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30.11.21

POESIA ÀS TERÇAS - PORTA DE ÁGUA -- LÍDIA BORGES

 

                                      Richard Emil Miller
                           Pintor norte americano (1875-1943)



PORTA DE ÁGUA

 Um espelho é uma porta de água.

A parede onde se encosta

está frequentemente perto da ficção.

Podes então mergulhar, 

encetar as viagens  que quiseres.

 

Pode acontecer no regresso

depares com a solidez da parede

atrás da qual o espelho te espera.

Não para te revelar o mistério

das coisas indecifráveis que buscavas

mas o engano das coisas decifráveis

de que fugias.

 

É por aí que às vezes se perde o coração.

 

Lídia Borges


AQUI,  podem encontrar uma pequena biografia da poeta. Mas Lídia Borges, também está  na blogosfera.

AQUI, poderão encontrar o seu blogue.


29.11.21

MENSAGEM PARA OS AMIGOS






 Amigos, a minha participação no Sexta dificilmente voltará antes do próximo ano, pois como é habitual durante o mês de Dezembro serão publicados apenas contos de Natal que vou lendo durante o ano e programando para o próximo mês. Espero que gostem. Eu continuarei a visitar-vos sempre que a saúde e os exames me deixem. E Tintinaine eu sei que os zumbidos são próprios da idade, mas o que me desespera é que os meus mais parecem buzinas e são sempre acompanhados por subidas de tensão arterial. 

28.11.21

DOMINGO COM HUMOR


 

Após campanha no interior profundo do país, o Primeiro Ministro regressa à capital, a meio da noite. A dada altura, o motorista não consegue evitar e atropela um porco. A viatura para e o Primeiro Ministro manda o homem à quinta que se encontrava ali perto para saber se o porco pertencia à quinta, informar do sucedido e perguntar se havia alguma coisa que se pudesse fazer para compensar o dono. Meio a medo, o homem lá vai.

Passada mais de uma hora, o motorista regressa, com o nó da gravata desfeito, camisa por fora com uns botões desapertados, charuto no canto da boca, garrafa na mão, marcas de batom na face e ar nitidamente relaxado. Diz o Ministro:
- Então?! Tanto tempo?! Que se passou?

O motorista:
- Olhe, foi fantástico! O dono convidou-me logo para entrar. Estavam prestes a jantar, de modo que a senhora me serviu e eu lá jantei. No fim a filha deles arrastou-me para o quarto dela e fizemos amor. Quando saí do quarto os pais dela estavam à espera. A senhora ofereceu-me esta garrafa e o homem meteu-me este charuto na boca. Foi fabuloso!

O Primeiro-ministro ainda boquiaberto pergunta:
- Ui… Olha lá, o que é que tu lhes disseste, para eles fazerem isso?

E respondeu o motorista:
- Eu só disse o que me mandou dizer! Cheguei lá e disse: Eu sou o motorista do Primeiro Ministro e acabo de matar o porco…






Joãozinho está à luta na rua com um menino que deveria ter metade da sua idade. Um homem que passava por eles aproxima-se e separa-os.
- Não tens vergonha? – Diz ele dirigindo-se ao Joãozinho.
- Bater num menino bem menor do que tu? Seu covarde!!

E o Joãozinho respondeu:
- O senhor queria o quê? Que ficasse à espera que ele crescesse?



Na aula de biologia, o professor pergunta:
- Joãozinho, quantos testículos nós temos?

Responde o Joãozinho sem pestanejar:
- Quatro Sr. Professor.

Espantado o professor:
- Quatro? Você está doido?

E explicou o menino:
- Bem… Pelo menos os meus dois eu garanto!

27.11.21

PORQUE HOJE É SÁBADO



Andrea Bocelli & Matteo Bocelli - Perfect Symphony - Cud życia   koncert...



Amigos, continuo a fazer exames médicos e com problemas. Um dos que mais me atormenta é um zumbido nos ouvidos que em certos dias atinge uma tal intensidade que chego ao fim do dia completamente desaustinada. O audiograma e o outro exame especial estão marcados para 10 de Dezembro. Bom fim de semana para vós.

