Sentia-se nervosa.
Quim ainda foi à cozinha, mas o tio já se tinha retirado, e estavam apenas os dois jovens ajudantes, a fazer a limpeza e preparando as coisas para o dia seguinte.
E finalmente regressaram a casa.
Como se previamente tivessem chegado a acordo, ambos se dirigiram à sala. Quim deixou-se cair no cadeirão, ela sentou-se no sofá. Após uns minutos de silêncio, ele pediu.- Fala-me de ti.
- De mim? – admirou-se. Será que o pai dele, não lhe tinha falado dela? - O que queres saber?- interrogou por sua vez.
- Tudo. Por exemplo, porque aceitaste este casamento absurdo?
Ficou espantada. Absurdo? Se era assim que pensava porque tinha escrito ao pai e lhe pedira para o organizar?
Ficou espantada. Absurdo? Se era assim que pensava porque tinha escrito ao pai e lhe pedira para o organizar?
- Se pensas que é absurdo, porque o propuseste?
- Não é essa a questão, Sofia. Pelas razões de que já falámos, sabes que eu não podia ir a Portugal. Mas tu és mulher. Uma mulher muito bonita por sinal. Os teus pais podem ser considerados abastados, num país com o nível do nosso, especialmente nas aldeias. E és filha única o que faz de ti um excelente partido a quem não faltariam pretendentes. Julgo saber, o que os pais nas nossas aldeias, são capazes de fazer com a vida dos filhos, especialmente quando são mulheres. Também sei que os nossos pais são amigos. O que quero saber, é se tu aceitaste este casamento, de livre vontade, ou se o teu pai to impôs.
Sofia, pensou que a alusão dele à sua beleza, era um sinal de que tinha reparado nela. Respondeu sem saber onde ele queria chegar com semelhante interrogatório.
- O meu pai nunca me impôs que casasse contigo. Ele falou-me do teu desejo, de casares com uma moça da terra, e de que o teu pai gostava de mim para sua nora. E eu aceitei. Só isso.
- Porquê? Para esqueceres alguém?
- Não há ninguém para esquecer, - respondeu irritada. Estava cada vez mais nervosa. Porquê aquele interrogatório? Nem parecia o homem agradável que se mostrara até há poucos minutos.
- Desculpa. Não queria irritar-te. Apenas entender as tuas razões para te casares assim com um desconhecido. Eu sei que os casamentos por procuração são correntes no nosso país, mas geralmente são casais que já se conheciam, ou que foram namorados e por razões várias tiveram que se separar. Os casamentos entre desconhecidos, penso que serão bem mais raros.
12 comentários:
Achei normal as perguntas que ele fez, Elvira! Vamos lá ver se ela o entende. Espero que estejas bem do olhos, pois parece que o adiamento das consultas tem prejudicado a tua visão. Boa noite, amiga e SAÚDE para todos. Um beijinho e aguardemos o próximo capitulo.
Emilia
Fantástico este capitulo, vamos ver o que vai sair daqui :)
Boa noite, Elvira
Interrogatório num momento destes??
Insensibilidade pura.
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia Elvira,
Quim não terá abordado o assunto da melhor forma o que irritou Sofia.
Casamento absurdo. E ele? Qual o papel dele no meio disto tudo?
Beijinhos e saúde.
Ailime
Bom dia
A recordar episódios muito bons.
JR
Ai, ai, ai, não prenuncio nada de bom! Tanto interrogatório. Será que vai ser assim a propósito de tudo e de nada????
Um beijinho, Elvira.
Mais um belo capítulo,Elvira! Lindo dia! Como mestás? beijos, chica
Ela irritou-se, claro; ainda o vê como um estranho...
Hoje não ficarei muito tempo ao computador, amiga. Não tarda, terei de começar a preparar para ir à tão esperada e desejada consulta de Oftalmologia...
Forte abraço!
"De me começar a preparar", quereria ter escrito...
Fiquei curiosa, vou acompanhar...rs
Agora o Quim irritou-me.
Beijo, venha mais.
Enviar um comentário