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12.4.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE XX



 Pouco depois, ouviu a campainha, e vozes. Logo em seguida, o médico entrou no quarto.
Fez uma série de perguntas, viu a febre, os ouvidos, os olhos, a garganta, e auscultou-a meticulosamente.
Por fim deu a consulta por terminada e saiu com Quim. Ouviu-os falar, mas não entendeu o que diziam.

Pouco depois, o marido voltou. Sentou-se na beira da cama:
-Sofia, o médico quer que vás fazer um Raio X e Análises. Ele suspeita de pneumonia. Vamos ter que ir ao hospital. Consegues levantar-te?

Não esperou resposta. Levantou-se, retirou do armário um conjunto de calça e casaco de lã, um casaco comprido e um cachecol, que colocou em cima da cama. Abriu a gaveta da comoda e retirou um conjunto de sutiã e cueca de algodão rosa, que colocou igualmente em cima da cama.  Verificou que ela continuava deitada. Puxou a roupa para trás, meteu um braço sob os seus ombros, e o outro sob os joelhos e sentou-a na cama.

- Queres que saia um pouco para te vestires, ou precisas que te ajude?
- É melhor saíres, - disse sem o olhar, sentindo o rosto a arder, sem saber se da febre, ou de vergonha. 
 
Uma hora mais tarde, estavam no hospital, donde só voltou já a noite tinha caído.
 Os exames que lhe fizeram, revelaram uma pneumonia viral. O médico disse que dada a juventude da doente, e o facto de ser uma pessoa saudável, não seria necessário internamento, o tratamento podia ser feito em casa. Receitou-lhe um antibiótico, aspirina para a febre, um xarope para a tosse, e recomendou repouso, e muitos líquidos. Em princípio estaria boa no fim do tratamento que seria de dez  dias.

E assim foi. Depois de dois dias agitados e febris, a tosse começou a enfraquecer, a febre baixou e as dores no corpo, tornaram-se mais suportáveis. O marido foi um enfermeiro carinhoso e dedicado. Naqueles dois dias de febre intensa, sempre que abria os olhos, encontrava-o sentado na cama, atento às suas necessidades. 

Durante o dia, as ausências eram curtas, e Sofia suspeitava que ele não ia ao trabalho desde que ela ficara de cama. Naquele dia, o quinto desde  que adoecera, chegou uma carta da loja onde ela trabalhava. Informavam que lamentavam a sua doença, mas dado que decorria o período de experiência, e como estavam na época de Natal, em que a loja registava maior movimento, precisaram preencher o seu lugar, pelo que davam por encerrado o seu vínculo laboral.

12 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Não só não foi o que estava a pensar (a tísica) como o marido está a revelar-se um doce de pessoa.
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Nesse tempo ainda não havia Covid, senão podia ser um problema mais sério!
Bom dia e uma boa semana! De hoje a oito dias começa a liberdade total!

Maria Dolores Garrido disse...

Bom dia, Elvira
Tal como na vida e como se costuma dizer, um mal nunca vem só.
Como viverá agora Sofia dependendo mais do marido?

Beijinho e um dia bom com saúde.

noname disse...

E não é a vida isto mesmo, um carrossel...

Bom dia, Elvira

Maria João Brito de Sousa disse...

Esse Quim está a revelar-se um companheiro exemplar...

Forte abraço, Elvira!

chica disse...

Beleza,Elvira! Ando lendo menos os textos grandes...Meus olhos pedem descanso,rs...bjs, chica

Cidália Ferreira disse...

Gosto do desenvolvimento da história! :)
*
Olho convicta da graça que acolho...
*
Beijos, e uma excelente semana

teresadias disse...

A vida tal como ela é.
Desgraçada da Sofia, tudo lhe corre mal. Mas o marido está a portar-se bem.
A doença pode (deve, Elvira!) aproximá-los.
Beijo, boa semana.

Teresa Isabel Silva disse...

Curiosa para ver o que vem aí...

Bjxxx
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Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Quim está a revelar-se um marido atento e parece-me preocupado.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Rosemildo Sales Furtado disse...

Acompanhando e gostando ainda mais.

Abraços,

Furtado