26.11.21

JOANA

( Nota, esta historia foi escrita e publicada em 2013. Na altura em dois capítulos. Reedito-a agora num só capítulo.)

De súbito o silêncio no quarto foi quebrado por um entrecortado gemido. Logo de seguida, Joana acordou. Às escuras sentou-se na cama, tentando não acordar o homem que dormia a seu lado.

Passou a mão pela testa, onde gotas de suor atestavam a aflição do pesadelo que acabara de ter. Suspirou. A luz da lua entrava pela porta semiaberta da varanda. Estendeu o braço, apanhou o roupão de cetim, e vestiu-o. Enfiou os chinelos e dirigiu-se à varanda. Sentia-se sufocar. Ficava sempre assim quando tinha aquele pesadelo. Na varanda olhou para baixo. A rua estava deserta.
 
Olhou o céu e pensou vagamente, se o céu da sua terra seria assim.  Ouvia falar muito da beleza das noites de África. Mas ela não se lembrava. Também pudera, tinha dois anos quando se dera a revolução dos cravos e logo depois o pai que era militar, regressou. Por isso Joana não se lembrava da sua terra. E a bem da verdade só muito raramente se lembrava que não era de Lisboa. 

Lançou um breve olhar para o quarto. Lá dentro o marido dormia tranquilamente. Joana suspirou e pensou que era melhor assim. Ela já tinha a noite estragada, não remediava nada se ele acordasse. Na verdade, seria até pior; pois a solicitude do marido só ia fazê-la sentir-se mais inútil, mais culpada.

 Era uma bonita mulher. Quase beirando os quarenta, tinha uma aparência de menina que a fazia parecer bem mais nova. Corpo bem modelado, pele morena. Os cabelos castanhos-claros tinham reflexos dourados que contrastavam com os olhos escuros. Era uma bonita mulher, mas tinha um problema.  Era estéril. O seu ventre, era terra árida, que não dava fruto. Esse era o problema que lhe roubava o sono.

Joana, - recordou como conheceu o marido. Tinha acabado o curso de Administração. Durante os estudos nunca conheceu ninguém que verdadeiramente lhe interessasse. Acabado o curso, e quando procurava uma empresa à qual se candidatara, cruzou-se com um garboso polícia, que lhe chamou a atenção. Ainda hoje não sabe se foi o seu jeito, se o fascínio da farda que lhe despertou a atenção. Uma semana depois, tinha-o à sua espera. Sem a farda, quase nem o reconheceu. Mas falaram-se e apaixonaram-se. Foi tudo muito rápido. Menos de um ano e casavam-se, numa bonita cerimónia numa aldeia lá para os lados da serra da Estrela, donde os seus pais eram naturais.

Tinham combinado que durante um ano não teriam filhos. Era um tempo de conhecimento e namoro que se concediam. E foi um ano de sonho. Ricardo era um homem apaixonado, bem-humorado, além de  partilhar as tarefas caseiras.

Aquele ano passou a correr e logo, logo estavam a fazer planos para o nascimento do primeiro filho. Mas o tempo foi correndo e o filho não vinha.

Desesperada Joana procurou ajuda médica. Ricardo acompanhou-a, e fez com ela toda a panóplia de exames que o médico pediu. E quando os resultados chegaram, veio a confirmação de que ela era estéril. O médico explicou-lhe que talvez não fosse irremediável. Afinal agora havia uma série de medicamentos novos que já tinham resolvido muitos casos como o dela. Joana sentiu que alguma coisa morria dentro dela. Desde pequena que sonhava ser mãe. Sentir dia a dia uma pequena vida a crescer dentro de si. Sentir o fruto do seu amor nos braços.

Quis morrer juntamente com os seus sonhos. Nessa altura Ricardo impôs-se com todo o seu carinho a sua solicitude, e a sua esperança.

"Deixa lá, somos jovens podemos esperar. Desses tratamentos, algum há de resultar, e um dia ainda teremos o nosso bebé" dizia-lhe enquanto tentava esconder o seu próprio desânimo.

