia da autora com um final infeliz .
Vamos com certeza ter mais alguns episódios .
JAFR
Esperar até Janeiro custa, mas não havendo outro remédio ...!
A sua criatividade é que vai decidir... Bj
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Minha querida Elvira,
Eu acredito em finais felizes e nesta época especial de Paz e Amor esta história não pode terminar assim, esta é a minha modesta opinião, no entanto só a escritora pode decidir.
Aproveito para agradecer esta, e outras, magnificas histórias que tem escrito.
Que a Luz, a Paz e o Amor continuem a brilhar no seu coração e essa Luz ilumine todas as suas preocupações.
Até sempre
Estou de acordo com o Pedro.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Esperamos por mais ainda! Tá muito boa! beijos, lindo dia! chica
Bom dia Elvira,
Que episódio emocionante.
Li-o de um fôlego.
Mostra a realidade que infelizmente tanto acontece, mas sou da opinião da Gracinha.
Um bejinho e venham os contos de Natal.
Bejinhos,
Ailime
Boa tarde:- A Estória merece; Fim da 1.ª parte. Que se reinicie em Janeiro...
.
Cumprimntos
Tenho uma certa relutância em impor-lhe a minha opinião, amiga, mas preferiria que os sonhos de Gil Gaspar pudessem continuar para o ano :)
Voltarei sempre que estes olhos quase imprestáveis mo permitam.
Forte abraço
A história pede mais, sem dúvida. Que acção!
Venha de lá mais, Elvira.
(É um prazer regressar e encontrar a veia criadora de sempre. Parabéns.)
Que pena. já acabou? Nãoooo
É fim da primeira parte...
Em Janeiro podemos continuar! Então, Gil agora estará internado, mas voltará, para nos dar notícias. Há muita coisa que queremos saber dele. Se melhorou, se casou. E o baptizado da sua bebé?? Até Janeiro, Gil, que tudo lhe corra bem! Lool
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Olho as montanhas, sem cor
Beijo e um excelente dia!
Até Janeiro de 2020, fico esperando notícias do Gil!
Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.
Acho que o Gil deve viver com um pouco mais de felicidade ao lado da filha e da futura esposa.
Abraços,
Furtado
Muito bom até aqui. Fico na expectativa da continuação, pois não podia acabar aqui assim.
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.
Não acompanhei desde o princípio, mas, por este capítulo, imagino que foi mais uma belíssima história que encantou a todos. Caso tenha continuidade, acompanharei com prazer.
Beijos carinhosos!
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