Nunca uma semana decorreu tão
veloz para Anete como aquela.
Entusiasmada com a nova vida, o
emprego, e a amizade com a colega, Diana, a irmã, com quem falava todas as noites pelo
telefone, a perspetiva do almoço em Coimbra que a mãe estava a organizar para
juntar as duas famílias, tudo contribuiu para que o relógio lhe parecesse que passava as horas, mais depressa do que o habitual.
Não tinha sabido nada de
Salvador. Ele não telefonara em toda a semana, e embora no seu íntimo
considerasse que era o melhor, a verdade é que esperara que o fizesse e se
sentia desiludida.
Nas longas conversas com a irmã, nunca
o seu nome fora nomeado, e ela não se atrevia a fazer perguntas. Tinha a
sensação que ele não frequentava muito a casa do irmão. No entanto, nas duas
noites em que lá jantaram, ela reparou que os dois irmãos se davam muito bem, o
que provava que apesar da diferente vida que levavam, os dois se amavam.
Sabia que ele fora convidado para
o almoço. Os pais consideravam-no como membro da família, e estavam-lhe gratos
pelo papel que desempenhara naquela história. Não sabia se ele tinha
aceitado, mas tinha a certeza de que a mãe lhe diria quando chegasse a casa no
dia seguinte. Sim porque a semana de trabalho acabara, no dia seguinte era
sábado, e ela já tinha o bilhete para o comboio da manhã. O almoço era no
domingo, é certo, mas ela não deixaria a mãe sozinha com os preparativos, tanto
mais que Teresa, a mulher do irmão, trabalhava toda a semana, e no fim-de-semana
não lhe faltava trabalho para gerir a casa, tratar dos dois filhos, e organizar
as coisas para a semana seguinte. Depois no domingo aproveitaria para trazer o
carro para a cidade. Fazia-lhe falta para conhecer os arredores de Lisboa,
porque a verdade é que nos seus passeios anteriores, nunca foi além de
Santarém. E também para as viagens a Coimbra.
Deu o duche por terminado e depois de secar o
corpo, enviou um pijama de algodão cinzento, como minúsculas flores cor-de-rosa,
envolveu os cabelos molhados numa toalha que enrolou na cabeça, à laia de turbante,
vestiu um robe azul sobre o pijama e foi para a cozinha.
Tirou do congelador uma pizza que
meteu no micro-ondas, e marcou os minutos precisos. Logo que ouviu o sinal do
aparelho, colocou o prato em cima da mesa, encheu um copo com água e jantou.
Terminada a refeição, arrumou a cozinha e
dirigiu-se à sala, onde se sentou num cadeirão em frente do sofá. Pegou no
comando da televisão, mas voltou a pousá-lo. Na verdade, não lhe apetecia ver
nada. Levantou-se e pegou no livro que tinha comprado no dia anterior. “Um
refúgio para a vida” de Nicholas Sparks. Nunca tinha lido nada daquele autor, embora já
tivesse visto vários livros expostos na livraria do supermercado onde fazia as suas
compras. Porém em conversa com a sua colega de trabalho, sobre livros, ela
contara-lhe que era uma grande fã do autor, que eram romances tão bons, que vários dos seus livros, tinham
sido adaptados ao cinema e que ela não perdia um.
Ficou tão curiosa, que nessa mesma noite, quando passou pelo supermercado, resolveu juntar um dos livros dele às restantes compras. Escolheu apenas pelo título, porque “Um refúgio para a vida” era tudo o que ela gostaria de ter.
Ficou tão curiosa, que nessa mesma noite, quando passou pelo supermercado, resolveu juntar um dos livros dele às restantes compras. Escolheu apenas pelo título, porque “Um refúgio para a vida” era tudo o que ela gostaria de ter.
Pela leitura na parte interior da capa, tomou conhecimento das obras que tinham sido adaptadas ao cinema, confirmando a informação que Diana lhe dera. Embrenhou-se na leitura, e deixou-se absorver de tal maneira,
que quando olhou para o relógio era quase meia-noite.
13 comentários:
Uma bela descrição do seu dia_a_dia!
Gostei de ler ... Bj
Bom dia!
Isto é o que se chama "dar palha ao burro". Coisas que não acrescentam nada à história, mas servem para a tornar mais comprida e, no caso dos livros, mais caros.
Bom fim de semana!
A passar por cá para acompanhar a história e desejar bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Já li alguns do autor, o último que li foi "Corações em Silêncio", mas "Um refúgio para a vida" não cheguei a ler.
Bom fim de semana.
Abraço.
Detalhes muito bem contados e nos ajudam a esperar e ficar na expectativa sempre, nos prender! beijos, chica
bom dia
gosto muito de ler os comentários quando acabo de ler o capitulo , e hoje acho que não há muito a acrescentar.
um bom fim de semana.
JAFR
Dele li O Diário da nossa paixão e depois vi o filme, gostei muito do livro e do filme (e gostei do filme depois de ter lido o livro o que muitas vezes não me acontece)
E acabei a leitura dos capítulos que tinha atrasados. Continuo a gostar muito desta história, obrigada pela oportunidade de a ler aqui
um beijinho e uma boa noite
gábi
Uma panela de sopa para três pessoas também dá para quatro. Desde que se acrescente mais água. Assim está este conto. Na ausência de Salvador, Anete aproveita para ler romances, talvez seja a melhor maneira de passar o tempo?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Adorei o comentário do Tintinaite, a amiga Elvira está a "dar palha ao Burro" já me ri.
Gostei de saber de mais um dia na vida da Anete.
Bj e bom fim de semana
OI ELVIRA!
MUITAS VEZES VIM EM TEU BLOG E LI MUITOS CAPÍTULOS DE UMA SÓ VEZ, PORQUE AMO TEUS ESCRITOS, ATUALMENTE TENHO TIDO POUCO TEMPO MAS VIR AQUI, MESMO SEM PODER LER TUDO COMO GOSTARIA, CONTINUA SENDO UMA ÓTIMA EXPERIÊNCIA.
ABRÇS AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Gostei muito de ler este capítulo, beijinhos.
Quanto mais tardar a comida, mais aumenta a fome. Talvez o Salvador esteja demorando o contato com ela, para aumentar-lhe a ansiedade.
Abraços,
Furtado
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