E já lá iam dez anos. Dez anos de luta, de tratamentos, de esperança, e desespero. Um dia, um outro médico falou-lhes em inseminação artificial. Apesar de ser caríssimo avançaram para a inseminação. Não resultou à primeira. Raramente resulta - diziam-lhes familiares e amigos. É preciso insistir. 


Todavia  Ricardo decidiu que não se iriam submeter a uma segunda. Era por demais dolorosa, aquela espera, aquele morrer da ilusão.

Foi pouco depois que começaram os pesadelos da Joana. No sonho ela via-se no cemitério a assistir ao funeral do marido. E acordava desesperada. Aconselhada por uma amiga, consultou um psiquiatra. Que lhe disse, que o que ela tinha era um medo inconsciente, de que devido ao facto de não ser mãe, o marido a deixasse. Esse medo era trazido à superfície durante o sono, com o pesadelo da morte do marido. Porque, - disse-lhe o psiquiatra, - a morte era a separação que ela temia. Aconselhou-lhe uma conversa franca com o marido e uma possível adoção.

Joana, não se importava de ter um filho adotivo. Era uma criança a quem ela daria todo o imenso amor que lhe ia no peito. Porém pela primeira vez, Ricardo não esteve do seu lado. Ele negou-se redondamente a adotar uma criança. Disse que se Deus não quisera dar-lhes um filho, que não iam afrontar a Sua vontade, que a amava da mesma maneira e outras coisas que nem se lembra. E desde então voltaram os pesadelos.

Limpou as lágrimas e voltou ao quarto, enquanto num recanto qualquer da memória, ouvia a voz da avó recitando uma passagem da Bíblia.
-Árvore que não dá fruto, corta-se pela raiz...


FIM

Maria Elvira Carvalho

24.11.21

A CORAGEM DE DIZER: BASTA!




A mulher que caminhava pela praia naquele entardecer, era muito bonita, mas trazia nos olhos uma tristeza, que parecia impossível de esconder. Ali perto, duas crianças brincavam na areia, enquanto a mãe sacudia a toalha e a metia no saco, dando por findo aquele dia de praia.

Ela porém, nem se apercebia do que se passava à sua volta. Parecia perdida num outro mar, que não aquele que suavemente lhe beijava os pés. Um mar  de recordações.

Fora num fim de tarde assim, que conhecera Eduardo. 

Ela caminhava pelo parque da cidade, olhando embevecida as crianças que brincavam no escorrega, fazendo grande algazarra. As flores, impregnavam o ar com um intenso, mas agradável aroma.

 Rita, ia tão absorta, que não viu aquela raiz, na qual foi tropeçar, saindo projetada para...os braços dele. Sim porque fora ele. que por ali passava e a segurara, quando se apercebeu que ela ia cair. 

Rita sentiu o olhar intenso e trocista do homem, e sentiu-se envergonhada, mas coisa esquisita, sentiu uma estranha sensação de felicidade. Agradeceu sentindo-se corar sob o olhar masculino. 

Eduardo pelo contrário parecia divertido com a sua atrapalhação. E depois de algumas palavras que ela quase não escutou, combinaram encontrar-se no dia seguinte. Naquela noite, o sono tardou para Rita.

 Ela não conseguia esquecer o desconhecido do parque. E só nessa altura se deu conta que tinha esquecido de perguntar o seu nome. Que faria ele no parque? Passaria ali por um acaso, e a vida teria caprichado naquele tropeço, para que se conhecessem? E se assim era qual iria ser o seu papel na vida dela? Era bonito, pensava ela. E dava voltas na cama, ansiando pelo nascimento do novo dia.

 Pobre Rita! Se ela soubesse o quanto ia sofrer por aquele homem, teria sufocado a sua lembrança, e nunca teria voltado ao parque, para o encontro. Mas ela era muito jovem, tinha a cabeça cheia de sonhos românticos, e ansiava pelo amor.

No início Eduardo parecia ser o homem dos seus sonhos. E o que começou com uma amizade, não tardou em transformar-se numa intensa paixão. Ela vivia cada beijo, cada instante, sentindo-se a mulher mais feliz e mais amada da terra.

