Sentaram-se. Ela no sofá, ele no cadeirão em frente. Fitaram-se. Ela desviou o olhar, brincou com o anel.
“Está tensa. Parece receosa”,
pensou ele.
Inclinou-se para a frente, e instintivamente
ela afastou-se um pouco para trás.
“Está com medo de mim. Mas
porquê?"
Pegou no livro que estava na
mesinha.
- Gostas de ler?
- Muito.
- É o teu autor preferido?
- É o primeiro livro que leio
dele. Diana, a minha colega de emprego, disse-me maravilhas e instigou a minha
curiosidade.
- Sabes que a tua irmã compra
todos os livros deste autor?
-Sim? Talvez me empreste algum,
quando acabar de ler esse. E tu? Costumas ler? Quem é o teu autor preferido?
- Não tenho tido grande tempo
para o fazer ultimamente. Mas sim gosto de ler, embora não tenha um escritor
favorito. Gosto de vários, nacionais e estrangeiros.
Calou-se e o silêncio voltou a
instalar-se na sala. Um silêncio pesado. Como se ambos não soubessem o que
dizer. Ou tivessem medo de dizer o que não queriam. Ele estudava todas as
reações daquela mulher que o intrigava. Ela não sabia o que esperar daquela
visita, estava numa fase crítica da sua vida, sentia-se frágil, carente, e ele
era demasiado sedutor. Tinha receio do sofrimento que lhe adviria se cometesse
a tolice de se apaixonar por ele.
- Gostei de conhecer os teus
irmãos, -disse pousando o livro em cima da mesa. – O Ricardo tem uma bonita
família.
-É verdade. A Teresa é uma boa
esposa e uma excelente mãe. Todos gostamos muito dela. E os meninos, são uns
amores.
“ Perdeu o medo, os olhos
brilham. Vê-se que adora a família. Um tema a explorar, para que relaxe”.
- Vivem perto dos vossos pais?
- Vivem nos arredores de
Coimbra. O Ricardo gere a empresa de mudanças, do sogro.
- O Luís disse-me que
trabalhava na Biblioteca Nacional.
- Sim. Às vezes v3m-me visitar.
Como naquele dia.
-Sei.
O silêncio instalou-se de novo
entre eles. Tenso, incómodo. Ele levantou-se e foi até à janela. Afastou o cortinado e
ficou a olhar pela janela. Lá fora a rua estava quase deserta. Era a noite de
domingo, no dia seguinte começava uma nova semana de trabalho. Além disso as
noites iam frias, em contraste com os dias quase de verão. Olhou o relógio, nove horas. Cedo demais para ir para casa. Atrás dele, Anete mantinha-se
em silêncio. Numa espera nervosa. Ele não percebia porque é que ela tinha medo
dele. Não pretendia fazer-lhe mal. Apenas queria… Ele nem sabia bem o que
queria. Naquele momento, Salvador, o advogado brilhante, com um extraordinário
dom de palavra, que deixava todos pendentes dele em tribunal, não sabia como
lhe perguntar porque se divorciara. Tinha a certeza de que ela se iria retrair
mais ainda e quem sabe o punha na rua. E ele estava a gostar de estar ali.
Na rua, um rafeiro tombou um
recetor do lixo, espalhando-o no passeio em frente.
16 comentários:
Bom dia amigos/as. Regressei ontem à noite. E continuo sem internet. Começo a entrar em desespero. Mudei de operadora em 2003 por estar com um problema parecido, nessa altura com a sport tv que pagavamos e raramente tinhamos. Nunca tivemos o mais pequeno problema com esta até Junho deste ano.
Eles já mudaram de instalação de modems duas vezes e estou na mesma.Não consigo ir aos vossos blogues ler e comentar,nem consigo fazer nada nos meus só pelo Smartphone.
Bom fim de semana.
Situação chata, essa da falta de internet...espero que seja resolvid rapidamente!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Que coisa esse problema da internet.Nos deixa bem fora da cainha,né?
A história tá boa! beijos praianos,chica
Isto é que é jeito para deixar os leitores à espera, ansiosos, pelo capítulo seguinte ehehehehe
Net e operadoras!!! grrrrr
Agora nem me posso queixar, não sei é porquanto tempo :-)
Beijo
bom dia
bem pensei que hoje já ia haver algo de novo , mas a autora quer nos ver mais ansiosos. !!!
JAFR
Continuo a acompanhar o desenrolar desta história.
De vez em quando também tenho problemas com a internet.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Bom dia Elvira!
Essas operadoras são todas iguais, aqui também é assim.
Feliz domingo,beijinhos.
A primeira coisa a fazer é descobrir qual é o problema. Verificar se os vizinhos se queixam da mesma coisa e isso tudo. Todos os operadores têm um rádio repetidor que espalha o sinal na zona. Se estiver a mais de 10 Kms ou tiver excesso de clientes pendurados no mesmo repetidor, pode ser essa a causa do problema. Nesse caso é melhor mudar de operador e a Vodafone por ser o mais moderno de todos pode ser uma boa opção. Mais uma vez seria aconselhável descobrir o que usa a vizinhança e saber se estão satisfeitos.
Quanto à evolução da novela não me queixo, já estou a ficar habituado a esperar. E quer-me parecer que o Sr. Doutor não vai ficar nada chateado quando souber que a menina ainda é virgem.
Não ata nem desata. Ambos sentem a mesma vontade de se declararem um ao outro o amor que os apoquenta na tentação de consumirem os seus desejos. Todavia, se retraem de o declarar. Pensará ela que ele não é competente para desbravar o caminho ainda bravio?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Também eu não percebo porque é que ela tem medo dele.
Quanto à internet não a posso ajudar, pois provavelmente ainda saberei menos que a amiga destas coisas das operadoras.
Bom fim de semana.
Lá isto é maneira de nos deixar pendurados até amanhã, para sabermos o que se irá passar no resto da noite? Socorro, já me começo a habituar ao tempo de espera.
Muito chato essa situação da NET, mas tente saber se os vizinhos teem o mesmo problema.
Problema.
Bj e bom fim de semana.
está a evoluir bem :D
Já perdi o fio à meada. Seja como for minha amiga, um grande beijinho!
Uma tensão que vai passar ... por certo!bj
Ela devia deixar o medo de lado e se jogar nessa perspectiva de relacionamento, se der certo, ótimo, caso contrário, servirá de experiência, de amadurecimento e várias outras lições.
Abraços!
Acompanhando, gostando e aguardando os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
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