Estátua do rei D. Sebastião
Foto minha
Perto das seis, Isabel saiu de casa com intenção de dar um passeio pela baixa. O dia, que de manhã ameaçara chuva, apresentava agora um céu limpo, onde reinava um sol intenso.
Vestia uma saia calção de algodão
azul-marinho e uma blusa branca do mesmo tecido, com um decote na diagonal que
deixava a descoberto um dos seus belos ombros. O cabelo castanho apanhado
mostrava a forma esguia do pescoço.
Óculos escuros
escondiam-lhe os olhos sem tirar beleza a um rosto onde se destacava a boca
pequena e bem desenhada. Desceu a rua Cândido dos Reis em direcção ao centro
histórico, passou pela Praça Gil Eanes, onde um turista , se deixava fotografar junto à estátua do rei D. Sebastião, lançou um breve olhar à estátua humana, que do outro lado, aguardava que alguém deitasse no balde uma moeda, para esboçar um
breve agradecimento e aliviar ainda que momentaneamente o corpo da incomoda
imobilidade.
Foto minha
Seguiu por entre esplanadas até ao mercado municipal, e aí atravessou a Avenida das Descobertas e foi sentar-se num banco sob a sombra de uma frondosa palmeira, na marginal. Encantava-se com aquela enorme marginal que corria ao longo da ribeira de Bensafrim, até ao forte Pau da Bandeira.
Foto minha
Seguiu por entre esplanadas até ao mercado municipal, e aí atravessou a Avenida das Descobertas e foi sentar-se num banco sob a sombra de uma frondosa palmeira, na marginal. Encantava-se com aquela enorme marginal que corria ao longo da ribeira de Bensafrim, até ao forte Pau da Bandeira.
Pela ribeira, que naquele sitio
mais parecia um canal, passavam constantemente barcos, dos mais variados
tamanhos e origens.
Grandes e luxuosos iates, que
pertenciam aos turistas e se dirigiam à marina, barcos de turismo que fazem a
ligação Lagos – Sagres - Lagos, traineiras que saiam para a pesca, e os pequenos barcos
a motor, sempre cheios de turistas para uma curta viagem até à Ponta da
Piedade, cujas grutas marinhas e formações rochosas, são o orgulho da cidade.
Isabel retirou da bolsa um livro
e tentou concentrar-se na leitura. O livro falava sobre um Tsunami, que uns
cientistas acreditavam ir acontecer e dos esforços empenhados em fazer com que
toda a gente acreditasse e se pusesse a salvo, pese embora o facto de que tudo
na natureza se mantinha aparentemente calmo. A leitura era interessante, mas a atenção de Isabel aos poucos foi-se afastando, até que a memória mergulhou de novo no passado.
Ponta da Piedade. Foto minha
16 comentários:
Cá estou eu a acompanhar a história.
Tenha uma ótima semana!
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
É difícil não mergulhar no passado.
Estou a gostar.
Um abraço e boa semana.
Junto de D. Sebastião e de G3 ao peito, é um Fuzileiro (General sem medo), É filho, ou o marido há uns tempos atrás?
Uma boa semana, com saúde, paz e alegria!
PS: No próximo sábado vou estar em Massamá, a assistir à festa de Natal da minha netinha.
Abraço
Há quem diga que o passado não interessa,
que isso seja mesmo verdade até acredito
mas, enquanto vida ninguém tira a ideia
do que de bom ou do mal tenha acontecido!
Tenha amiga Elvira, uma boa tarde, um abraço,
Eduardo.
Boa tarde, Elvira.
A Isabel tá progredindo na sua cura interior. O passado vem à tona e ela está aprendendo a lidar com as suas lembranças... É preciso trazer à memória, para que uma nova e viva esperança surja.
Uma boa semana.
Olá Elvira,
Você está voando com os capítulos.
Li todos que havia perdido.
As narrativas estão perfeitas e rica em detalhes.
Minha imaginação já está flutuando por aqui. Será que os caminhos dela e do homem com olhos cinzentos e olhar intenso e penetrante irão se cruzar novamente? Cheguei até a pensar que ele será o novo diretor comercial, que substituirá o Paulo. Coincidência? Sabemos que elas não existem.
Penso que não é fácil bancar a estátua humana. Por isso, merecem ter seus baldes repletos de moedas.
O conto está ótimo.
Seguirei acompanhando.
Beijo.
Ops!
Faltou um 's' em rica... Leia-se : ricas em detalhes.
Beijo.
Muito boa descrição da movimentação de Isabel, mas será que a rua a que se referiu não será a Rua Cândido dos Reis?... :-)
xx
Elvira, gostei especialmente desse capítulo pela riqueza da narrativa. Me senti dentro do texto.
Parabéns.
Como prevejo o desenrolar dos próximos 'capítulos'.
Isabel vai interessar-se pelo substituto e vice-versa.
Isabel poderá estar grávida de Fernando.
Virei visitar para saber mais, rsss :D
Bom feriado
Um belíssimo texto, Elvira!
Já vi que perdi 8 capítulos, por ser uma seguidora muito recente... assim que tiver um bocadinho... vou ver o inicio da história!
Beijinhos! Continuação de um bom feriado!
Ana
Linda a foto da Ponta da Piedade!
Tem momentos da vida que o passado vem tão forte que é impossível, não reviver.
Um abraço querida Elvira.
Oi Elvira,
Cada um haje de uma forma com a morte, no meu caso era do trabalho para casa.Eu senti uma dor profunda com a morte do meu companheiro. Demorou para refazer minha vida.
Beijos
Minicontista2
Aqui estou novamente. Lendo gostando e aguardando.
Abraços,
Furtado.
Os cabelos dela não eram negros?
Estou na segunda leitura - a recomeçar a ler porque me "perdi" pelo meio, mas na primeira tb me fez confusão. Acho que a Elvira está a meter no texto estas divergências para ver se o leitor está atento, não é? Rsss.
Gosto da maneira profissional como é descritiva com as cenas, como muda entre o que está a acontecer à volta e o que está a acontecer nas memórias de Isabel. Só me incomodou a quantidade de menções ao seu "belo" corpo. E deixo-lhe aqui uma sugestão/desafio, já que a Elvira é tão criativa. Que tal numa próxima, criar uma heroína que não seja tudo isso em beleza?
Um dia ia gostar de ler uma história assim.
Quem sabe até, escrever?
Mas por enquanto, espero que a ideia lhe agrade e vá crescendo a vontade...
Abraço
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