Casaram num dia de sol em pleno mês de Maio. Eduardo não quis casar na igreja, e isso foi uma pequena nuvem a ensombrar a felicidade de Rita, cuja fé lhe pedia a bênção no altar. Porém em breve essa contrariedade deixou de ter significado, ultrapassada por outras bem maiores.

Três dias, durou  a lua de mel. 

Três dias como o Carnaval. Carnaval! Estranha associação, pensava enquanto continuava caminhando pela praia solitária.
Mas a verdade é que ao fim de três dias, a ternura dera lugar à prepotência, os beijos, às palavras duras, e sarcásticas. Menos de um mês depois, começaram as ameaças. Começou a pensar, que o homem com quem se casara, era um desconhecido, que usara uma máscara, pela qual ela se apaixonara. Como fora possível iludir-se assim?
 
Nunca mais saíram juntos. Ele saía depois do jantar e voltava tarde da noite, algumas vezes dormia fora, e chegava a casa a cheirar a perfume barato.  

Mas apesar da sua juventude, Rita era uma mulher de coragem e substituído o amor pela desilusão, decidiu pôr um ponto final no casamento.  
E naquela  tarde, passeava junto ao mar, a sua falsa liberdade.
Falsa sim, porque se o divórcio a libertara do casamento, não levara do seu peito, a desilusão e a dor, nem do seu cérebro a amarga recordação do que fora a sua vida durante o casamento.



23.11.21

POESIA ÀS TERÇAS - O AMOR - VLADIMIR MAIAKOVSKI

 


O Amor

Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
– Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.


Vladimir Maiakovski    


Biografia AQUI

22.11.21

AS APARÊNCIAS ILUDEM

REEDIÇÃO


Aconteceu numa tarde de Julho. O calor apertava, e toda a gente procurava o parque na margem do Vouga, pejado de seculares e frondosas árvores, sob cuja sombra, o ar era muito mais ameno.
Os bancos de madeira, pintados de vermelho vivo, lembravam manchas sangrentas, no meio de tanto verde. Porém naquele dia, de feira de artesanato, não havia onde sentar para ler, ou simplesmente, me refrescar da canícula que me amolecia o corpo.
Procurando um banco livre, cheguei a um pequeno terraço que se erguia sobre as águas, e sob a ponte de aço que atravessa o rio. É um terraço que lembra uma pequena sala, com três bancos dispostos em forma de U.
O banco central de frente para o rio, mesmo por baixo da ponte, era ocupado por um homem e uma mulher. Os dois na lateral estavam vazios. Ocupei o da direita e quase em simultâneo um casal de meia-idade ocupou o da esquerda. Conhecia-os e por isso cumprimentei-os. E voltei a minha atenção para o casal   desconhecido.
O meu lado detectivesco pôs-se a examiná-los e a fazer cogitações.
. Pareceu-me ver um ar de contrariedade no rosto masculino.
A mulher fazia renda, e parecia completamente absorvida pelo movimento da agulha.
Teria perto de quarenta anos, morena, de cabelo escuro, e vestia uma saia justa castanha, que só não lhe mostrava os joelhos, porque em cima destes repousava a renda que fazia. Uma tira larga, decerto para colcha ou toalha. Completava o traje, um camiseiro branco, que parecia saído do anúncio de um qualquer detergente.
O homem, parecia mais velho. Devia beirar os cinquenta, também moreno, cabelo castanho, tinha um ar simpático, vestia calça cinza, e camisa creme. Lançou-me um breve olhar, e voltou a interessar-se, pelos três filhotes de andorinha, que no ninho por baixo da ponte, piavam desalmadamente.
A mulher continuava a olhar o movimento das agulhas como se estivesse hipnotizada.
Estariam amuados?
Comecei a imaginar, uma briga, talvez por ciúmes, o homem além de bem-parecido, tinha um ar simpático e malandro. Imaginei o homem mirando alguma jovem bonita, quem sabe até a jovem da farmácia que tinha os mais lindos olhos azuis que algum dia presenciei, e a mulher sentindo-se humilhada, escondia na renda o seu desencanto.
Pouco depois, a andorinha mãe, passou veloz, num voo rasante junto à cabeça do homem, sentado no outro banco lateral. Assustado disse um palavrão, enquanto a mulher soltava uma sonora gargalhada. E logo disse:
-Está apressada. Os filhotes estão com fome...
-E já falta um. Ontem eram quatro, hoje são só três. Um deve ter caído ao rio - disse o homem do banco da frente.
A mulher nem levantou os olhos, continuando a sua luta com a agulha de renda.
Então o homem levantou-se e foi-se embora.
A mulher levantou os olhos da renda, suspirou e sorriu para nós.
Aí percebi. Afinal todas as minhas conjeturas, não passavam mesmo de imaginação. Provavelmente o homem, não passaria de um conquistador barato, que estaria a incomodar a mulher.
Pouco tempo depois, um outro homem aproximou-se, e dando as boas tardes, beijou a mulher, que sorriu feliz.  Percebi a anterior aflição da mulher. Deduzi pela  indumentária, do homem, demasiado quente para o calor que estava, que ele vinha do tratamento nas Termas, e que a mulher estava ali à espera que ele terminasse o tratamento, quando o outro homem a descobrira. A nossa presença, fez com que se sentisse frustrado e fosse embora, evitando assim um encontro desagradável.
Confesso que fiquei feliz. Afinal o meu passeio pela margem do  rio, tinha sido providencial.




