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9.4.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE XIX

 




Não era pois de admirar que se deslumbrasse com um homem educado e culto, como Quim. E que de seguida se apaixonasse. Por outro lado tinha bem presente a imagem de boneca da mulher loura. Ela não era assim. Não se achava feia, mas reconhecia que não era nenhuma beleza.  

O seu cabelo castanho, era  forte e ondulado, o que sempre lhe desagradou, pois  gostava mais que fosse liso, o corpo um pouco mais alto do que ela gostaria, a sua cintura não se deixava abarcar com duas mãos. Tinha um ar de mulher forte, robusta, o oposto da mulher-boneca por quem ele se apaixonara. Além disso não sabia nada sobre sedução. E se o marido sabia, e ela acreditava que sabia, não o tinha demonstrado, até ao momento.

Três semanas antes do Natal, Sofia ficou doente. Há dois dias que se encontrava constipada, tinha arrepios de frio, não se sentia bem. Mas naquela noite mal tinha passado pelo sono. Tinha fortes dores de cabeça, doía-lhe a garganta, e ardiam-lhe os olhos. De manhã tentou levantar-se mas não conseguiu. Devia estar cheia de febre. Chamou pelo marido, mas ele já tinha saído. 

Voltou a cair num estado de semiconsciência. Não soube quanto tempo esteve assim. Acordou com a necessidade premente de ir à casa de banho. Com grande dificuldade conseguiu levantar-se. Respirava com dificuldade, sentia o corpo todo dorido, como se tivesse levado uma tareia. Tremiam-lhe as pernas e tiritava de frio. Saiu da casa de banho e quase se arrastou até ao telefone. Ligou para o restaurante e pediu ao empregado que a atendeu para avisar o marido de que se sentia doente e não tinha ido trabalhar. Depois voltou para a cama. O esforço deixara-a tão cansada, que lhe parecia que ia sufocar.

Caiu de novo naquele estado letárgico de quem tem muita febre. Não soube quanto tempo passou, não tinha noção das horas.
Sentiu que alguém a chamava.  Abriu os olhos com dificuldade, e viu Quim junto à cama.

-Meu Deus, Sofia, estás a arder em febre, - estava sério, preocupado. - Vou chamar um médico, - disse afastando-lhe o cabelo do rosto.
Voltou pouco depois, com um copo de água e uma aspirina.
- Toma isto, para ver se baixa um pouco a febre, enquanto aguardamos o médico.
Ela tomou o comprimido e fechou os olhos. Cada vez que tossia, era como se lhe rasgassem o peito e as costas.

9 comentários:

Emília Pinto disse...

Começo por lamentar o atraso na marcação da nova consulta para os teus olhos, Elvira. Agora, não há outra alternativa senão esperar, mas custa muito, eu sei! Quanto ao conto, está a ficar muito interessante e eu espero que o Quim se interesse pela Sofia; pode ser que demore, mas, creio, o casal vai ter um final feliz. Amiga, boa noite e espero que as tuas consultas sejam remarcadas o mais depressa possivel. Um beijinho e SAÚDE!
Emilia

Pedro Coimbra disse...

Uma doença muito em voga naquela época?
Bfds

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Um episódio emocionante.
Como sempre os detalhes parecem reais.
Beijinhos e bom fim de semana com saúde.
Ailime

Tintinaine disse...

Bom fim de semana, meio confinado, meio libertino!

chica disse...

Mais um lindo capítulo,Elvirta! beijos, tudo de bom,ótimo fds! chica

Maria João disse...

A duras penas, mas consegui pôr em dia as minhas leituras do "Casamento por Procuraçao", amiga.

Também reparei que, como eu, aguarda uma convocatória. Que cheguem em breve, as convocatórias que ambas aguardamos!
O que eu não esperava era esta doença súbita da protagonista... a ver vamos no que isto dá.

Forte abraço!

noname disse...

Gosto muito do detalhe dos seus escritos, Elvira.

Boa tarde, beijinho

teresadias disse...

Coitada da Sofia!
Elvira trate bem da sua personagem.
Beijo, bom fim-de-semana.

Teresa Isabel Silva disse...

Continuo a acompanhar e gostar!!!

Bjxxx
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