aldeia do pai Natal - Finlândia
Na Finlândia, próximo da cidade de Turku, o duque João passa revista às tropas como habitualmente faz todos os dias. Olha com muita pena para estes homens cansados. Estão mobilizados para defender a cidade contra vizinhos invejosos que desejam apoderar-se dela.
Na Finlândia, próximo da cidade de Turku, o duque João passa revista às tropas como habitualmente faz todos os dias. Olha com muita pena para estes homens cansados. Estão mobilizados para defender a cidade contra vizinhos invejosos que desejam apoderar-se dela.
“O Natal está a chegar e todos gostaríamos de passar a festa em
família”, pensa ele com tristeza. “Se não estivéssemos em guerra… Se os
combates pudessem cessar por uns momentos…”
O duque João puxa de repente pelas rédeas do seu cavalo e pára.
Acaba de ter uma ideia! Ei-lo que, sem demora, se lança a galope em
direcção à linha do inimigo.
Chegado junto do acampamento adversário, pára a montada e ergue-se
sobre os estribos…
— Amanhã, pela graça de Deus, vai ser o dia do nascimento de nosso
Senhor e Redentor — anuncia ele com voz possante. — Declaramos uma trégua de
Natal e convidamos todos a celebrar esta festa com o devido recolhimento.
Um longo silêncio acolhe as palavras do senhor de Turku. Mas, em
breve, clamores de alegria se elevam por todo o lado em ambas as partes.
— Há trégua! — gritam os soldados, abraçando-se entre si.
Em poucos minutos, o campo de batalha transforma-se. Os inimigos
de ontem congratulam-se, apertam a mão, abraçam-se. Rapidamente, os homens
juntam-se para formar uma só e única tropa que, alegre, larga a caminho da
cidade.
Em Turku, as mulheres e as crianças, ao depararem com aquele
estranho cortejo a aproximar-se, ficam cheias de medo. Escondem-se, a toda a
pressa, em casa.
— Abram! Somos nós, viemos festejar o Natal! — gritam os
homens do duque João pelas ruas fora. — E trazemos convidados!
Então, uma a uma, abrem-se as portas para acolher os combatentes.
Os homens reencontram as suas famílias e todos recebem os vizinhos
com um sorriso. A alegria espalha-se por todas as ruas. Deliciosos aromas saem
das casas.
Na Missa do Galo, os antigos inimigos cantam como irmãos o
nascimento do Salvador.
A partir de então, todos os anos, o presidente da câmara de Turku
proclama a trégua de Natal.
Durante dois dias, todos esquecem as ofensas para prepararem, em
paz, o nascimento de Jesus.
Christine Pedotti
24 histoires de Noël pour attendre Jésus
Paris, Mame, 2007
(Tradução e adaptação)
24 histoires de Noël pour attendre Jésus
Paris, Mame, 2007
(Tradução e adaptação)
9 comentários:
bom dia
muita gente devia ler esta historia de Natal.
JAFR
Desconhecia a origem das Tréguas de Natal.
Um Santo e Feliz Natal.
Andarilhar
Interessante!
Respondendo à sua questão, em breve apresentarei o diy sobre panados congelados.
Beijo
Muito interessante, Elvira.
Abraço natalino.
~~~~~~~~~~
Foi fácil convencer as partes envolvidas no conflito, porque os soldados estavam cansados de lutar. Motivo pelo qual teriam por unanimidade concordado com a trégua. Agora já assim não é, porque as máquinas de guerra não se cansam, Também ouvi dizer que havia quem dissesse de que na guerra colonial quando o Benfica jogava. Os guerrilheiros paravam a guerra para ouvir o relato. Eu digo que era ao contrário, eles aproveitam-se da distracção dos portugueses para os atacar!
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Que história tão interessante.
Minha amiga, aproveito para lhe desejar um Natal muito Feliz e um Novo Ano pleno de sonhos realizados, alegrias constantes, amizade e amor sempre presentes, excelente saúde, e incontáveis momentos felizes.
Beijinhos
Maria
Hoje já não há guerras
como essas
nem tréguas assim
Mas fará bem o edil de Turku em manter o ritual...
Hoje, já nada disto é possível. Nem para salvar civis!
Obg pela partilha, desconhecia.
BJo, Elvira
(Se não tiver tempo para votar aqui, deixo os meus votos de uma ótima quadra natalícia)
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