21.11.21

DOMINGO COM HUMOR




 "Uma jovem esposa desesperada vai ao psicanalista.

- Ah, doutor, eu não aguento mais...

Apesar de todos os meus esforços, o meu marido não me dá atenção nenhuma.

Desde que nos casamos, ele só fala na mãe, na mãe, e na mãe.

É como se eu não existisse.

- Olhe lá, já experimentou preparar um jantar especial?

- Já. E não adiantou, disse que a comida da mãe dele era melhor que a minha!

- Ouça, tenho uma ideia.

Se há um domínio onde a sua sogra não pode rivalizar, é na cama. Esta noite, vista um babydoll preto e calcinha preta. A cor preta é muito sexy e muito excitante. Incluindo uma cinta-liga negra também... Ele não vai resistir!

Sara seguiu à risca o plano, sem se esquecer de nenhum detalhe. De facto, nunca estivera tão sexy...

Ao fim do dia o marido chega a casa, arregala os olhos e diz:

- Saaaara,

estás toda de preto...

Aconteceu alguma coisa à minha mãe???"








19.11.21

AS MIL E UMA MANEIRAS DE USAR UMA ÉCHARPE


 

Aproveito para dar notícias. Vou esta manhã ao hospital para retirar o aparelho do holter que pus ontem.
Na Segunda feira vou por outro aparelho que vai permitir o mapa da tensão arterial durante 24 horas. Já fiz doppler das carótidas RX dos ombros aos pés, eletrocardiograma com prova de esforço e ecocardiograma. O resto dos exames serão feitos entre o dia 29 de Novembro e 14 de Dezembro. Vamos ver se conseguem descobrir a origem dos problemas. Entretanto no dia 17 fui de novo a Santa Maria por causa dos olhos. Nada de novo, vou continuar a aguardar uma nova consulta, desta vez com outra médica, ainda não sei quando, hei de receber carta com data.  Começo a ficar farta.

17.11.21

A MAIOR FLOR DO MUNDO - JOSÉ SARAMAGO




Com este conto, de José Saramago se iniciaram hoje nas escolas em todo o país, as comemorações do primeiro centenário do nosso Nobel da Literatura. Um conto de que gosto muito e que já aqui publiquei em Março de 2018.



16.11.21

POESIA ÀS TERÇAS - SÓNIA SULTUANE


Penso despertar em mim belezas ocultas


Tenho em mim esta garra
que me transforma
nessas mulheres de vários karmas
mulher agreste, selvagem
mulher luz, mulher poente
mulher confusa, mulher vidente
fico desperta quando descubro
que já vivi em outros mundos
com belezas ocultas de deusa, peregrina, supérflua, feiticeira,
todas guardadas nas profundezas do meu sangue,
da minha alma velha, mas de menina ainda contente.

