E ainda que conseguisse, havia a mais velha. Saíra da escola no ano anterior, gostaria de estudar, lia tudo o que apanhava à mão e até gostava de escrever histórias. Decerto ia ficar revoltada da irmã ir estudar e ela não. Mas por outro lado, ela, a mais velha era uma moça forte, tinha já quase o corpo de uma mulher e podia melhor aguentar o trabalho, do que a outra, que fora sempre uma miúda franzina, e medrosa. Por outro lado havia o rapaz. A professora acabara de lhe comunicar que o miúdo ia fazer a passagem. Mas não sabia o que seria no próximo ano.
Ele até parecia um miúdo inteligente, mas era “pelego”.
Até parecia castigo. Tanto que ele desejara aquele filho. E afinal depois que ele nascera multiplicaram-se os seus problemas. Primeiro com a doença da mulher, depois, o miúdo gostava de se isolar, de brincar sozinho. Tivesse ele uns pedacitos de madeira uns pregos e um martelo e ele brincaria uma tarde inteira sozinho. Ou um balde com água e terra. E era vê-lo entretido em grandes construções.
Assim naquela noite enquanto mostrava aos filhos o monumento iluminado lá ao longe, Manuel erguia uma prece ao Cristo Redentor, suplicando ajuda para o seu menino.
15 comentários:
Se houver a possibilidade de ir longe nos estudos nem que seja só para um dos filhos à que aproveitar.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Acompanhado as histórias...
Tenha um ótimo dia!
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Seria melhor aproveitar a chance que a vida estava dando para a menina, ainda que os outros não a tivesses.E, quem sabe, chegaria a vez deles também? Lindo! bjs, chica
Estou gostando do que nos conta!
Tomara todos possam estudar...
Um abraço, Elvira.
Se o Manuel não podia dar tudo o que desejaria dar aos filhos. Todavia, penso que nenhum deveria ser prejudicado! Se eram todos seus filhos, todos mereciam ser tratados da mesma maneira?
Tenha um bom dia, amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
OLÁ Amiga! Passagem rápida, a sementeira das batatas espera-me! O meu abraço.
Lindo dia!!!!!!!!! Beijos
Oi Elvira, neste tempo era assim mesmo, os pais só proporcionaria a um, se também pudesse fazer aos outros. E assim muitas oportunidades passavam...
Mas ainda bem apareceu esta chance!
A internet aqui está horrivel, há blogs que não estou conseguindo comentar!
Abraços amiga!
Mariangela
Sempre a acompanhar querida Elvira e sempre a gostar do que leio.
Um grande beijinho
elisaumarapariganormal.blogspot.pt
Uma escolha difícil, poder proporcionar estudos a apenas dois filhos e não aos outros...
Esse sentimento de poder dar a um filho e não poder dar a outro deve ser terrível...e é muito bom que os filhos mais tarde entendem tudo isso e não cobrem aos pais o não terem tido o que gostariam.
xx
Mais um drama que muitas famílias viveram - normalmente os mais velhos iam trabalhar para os mais novos poderem estudar.
Foi assim em Portugal, aqui na China ainda é em muitos locais.
Vou repetir o que disse anteriormente: Deus fecha a porta, mas deixa sempre uma janela aberta.
Abraços,
Furtado.
UM DILEMA PARA O MANUEL QUE AMAVA TODOS OS FILHOS DA MESMA FORMA, NOTA-SE.
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Que pelo menos um prossiga nos estudos.
Beijo*
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