Reedição
Naquela noite de Dezembro, João chegou cedo a casa. Estava muito cansado. A tarde no escritório, fora de arrasar. Há dois dias que Helena, a colega, estava doente. Ele tinha o dobro do trabalho. Normalmente nem se queixava. Gostava da sua profissão, e não ganhava mal. Mas nos últimos tempos, sentia-se cansado.Física e espiritualmente. A idade começava a pesar. Não que seja velho, longe disso. Acabara de fazer quarenta anos e era um belo homem. Mas um homem chega a determinada altura e começa a não achar graça, às saídas com os amigos, às ressacas do dia seguinte, e principalmente a chegar a casa e sentir sobre si o peso da solidão.
Naquela noite de Dezembro, João chegou cedo a casa. Estava muito cansado. A tarde no escritório, fora de arrasar. Há dois dias que Helena, a colega, estava doente. Ele tinha o dobro do trabalho. Normalmente nem se queixava. Gostava da sua profissão, e não ganhava mal. Mas nos últimos tempos, sentia-se cansado.Física e espiritualmente. A idade começava a pesar. Não que seja velho, longe disso. Acabara de fazer quarenta anos e era um belo homem. Mas um homem chega a determinada altura e começa a não achar graça, às saídas com os amigos, às ressacas do dia seguinte, e principalmente a chegar a casa e sentir sobre si o peso da solidão.
Mergulhado no confortável sofá, João pensava que era chegada a hora de dar um novo rumo na sua vida. Pensou em quantos dos seus amigos de infância estavam solteiros.
O Zé, o Nuno, - não o Nuno casou o mês passado. Solteiros só restavam ele e o Zé.
Pegou no comando e desligou a TV. Não lhe apetecia ver nada. Mas também não tinha vontade de ir para a cama. Engraçado, começava a achar a cama grande demais. E vazia, como tudo o resto naquela casa. Olhou à volta. O silêncio ensurdecia-o. Lentamente levantou-se e foi até à janela. A noite estava fria, mas o céu estava estrelado. Mergulhou os olhos na escuridão. Nada. Não se via ninguém na rua. Pudera com o frio que fazia, quem se atreveria a ir passear. Voltou para o sofá inquieto.
Acendeu um cigarro, e apagou-o de seguida. Recostou-se no sofá, fechou os olhos e, a pouco e pouco, foi relaxando até acabar por adormecer...
Acordou sobressaltado com o toque do telefone. Atendeu e do outro lado uma voz maviosa, falou o seu nome. Ficou surpreendido e irritado. Quem tinha o desplante de lhe ligar, numa hora tão imprópria.
Acordou sobressaltado com o toque do telefone. Atendeu e do outro lado uma voz maviosa, falou o seu nome. Ficou surpreendido e irritado. Quem tinha o desplante de lhe ligar, numa hora tão imprópria.
20 comentários:
Só
um homem só
não deixa
o telemóvel no silêncio
Bom dia
A solidão é um castigo !!
Eu que o diga !!
JAFR
Vejo que, apesar da malvada gripe e da reduzida acuidade visual, retomou as suas publicações.
Muita força, votos de um bom Domingo e um forte abraço.
Existem horas assustadoras. Adorei. :)) já sentia falta.
Hoje:- Na incerteza da minha alma abandonada
Bjos
Votos de um óptimo Domingo (:
Mas afinal quem era ao telefone?
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Vou acompanhar a história!
Bom domingo!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Vou acompanhar esta história, aproveito para desejar um bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Um telefonema,
tarde e a má hora
sem que valha a pena
qualquer um incomoda!
Tenha um bom dia de Domingo amiga Elvira.
Um abraço.
Que pertinente mensagem encerra esta história. Muito pertinente, realmente.
Abraço, Elvira e tenha um bom domingo.
PS: Aproveito para lhe deixar esta informação no caso de tentar entrar no meu blog, não vá a Elvira pensar que lhe vedei o acesso. Deixei isto no blog do caro Observador:
"(...) venho apenas informar que a plataforma blogger continua nalgumas coisas a não funcionar muito bem. O meu blog neste momento veda o acesso a todos apenas e porque o encerrei, como já sabe, não entendo é o facto de informar que é só para convidados. A isso não sei responder (...) Não faço mesmo a menor ideia. Encerrei o blog mas isso não significa que de vez em quando não comente por aqui e noutros blogs também. Logo se verá..."
Vejo que esta história é uma reedição, mas não me lembro de a ter lido.
Uma pessoa só - e cansada de o estar - tem o direito de ficar aborrecida ao ser acordada a horas impróprias, por muito maviosa que seja essa voz :)
Veremos o que vem a seguir. Simpatizei com o rapaz...
Abraço, bom resto de Domingo.
Bem, vamos acompanhar o conto! Amei o capitulo!
Bodas de mármore (39)
Beijos e um bom Domingo.
Ao contrário da Janita, eu lembro-me de ter lido esta história. Mas vou aparecendo por aqui e recordando as partes esquecidas.
Boa semana, Elvira!
Não recordo! Quando saiu?
Bom, o que importa é que aqui está e a disfrutar.
O que narras parece de hoje mesmo. Que frio que temos estes dias!
Abraço grande cá de casa.
Aos 40 já é uma boa idade para se "ganhar juízo" e estabilizar !
Idade para se ter um lar e formar família com estabilidade !
Creio que este conto não acabará com o João ainda solteiro ! (?)...
A ver vamos ! :))
Não posso garantir que acompanharei a história a par e passo; mas garanto que salvo motivo de força maior da minha parte, cedo ou tarde voltarei à mesma para a ler de fio a pavio pois que este começo da mesma é fantástico, por si só muito sugestivo, chamativo, incentivante à sua contínua leitura.
Muitos parabéns, com acréscimo de votos de melhoras, minha amiga Elvira.
Boa semana
Abraço
VB
Vou acompanhar mais um belíssimo conto
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Filmes mais positivos que existem!!...
Já tarde, mas aqui: Presente!
Boa noite, Elvira
Continuação de melhoras :-)
Oi Elvira. gosto de seus contos e o despertar de curiosidade, arte de quem domina esta arte. E vamos seguir amiga.
Meu carinhoso abraço e boa semana com paz.
Bom reeditar pois sou novo aqui.
Grato amiga.
Lembro-me desta história, mas sabe bem reler :)
Oi Elvira
Já gostei desde o começo.
Espaço na cama não é fácil, a minha ficou um tem quando enviuvei, mas depois tratei logo de arrumar outro marido que me aguenta até hoje.kkk
Beijos
Lua Singular
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