Biografia  AQUI

15.11.21

DÁ TUDO POR QUEM AMAS. AMA COMO SE NUNCA TIVESSES AMADO

 






Há muitos anos atrás quando eu trabalhava no hospital de Stanford, conheci uma menina chamada Liz, que sofria de uma estranha enfermidade, cuja única esperança de salvação era uma transfusão de sangue de seu irmão, de cinco anos que idade, que milagrosamente havia sobrevivido à mesma doença e tinha desenvolvido anticorpos necessários para combatê-la. 

O doutor explicou a situação ao menino e lhe perguntou se estaria disposto a doar sangue a sua irmã.

 Eu o vi duvidar apenas por um momento, antes de dizer com um suspiro:

 - Sim eu o farei se isso salva a Liz.

 Enquanto durava a transfusão, o menino estava recostado numa cama ao lado da de sua irmã, olhando sorridente enquanto nós assistíamos a ele e a sua irmã, enquanto víamos as cores voltarem ás faces da menina. 

Então o menino empalideceu e perguntou com voz temerosa ao médico:

 -Doutor, a que horas vou começar a morrer? 

Tendo apenas 5 anos ele não compreendera o médico. Pensava que para salvar a irmã teria que dar todo o seu sangue e morrer. Mesmo assim ele lho dava. 


DÁ TUDO POR QUEM AMAS AMA COMO SE NUNCA TIVESSES AMADO. 

14.11.21

DOMINGO COM HUMOR


 

No hospício, o doido, sentado num banquinho, segura uma vara de pescar mergulhada num balde de água. O médico passa e pergunta: 

- O que você está pescando? 

- Otários, doutor. 

- Já pegou algum? 

- O senhor é o quinto



Diz um:
- É injusto!

Pergunta outro:
- O quê?

O primeiro:
- Se há o ” Dia da Mulher”, o ”Dia da Mãe”, o ”Dia do Pai”, porque é que ainda

 não instituíram o ”Dia do Político”?!

O outro:
- Mas, para isso teriam de acertar uma data!

O primeiro:
- Qual seria a dificuldade?! Que dizes ao dia 1 de Abril…




Num belo dia, a sogra bate à porta da casa de seu genro, de mala feita. O homem vai atender e fica surpreso com a visita.

A sogra estranha a reação do genro e pergunta:
- Porquê a surpresa? A minha filha não avisou que eu viria passar as férias aqui convosco?

E diz o homem:
- Sim, disse. Mas eu pensei que fosse só para passar os meus soluços…



Um homem cai dentro de um poço. Umas pessoas que passam vão ao seu encontro no imediato e gritam-lhe:
- Dê-me a sua mão!

O homem abana a cabeça e recusa-se a colaborar. Passa um sábio ancião e decide também ajudar:
- Amigo, qual a sua profissão?

Responde o homem:
- Inspetor das finanças.

Então o sábio ancião diz-lhe:
- Tome a minha mão!

O homem aceita e é salvo. As pessoas espantam-se e perguntam:
- Como é que conseguiu?

E responde o ancião:
- Fácil, nunca peçam a um inspetor de finanças para vos dar seja o que for…



A professora de uma escola primária mandou que os seus brilhantes alunos escrevessem uma redação, onde fossem tratados os seguintes temas:
1. Monarquia
2. Sexo
3. Religião
4. Mistério

Quem terminasse, estaria dispensado e poderia voltar para casa. Passados uns míseros segundos, o Joãozinho levanta a mão e diz que já terminou. A professora espantada e sem acreditar pede que ele leia a sua redação.

O Joãozinho levanta-se e diz:
- “Foram ao c+ à rainha. Meu Deus! Quem terá sido?”


12.11.21

OS OBSTÁCULOS NO NOSSO CAMINHO



Há muitos anos atrás um rei mandou colocar uma grande rocha, num caminho, fechando quase por completo o caminho. E depois escondeu-se para ver se alguém removia a rocha. 

Grandes comerciantes, e altos dignitários do reino, vieram e simplesmente deram a volta. Alguns, clamaram contra o rei, que não cuidava das estradas do reino, mas nada fizeram para desviar a enorme pedra. 

