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12.3.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE IX




Pôs-lhe a mão no ombro e empurrou-a suavemente para a porta.
Sofia, estava espantada. Não só pelo que Quim acabara de lhe dizer, mas pelo jeito dele, pela maneira como a tratava.  Era afável, cordial, preocupava-se com ela, tinha-a deixado descansar. Tão diferente do comportamento dos homens da sua aldeia, para quem os sentimentos das companheiras pouco ou nada importavam. 

 Até ao momento, não parecia lembrar-se que era seu marido. Não procurara nenhum tipo de intimidade. E se por um lado isso a deixava menos constrangida, por outro não deixava de lhe parecer estranho.
Entraram no carro e ele disse:

- O carro não é meu. É do tio, comprou-o para as suas deslocações na procura de novos fornecedores. Mas atualmente já não se sente seguro para conduzir. Daí que seja eu quem anda com ele. São ótimas pessoas, embora às vezes pareçam um tanto inconvenientes. Ficaria feliz se fosses simpática com eles.

-Disseste-me que são como teus pais. Como tal os tratarei, e respeitarei,  fica descansado, - respondeu um tanto agastada pela recomendação.
- Desculpa não quis ofender-te, disse estacionando o carro no parque, e voltando-se para ela, acrescentou:
- O restaurante está cheio, mas a nossa mesa está reservada. Vamos primeiro 
 lá acima, cumprimentar a tia Délia.

Ela saiu e olhou à volta com curiosidade. Depois encaminharam-se para as escadas que davam acesso ao primeiro andar. Realmente a casa devia ser muito espaçosa, pois ocupava todo o espaço por cima do restaurante. 
- Julgava que a tua tia também estava a trabalhar.
- Não. A tia é uma mulher muito doente, só sai de casa para as idas ao médico.

Abriu a porta, e deu-lhe passagem.
Dirigiram-se a uma sala, onde se encontrava uma senhora idosa.
Estava sentada no sofá, com as pernas estendidas apoiadas num pequeno banco. Não parecia ser alta, era magra, e a sua pele branca apresentava-se cheia de sulcos. O cabelo completamente branco, estava preso num carrapito.

-Olá tia. Como te sentes hoje? - perguntou Quim curvando-se para depositar um beijo na testa enrugada da idosa. E acrescentou de seguida:
- Trouxe a Sofia para te cumprimentar.
A anciã cravou nela os seus pequenos olhos, mirando-a da cabeça aos pés.

13 comentários:

noname disse...

Chegou a hora da inspecção eheheheheh

Boa noite, Elvira

Patife disse...

Isto está maravilhoso. O Patife aplaude. ;)

Pedro Coimbra disse...

Exame circunstanciado, a coisa complica...
Bfds

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Continuando a seguir com muito interesse esta bonita história.
Beijinhos e bom fim de semana com saúde.
Ailime

teresadias disse...

O Quim está a ser um cavalheiro.
Já a atitude da tia é... normal!
Elvira, continuo encantada com esta história.
Beijo, feliz fim-de-semana.

Maria João Brito de Sousa disse...

Primeiro a tia, depois será a vez dos sogros e eu cá estou a tentar imaginar com me sentiria se estivesse no lugar da protagonista, rsrsrs...

Abraço grande, Elvira!

Tintinaine disse...

Bom fim de semana. Elvira!
Tal como a novela, o confinamento continua!

chica disse...

Vale muito reler e acompnhar, mexer com a memória aqui! beijos, chica

Cidália Ferreira disse...

Muito bom! :)) Vamos ficando mais expectantes!:)

-
Fome de viver, de respirar ...
-
Beijos e um excelente fim de semana:)

Jaime Portela disse...

Será que a tia vai aprovar a Sofia...?
Estou a gostar imenso da história, muito bem contada, de resto, como é habitual.
Bom fim de semana, querida amiga Elvira.
Beijo.

" R y k @ r d o " disse...


O que virá a seguir?
.
Cumprimentos poéticos.
Cuide-se
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Artes Ideias e Dicas disse...

Estou ansiosa pelo desfecho da história. Boa noite e saúde.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Estou amando a história!
Abraços fraternos!