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24.5.17

JOGO PERIGOSO - PARTE III


Quando o pai morreu, já havia mais de um ano que Daniela estava à frente da empresa. O irmão desistira da sua ideia de ir para África por causa da saúde precária do seu progenitor. Mas quando ele partiu, voltou à ideia de deixar tudo e ir para África.
Uns meses antes tinha realmente tentado vender-lhe a sua parte da empresa. Ela recusara pensando que assim mantinha o irmão por perto. Era o único familiar que tinha, a mãe morrera ainda eles eram pequenos, e o pai fora pai e mãe dos dois. Daniela casara aos vinte e quatro anos completamente apaixonada. Mas para o marido, uma mulher apaixonada não chegava. Ele queria perpetuar-se na descendência. Ela não engravidava. Então começou a andar de médico em médico, de tratamento em tratamento, num calvário que durou quatro longos anos, ao fim dos quais todos os médicos eram unanimes em dizer que ela era estéril, e que o casal deveria procurar a adoção, como solução para o seu desejo de serem pais. O problema foi que Felipe não queria ser pai adotivo. Ele queria ser pai biológico. E assim resolveu pedir-lhe o divórcio, descartando-a como coisa sem préstimo.
Daniela ficou arrasada. Sofreu a desilusão, chorou a morte dos seus sonhos. Chorou dia e noite tudo o que havia para chorar. E depois levantou a cabeça e decidiu levar a vida pra frente. Dedicou-se inteiramente à empresa. Tinha trinta anos quando o pai adoeceu e deixou tudo nas suas mãos.
Um ano mais tarde o pai morreu deixando a empresa em quotas iguais para os dois filhos. E ela assumiu a direção e continuou o trabalho do pai, enquanto o irmão continuava a exercer a profissão, de médico. A medicina, e os seus doentes era tudo o que lhe interessava. Não se importou. Mergulhava no trabalho, era uma boa forma de esquecer a sua tragédia pessoal, e a sua descrença nos homens e no amor.
Uns meses atrás, o irmão tentara vender-lhe a sua parte do negócio. Precisava dinheiro para ir para África e montar um pequeno consultório, onde pudesse atender os mais necessitados.
Ela não levara muito a sério a proposta e tentara dissuadi-lo dessa ideia. Desde aí nunca mais soubera dele, até aquela manhã, quando o advogado do novo sócio a procurou com toda a documentação relativa à transação. 

19 comentários:

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar as histórias!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

História interessante.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

chica disse...

Passando pra hoje ainda acompanhar...bjs, INTÉ,chica

Tintinaine disse...

Há vidas mesmo complicadas! Ou é a Elvira que as inventa?
De uma ou outra maneira, vamos em frente que estou curioso para saber o que aí vem. Se eu puder ajudar no enredo, recomendo a adopção de uma criança com idade prestes a entrar na Escola Primária, o que seria uma grande ajuda emocinal para equilibrar a vida da jovem senhora.

Os olhares da Gracinha! disse...

A infertilidade bem como a divisão de património é mais comum do que se imagina!
Bj

Teresa Brum disse...

Hum! Esta ficando boa a estória.
Já estou gostando muito, querida Elvira, beijinhos.

Bell disse...

Perdas e desafios são algo que traz maturidade.

bjokas minha amiga =)

Edum@nes disse...

Depois de ter lidos mais um capítulo do "jogo perigoso", cheguei à conclusão. De que a vida das pessoas não é complicada. As pessoas é que na vida se complicam! Quando não querem de maneira alguma concordar com as ideias de outrem. Não sendo a isso obrigados. Todavia devem respeitá-las!

Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Emília Pinto disse...

Querida Elvira, fui ler os últimos capítulos da história anterior que terminou como eu imaginava para bem daquela criança já tão habituada à ama. Um novo conto já começou e já li os capítulos iniciais; agora vamos esperando pelos seguintes. Tu és " uma máquina " a escrever histórias, Elvira o que muito admiro. Quisera eu ter essa capacidade!!! Beijinhos e tudo de bom
Emília

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Elvira
estive a ler os post anteriores e vou seguir esta estória que me parece bem interessante
peço imensa desculpa de não ter seguido a anterior, mas, problemas de vária ordem não me deixaram tempo disponível.
vou seguir esta.
obrigada
beijinhos
:)

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Uma história muito interessante.
Estou a gostar.
Beijinhos,
Ailime

maria disse...

Mais uma história que promete... herança, ambição e dois irmãos... !

AvoGi disse...

Estorias que podem ser nossas na realidade
Kis :=}

Janita disse...

Boa tarde, Amiga Elvira.
Este conto eu não quero nem posso perder.
Estive a ler os três episódios e tenciono seguir atentamente os restantes.
Mais uma bonita história que promete ser bastante interessante. Um drama de infertilidade que culminou na solidão da jovem empresária.
Tão real, infelizmente. Nem todos os homens sabem amar e compreender a dor da mulher, para aceitar a adopção como alternativa.

Um abraço, minha Amiga.

redonda disse...

O irmão devia tê-la avisado antes!
(estou a gostar da Daniela)

Smareis disse...

Adorando!
Beijos Elvira!

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Ela não podia tolher os sonhos do irmão, a parte era dele e ele corretamente a vendeu.
Gostando
Beijos
Lua Singular

Berço do Mundo disse...

Oh, oh, a coisa vai complicar-se. Sigo para o próximo episódio

Rosemildo Sales Furtado disse...

A história/estória promete grandes emoções.

Abraços,

Furtado