Então veio um camponês, com uma carga de verduras, e ao aproximar-se viu o caminho obstruído pela enorme pedra. 

Pousou a carga no chão e tentou mover a pedra. Com a ajuda de uma estaca e depois de muito esforço conseguiu remover a pedra do caminho.

 Mas então reparou numa carteira cheia de moedas de oiro, que estava no chão, precisamente no sítio onde antes estivera a enorme pedra. A carteira tinha um bilhete assinado pelo rei, que dizia que o dinheiro pertencia à pessoa que afastasse a pedra do caminho. O camponês aprendeu o que os outros nunca entenderam.

CADA OBSTÁCULO REPRESENTA UMA OPORTUNIDADE PARA MELHORAR A NOSSA CONDIÇÃO DE VIDA. 


Nota: sobre a pedra no caminho, existem algumas lendas mais ou menos elaboradas com o mesmo tema e o mesmo sentido. Como esta por exemplo.



Nota:
Para quem me perguntou como vou de saúde. Continuo muito periclitante. Entre Setembro e Outubro Já estive mais vezes no Hospital do Barreiro do que nos últimos 5 anos. Um médico manda para outro e cada um pede outros exames. Este mês estive numa consulta no passado dia 5, outra ontem dia 11. Estou farta de fazer exames, hoje passaram-me mais um monte deles, que nem sei quando mos marcarão.  Tenho idas ao hospital do Barreiro a 16/18 e 22. A 17 ao Hospital de Santa Maria. E é isso. Obrigada pelo interesse e pelo carinho  

10.11.21

JAMAIS JULGUES A ALGUÉM ANTES DE TEMPO.





 Naquele tempo um gelado custava muito menos do que hoje. 

Uma criança de 10 anos entrou numa gelataria e sentou-se numa mesa. A empregada veio e colocou um copo de água na mesa.

 - Quanto custa um gelado de chocolate com amêndoas ?- Perguntou a criança.

 - Cinquenta cêntimos - respondeu a empregada 

O menino meteu a mão no bolso e tirou algumas moedas que examinou rapidamente. 

-Quanto custa um gelado simples? - Voltou a perguntar. 

Algumas pessoas estavam esperando mesa, e a empregada, já estava a ficar impaciente.

 -Trinta e cinco cêntimos, - disse bruscamente. 

O menino voltou a contar as moedas e disse: 

-Quero um gelado simples. 

A empregada foi buscar o gelado, que colocou em cima da mesa, junto com o talão da conta e afastou-se.

 O menino comeu o gelado, pagou na caixa, e saiu. 

Quando a empregada começou a limpar a mesa, engoliu em seco ao ver alinhadinhas junto ao prato, algumas moedas que perfaziam vinte e cinco cêntimos. A sua gorjeta. 

JAMAIS JULGUES A ALGUÉM ANTES DE TEMPO.



Nota: Agradeço à Janita por me ter chamado a atenção para as incorreções da história anterior.  Como disse na primeira, recebi as 5 num só email, e achei interessante partilhá-las.  Não conferi nenhuma delas. 

9.11.21

POESIA ÀS TERÇAS (O CONTRATADO) ANTÓNIO JACINTO


 Naquela roça grande

Tem café maduro
E aquele vermelho-cereja
São gotas do meu sangue
Feitas seiva.
O café vai ser torrado
Pisado, torturado,
Vai ficar negro,
Negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem às aves que cantam,
Aos regatos de alegre serpentear
E ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo?
Quem vai à tonga?
Quem traz pela estrada longa
A tipóia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém
Fuba podre, peixe podre,
Panos ruins, cinquenta angolares
"Porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer
E os laranjais florescer?
Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
Máquinas, carros, senhoras
E cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
Ter barriga grande
Ter dinheiro?
-Quem?
E as aves que cantam,
Os regatos de alegre serpentear
E o vento forte do sertão
"Monangambééé...
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras
Deixem-me beber maruvo
E esquecer diluído
Nas minhas bebedeiras
Monangambéé...



No YouTube podem ouvir este poema na voz do Rui Mingas  

Ou numa interpretação feminina na voz de Lura