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6.11.19

OS SONHOS DE GIL GASPAR - PARTE X



-Adiante, lembras-te daqueles livros que te ofereci, e de  me teres dito quando leste o primeiro, que o autor parecia estar a descrever a nossa história?  Pois é mesmo a nossa história e o autor é este teu irmão.
- O quê? Tu és o misterioso Nuno Alvarez?
- Esse é o meu pseudónimo.
- Mas porquê? Porque não usaste o teu nome? – perguntou Marco admirado.
- Por duas razões. A primeira é que queria manter-me no anonimato. Assim se as obras fossem um sucesso, ninguém diria que o eram pelo meu passado de futebolista famoso, e se fossem um fracasso, também ninguém me diria que era um sapateiro a querer tocar rabecão, como dizia a nossa mãe. Segundo, sabes como a Sara era. Se soubesse do meu êxito literário, ia querer que frequentasse festas, que desse entrevistas, enfim que me tornasse numa estrela, junto da qual ela pudesse brilhar. Sabes que não sou, nem nunca fui assim. Depois o facto de a minha agente ser espanhola, e viver entre Paris e Nova Iorque, ajudou-me a manter o segredo. Coisa que não sei se conseguirei continuar a manter, uma vez que recebi uma ótima proposta para vender os direitos do “Almas sombrias” para o cinema.
- Bom, isto é que foi uma surpresa. E vais continuar a escrever?
-Enquanto a inspiração me deixar, sim.
Nesse momento foram interrompidos por Isabel a secretária.
- Desculpem, mas acaba de chegar o doutor Alcides.
-Mande-o entrar – disse Gil.
Ela retirou-se e segundos mais tarde, introduzia o advogado no escritório.
- Bons dias – saudou o recém-chegado, estendendo a mão para cumprimentar os dois irmãos.
- Bom dia - responderam em uníssono.
Depois do habitual cumprimento, Gil disse:
- Por favor, sente-se doutor.
- Desculpem-me, mas tenho trabalho na loja, - disse Marco encaminhando-se para a porta. - Se precisares de mim, chama-me.
-Está bem. Por favor diz à Isabel que nos sirva um café.
Marco saiu fechando a porta atrás de si.
- Bom doutor - começou Gil. - Pedi esta reunião, porque tenho várias instruções para lhe dar. Preciso que trate dos documentos necessários para que eu possa passar  a minha parte nesta empresa para o Marco. Não só desta loja, mas também da filial do Porto. Trata-se de uma doação, não de uma venda. Não tenho tempo para isto, e o meu irmão merece. Como sabe espero o nascimento da minha filha a qualquer momento e com o seu nascimento,  a minha vida ainda se vai complicar mais, pelo menos a nível de tempo.
- Lamento o que aconteceu com a sua esposa, - interrompeu o advogado. – Tão jovem, e ainda mais grávida! Este mundo está cada dia mais violento. Já apanharam os culpados?
-Não. A polícia não encontrou rasto do carro, e isso torna mais difícil chegar aos culpados.

10 comentários:

noname disse...

Continuando na senda do mistério :-)
Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

A esposa de um amigo meu acabou por falecer vítima de uma dessas bestas.
E ainda hoje não conseguiram descobrir o assassino.

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Continuando a seguir esta bela história.
Um beijinho,
Ailime

chica disse...

Tanto ocorre pela violência... Acompanhando e gostando! beijos, tudo de bom,chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar e estou a gostar, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Edum@nes disse...

Continuarei por aqui passando e acompanhando o desenvolvimento deste conto. O qual me parece já antes ter lido?

Continuação de boa semana amiga Elvira. Um abraço.

Larissa Santos disse...

Mais um fantástico episódio:))

Hoje-:-Queria sentir-te na minha realidade

Bjos
Votos de uma óptima noite.

Kique disse...

A por a leitura em dia
Bjs
Kique

Hoje em Caminhos Percorridos - Queria que as mulheres me amassem pelo que sou...

João Santana Pinto disse...

O drama familiar de um homem com um coração como poucos, valores que já não parecem ser deste nosso mundo...

Vou continuar